Mulheres podem demorar até três vezes mais tempo para dormir durante período menstrual, aponta estudo
Pesquisa foi apresentada recentemente em congresso nos Estados Unidos
Durante o ciclo menstrual, a oscilação dos níveis hormonais, especialmente do estrogênio e da progesterona, desencadeia alterações físicas e psicológicas, tais como inchaço nas mamas, aumento do volume abdominal, cólicas, irritabilidade e ansiedade. Entre as queixas frequentes das mulheres, destaca-se a piora do sono.
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Um estudo do Instituto do Sono em parceria com alunos de doutorado do Campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (CSP/Unifesp), apresentado recentemente no Congresso da Sociedade Americana de Medicina do Sono, nos Estados Unidos, constatou que durante a menstruação as mulheres demoram até três vezes mais tempo para adormecer se comparado à fase posterior ao sangramento.
A médica ginecologista Helena Hachul, do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e uma das autoras do estudo, ressaltou a importância das pacientes registrarem em seus calendários menstruais os dias em que enfrentaram dificuldades para dormir.
“Por isso é importante que as pacientes anotem no calendário menstrual os dias que tiveram dificuldade para dormir para o médico verificar se há uma relação com o ciclo. Assim o médico poderá avaliar o impacto da questão hormonal no sono e prescrever o tratamento com anticoncepcional ou outros medicamentos.”
A pesquisa foi realizada com base no Estudo Epidemiológico do Sono (Episono), do Instituto do Sono, com informações compiladas pela pós-graduanda Isabela Antunes Ishikura, para sua tese de doutorado no Departamento de Psicobiologia da EPM/Unifesp. Além de Hachul e Ishikura, realizaram o estudo Sergio Tufik, docente e presidente do Instituto do Sono, e Monica Levy Andersen, docente da Disciplina de Medicina e Biologia do Sono e diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto. Também participaram Mariana Moyses de Oliveira, egressa do Programa de Pós-graduação em Biologia Estrutural e Funcional da EPM/Unifesp e pesquisadora do Instituto, e Guilherme Luiz Fernandes, aluno de doutorado do Departamento de Psicobiologia.
Imagem: Reprodução/Shutterstock
O estudo avaliou 96 mulheres, nas fases folicular (29), lútea (42) e menstruação (25). Todas responderam um questionário, passaram por exame de polissonografia por uma noite e tiveram amostras de sangue coletadas para investigar seus níveis hormonais e identificar a fase do ciclo em que estavam.
Os resultados mostraram que na fase folicular as mulheres demoraram 7,1 minutos para adormecer. Já na fase lútea, as participantes só conseguiram dormir após 15,9 minutos de deitar na cama. E as mulheres menstruadas ficaram 22,3 minutos tentando dormir até conseguir pegar no sono.
Os pesquisadores também avaliaram a eficiência de sono, que é o tempo gasto na cama efetivamente dormindo. Esse porcentual foi de 89,9% nas mulheres na fase folicular, ante 83,7% naquelas na fase lútea e 83% nas pacientes que estavam na fase da menstruação.
(*) Com informações de VivaBem Uol e Correio do Povo
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