Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Estudo avalia efeito protetor do hormônio estrogênio contra infecção pelo coronavírus

Publicado: Sexta, 08 de Maio de 2020, 12h19 | Última atualização em Terça, 07 de Julho de 2020, 15h00 | Acessos: 21324

Pesquisadores da Unifesp e da Santa Casa também investigam ação de fármacos que inibem autofagia celular 

Por Valquíria Carnaúba

PesquisaProfUreshino portal 2

Por que o coronavírus afeta mais o gênero masculino? De que forma piora a saúde global de um paciente com covid-19? Essas são algumas das perguntas que movem hoje Rodrigo Ureshino, docente do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF/Unifesp) e integrante do Laboratório de Endocrinologia Molecular e Translacional. Junto a um grupo de pesquisadores dos campi Diadema, São Paulo e Baixada Santista, e das Faculdades de Medicina e de Ciências Médicas da Santa Casa, o docente se envolveu no projeto Avaliação de Compostos com Potencial Terapêutico para SARS-CoV-2: Enfoque em Compostos com Atividade Estrogênica, Moduladores da Autofagia e CAa2.

O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), se desenvolverá em duas linhas principais. Em uma delas, os pesquisadores partem do pressuposto que o gênero feminino está mais protegido contra o coronavírus devido ao estrogênio - designação genérica dos hormônios cuja ação está relacionada com o controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas (como o estradiol).

"Sempre atuei no estudo de doenças neurodegenerativas, incluindo a neuroproteção estrogênica. Essa relação existe desde que surgiram estudos associando a falta de estrógenos à Doença de Alzheimer. A partir das evidências que apontam taxas de agravamento da doença e de mortalidade pela covid-19 mais altas para o sexo masculino, buscamos a correlação entre o estrogênio e uma maior proteção das mulheres em relação à doença", explica. Os pesquisadores investigarão a expressão da enzima conversora da angiotensina (ECA2), que age como receptora do vírus para a infecção, e cuja atividade pode ser modulada pelo estrogênio.

A outra frente de pesquisa vai avaliar a ação da hidroxicloroquina, fármaco utilizado no tratamento da malária, lúpus e artrite reumatoide, na modulação da autofagia em células humanas. De maneira simplificada, o coronavírus se utiliza da autofagia celular para espalhar seu material genético na célula. E a hidroxicloquina barra a multiplicação do vírus justamente inibindo a autofagia. A grande questão, nesse momento, é entender como a principal ferramenta desse medicamento para frear o coronavírus pode, por outro lado, ser prejudicial às mesmas células.

PesquisaProfUreshino portal 1

De acordo com Ureshino, a autofagia é um processo que garante a sobrevivência das células, e o estudo vem para entender melhor como isso ocorre. "Por meio desse processo, a célula degrada partes e componentes considerados 'danosos', assim como patógenos. Talvez, modulando a autofagia (associando esse fármaco a outros), encontremos algum benefício no uso dele", complementa.

O docente conta que os testes serão feitos em células de linhagem humanas, em um Laboratório de Biossegurança Máxima (NB3) da universidade, coordenado pelo docente Mario Janini, a partir de uma biblioteca de compostos com atividade estrogênica. "O vírus será cultivado em linhagens celulares que possam suportar a replicação viral, dentre elas células epiteliais brônquicas humanas (BEAS) e células epiteliais alveolares encontradas no tecido pulmonar (A549)", finaliza.

O grupo multidisciplinar é composto por pesquisadores dos departamentos:

  • Departamento de Ciências Biológicas (Rodrigo Portes Ureshino)
  • Departamento de Microbiologia Imunobiologia e Parasitologia (Luiz Mário Ramos Janini, Juliana Terzi Maricato e Carla Torres Braconi)
  • Departamento de Medicina (Nancy Cristina Junqueira Bellei e Ricardo Sobhie Diaz)
  • Departamento de Farmacologia (Soraya Soubhi Smaili e Gustavo José da Silva Pereira)
  • Departamento de Biociências (Carla Máximo Prado)
  • Departamento de Ciências Fisiológicas - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (Roberta Sessa Stilhano)

 

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página