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EPE/Unifesp e a vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19

Publicado: Segunda, 28 de Março de 2022, 16h00 | Última atualização em Quinta, 31 de Março de 2022, 12h19 | Acessos: 37002

Esta população tem papel fundamental na transmissão da doença, sendo primordial o alcance de alta cobertura vacinal também entre eles

O acesso às vacinas contra a Covid-19 tem se configurado como uma estratégia de grande impacto no curso da pandemia pelo Coronavírus, reduzindo consideravelmente as taxas de hospitalizações em decorrência de casos graves e de mortalidade, inicialmente observadas entre as populações mais vulneráveis, elegíveis para receberem as vacinas com maior brevidade.

Em função desse impacto e do avanço dos estudos focados para a administração dessas vacinas na população mais jovem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação da vacina Comirnaty® (Pfizer/BioNtech) para crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade(1) e a vacina Sinovac© (Coronavac), para aqueles com idade entre 6 e 17 anos, com exceção dos imunossuprimidos(2). A aprovação da administração da vacina Coronavac para crianças com idade inferior a cinco anos encontra-se em andamento e acredita-se que em breve tais crianças também poderão ser vacinadas.

Apesar de as evidências demonstrarem que crianças e adolescentes apresentam menor prevalência de adoecimentos e mortes por Covid-19, esta população tem papel fundamental na transmissão da doença, sendo primordial o alcance de alta cobertura vacinal também entre eles, como forma de garantir a proteção individual e coletiva contra o vírus.(3)

No entanto, nacionalmente, desde a autorização da vacinação contra a Covid-19 entre crianças e adolescentes, têm-se observado dificuldades operacionais em alcançar a cobertura vacinal desejada para tais faixas etárias. Uma vez que entre essa população o desejo de se vacinar foge de sua governabilidade, cabendo aos pais e responsáveis provê-los de tal medida preventiva, questões como a falta de conhecimento sobre a doença, sobre as vacinas que vem sendo aplicadas e sobre os benefícios coletivos na interrupção da cadeia de transmissão da doença tem sido apontadas como cruciais no aumento da hesitção vacinal entre pais e responsáveis. Adicionalmente, enfrenta-se como barreira à vacinação o aumento do movimento antivacinas, que embora existentes antes mesmo do contexto pandêmico, tomaram força nesse período, bem como a veiculação de fake news sobre a efetividade e a segurança das vacinas por meio das mídias sociais(4).

Assim, diante desse cenário e frente às barreiras que tem sido impostas à vacinação do público pediátrico, esforços tem sido feitos para melhor elucidação do contexto epidemiológico e científico da Covid-19 e da estratégia de vacinação contra a doença.

Com o intuito de reforçar a operacionalização da vacinação contra a Covid-19 pelos profissionais nos serviços de saúde, com enfoque no processo de trabalho dos enfermeiros pediatras e do campo da saúde pública, a Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras (Sobep) publicou recentemente recomendações(3) para operacionalização da vacinação entre crianças e adolescentes durante o período da pandemia da Covid-19, as quais envolvem o uso de medidas de prevenção e controle de infecção durante a aplicação da vacina, a organização do espaço físico para esta atividade, bem como descreve o planejamento, preparo e administração da imunização em crianças e adolescentes.

Cumprindo o seu papel de interligação das atividades de ensino e pesquisa com as demandas da sociedade, a Escola Paulista de Enfermagem tem atuado diretamente na vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19, com ações inseridas no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Docentes e estudantes que cursam a Unidade Curricular Enfermagem na Promoção da Saúde da Criança e do Adolescente, do Departamento de Enfermagem Pediátrica, tem contribuído ativamente com a saúde dessa população.

Que todas as crianças e adolescentes elegíveis possam receber a vacina contra a Covid-19 com a maior brevidade possível, em todas as regiões do país!

Dentre as ações específicas voltadas à vacinação infantil contra a Covid-19 na Unidade Básica de Saúde Milton Santos, durante o estágio curricular, os estudantes tem desenvolvido:

  • busca ativa e vacinação na própria comunidade, de crianças e adolescentes elegíveis para a vacinação;
  • organização da sala destinada à vacinação de crianças e adolescentes;
  • educação em saúde: esclarecimento de dúvidas dos familiares e das próprias crianças e adolescentes, antes e após a vacinação;
  • preparo e administração das vacinas Comirnaty® (Pfizer/BioNtech) e Sinovac© (Coronavac), a depender da idade da criança ou adolescente;
  • desenvolvimento de material lúdico adequado por faixa etária, com vistas a reforçar o comportamento positivo relacionado à adesão à vacina: certificado de coragem, placas personalizadas oferecidas às crianças e adolescentes que desejam tirar fotos.

Além dos benefícios das ações para a saúde da população atendida, é possível que os estudantes desenvolvam não somente habilidades técnicas, mas também reflitam sobre o papel fundamental da universidade pública junto à sociedade, inclusive durante a pandemia.

Na cidade de São Paulo, a vacinação de crianças e adolescentes tem acontecido, rotineiramente, em Unidades Básicas de Saúde e, em situações especiais, também em parques, mega postos e mega drive-thrus. Informações referentes ao cronograma por idade, aprazamento de doses e locais de vacinação no município podem ser consultados em: clique aqui.

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Referências

1. Brasil Ministério da Saúde. Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19. Nota técnica No 2/2022 - SECOVID/GAB/SECOVID/MS. Cuida-se de vacinação não obrigatória de crianças de 05 a 11 anos contra Covid-19 durante a Pandemia da Covid-19. Brasília: Ministério da Saúde, 05 de janeiro de 2022.

2. Brasil Ministério da Saúde. Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19.Nota Técnica Nº 6/2022-SECOVID/GAB/SECOVID/MS. Autorização de vacinação de crianças de 6 ou mais e adolescentes até 17 anos com a Coronavac, desde que tais grupos não sejam imunossuprimidos, após a Anvisa realizar a Autorização Temporária de Uso Emergencial da Vacina Adsorvida Covid-19 - Coronavac. Brasília: Ministério da Saúde, 21 de janeiro de 2022.

3. Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras. Comissão Permanente de Assistência. Balieiro MMF, Silva L, Wysocki AD, Maia EBS, Kusahara SM. Nota Técnica da SOBEP sobre vacinação infantil contra a Covid-19. São Paulo: SOBEP, 2022. Disponível em: clique aqui

4. Zorzetto R. As razões da queda na vacinação. Pesquisa Fapesp, n.270, p.19-24, 2018. Disponível em: clique aqui. Acesso em: 25 de março de 2022.

 

Autoras

csp lucia

Lucía Silva

Profª Adjunta do Departamento de Enfermagem Pediátrica da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (EPE-Unifesp). Líder do grupo de pesquisa SleepEMent-CNPq (sono, ambiente e saúde mental) e integrante do Centro de Saúde Global da Unifesp. Possui graduação em enfermagem e especialização em saúde da família pela Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, mestrado, doutorado e pós doutorado pela EE-USP. Outras informações: http://lattes.cnpq.br/5757806649763551

 

 

 

csp Anneliese

 

Anneliese Domingues Wysocki

Profª Adjunta do Departamento de Enfermagem Pediátrica da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (EPE-Unifesp). Possui graduação em enfermagem e especialização em saúde da família pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), mestrado, doutorado e pós doutorado pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP). Outras informações: http://lattes.cnpq.br/5362151988472333

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