Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...
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Pesquisadoras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz) e outros centros de estudos, lançaram um material educativo on-line de ferramentas anti-estigma. Intitulado Não se esqueça que eu sou humano, recurso tem por objetivo reduzir e evitar preconceitos e práticas discriminatórias direcionados às pessoas que vivem com demência.
O conteúdo, que está disponível de forma gratuita e em português neste link, reúne os aprendizados que foram obtidos em pesquisas que ouviram as experiências de pessoas que vivem com demência e seus familiares, buscando as melhores formas de atender às suas necessidades.
Trata-se de uma iniciativa da rede multicêntrica internacional de pesquisa STRiDE - Fortalecendo respostas à demência em países de baixo e médio poder econômico (Brasil, Jamaica, México, África do Sul, Quênia, Índia e Indonésia). No Brasil, o STRiDE é liderado por Cleusa Pinheiro Ferri, docente do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, e este tema específico dentro do projeto foi liderado por Déborah Oliveira, pesquisadora de pós-doutorado do mesmo departamento.
“Estima-se que o número de pessoas que vivem com demência irá mais que triplicar, passando de mais de 50 milhões atualmente para 152 milhões em 2050. O número crescente de pessoas com demência pode ser atribuído, em parte, ao aumento da expectativa de vida nos países de baixa e média renda”, alerta o prefácio do material.
“O estigma relacionado à demência está presente em diversas esferas sociais no Brasil. Por exemplo, a falta de investimento em pesquisa e cuidado nesta área demonstra um forte estigma estrutural existente por parte sistemas de saúde e atenção social, já que muitos(as) profissionais e tomadores(as) de decisão ainda creem, erroneamente, que nada pode ser feito para ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com esta condição, ou que não vale a pena investir nisso. Como consequência, praticamente toda responsabilidade e custos do cuidado recaem injustamente sobre as famílias, e as pessoas que vivem com demência tem seus direitos humanos e cidadania sistematicamente negados. Elas também sofrem estigma e discriminação nas relações interpessoais, por exemplo ao serem evitadas ou excluídas de atividades sociais, ao terem as suas capacidades diminuídas, ou ao serem descredibilizadas ou desvalorizadas,” ressalta Oliveira.
Ela conclui que “este recurso anti-estigma representa um primeiro passo para começar a trabalhar este tema tão urgente no Brasil; no entanto, é responsabilidade de toda a sociedade mudar este cenário, e sempre com o envolvimento das pessoas que vivem com demência como protagonistas das ações anti-estigma”.
Fonte: DCI/Unifesp
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