Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Sífilis: uma doença fácil de transmitir e que precisa de atenção

Publicado: Segunda, 06 de Março de 2023, 00h00 | Última atualização em Segunda, 06 de Março de 2023, 12h06 | Acessos: 25880

Doença pode ser transmitida por relação sexual desprotegida ou da gestante para o bebê durante a gravidez e no momento do parto

 

A sífilis é um grave problema de saúde pública. Se não for detectada precocemente, a infecção pode progredir para seus estágios mais tardios e manifestações clínicas graves, incluindo neurossífilis, manifestações oculares, otológicas e distúrbios cardiovasculares.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. É uma doença que se apresenta de forma silenciosa, a pessoa não sabe que está doente, podendo evoluir por anos de forma assintomática, levando a graves alterações neurológicas e a morte. São várias as manifestações clínicas, que mudam conforme o estágio em que a doença se encontra. A sífilis coloca em risco não apenas a saúde da pessoa, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gravidez. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que surjam quase 7 milhões de novas infecções globalmente a cada ano. No Brasil, somente em 2021, foram notificados 167.251 casos de sífilis adquirida, 74.095 casos de sífilis em gestantes e 27.019 casos de sífilis congênita (BRASIL, 2022c), com tendência de aumento para os próximos anos.

A sífilis é um grave problema de saúde pública. Se não for detectada precocemente, a infecção pode progredir para seus estágios mais tardios e manifestações clínicas graves, incluindo neurossífilis, manifestações oculares, otológicas e distúrbios cardiovasculares.

 

 teste para sifilis

Prevenção, diagnóstico e tratamento são oferecidos gratuitamente pelo SUS. Imagem: Ministério da Saúde

 

Transmissão e tratamento

 

A sífilis é transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido, que também pode levar a outras IST, como o vírus da imunodeficiência humana (HIV), a gonorreia entre outras.

A sífilis é transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido, que também pode levar a outras IST, como o vírus da imunodeficiência humana (HIV), a gonorreia entre outras. Além disso, a transmissão vertical (da mãe para o feto) pode ocorrer quando uma mulher grávida com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente transmite a bactéria para seu filho através da placenta. A sífilis congênita é uma das principais causas de natimortos em todo o mundo, pode causar aborto espontâneo, partos prematuros e infecção congênita em recém-nascidos, determinando sequelas graves se não tratada.

O tratamento padrão recomendado é a penicilina benzatina, indicada para o tratamento de gestantes com sífilis durante o pré-natal, e a penicilina cristalina, para o tratamento de crianças nascidas com sífilis congênita. Ambos são medicamentos de baixo custo e de fácil acesso, disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o Brasil.

 

Notificação de casos

No Brasil, a sífilis congênita é de notificação compulsória desde 1985. Posteriormente, a notificação de sífilis em gestantes e sífilis adquirida tornaram-se obrigatórias, em 2005 e 2010, respectivamente. É importante que todos os casos de sífilis que cumpram os critérios de definição de caso sejam notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A notificação dos dados com qualidade possibilita subsidiar a formulação de políticas públicas e monitoramento de medidas de prevenção e controle (BRASIL, 2022c). Os dados oficiais relativos à sífilis estão disponíveis ao público, de forma anonimizada.

 

 notificacao doencas

A notificação é obrigatória nos casos de sífilis adquirida, sífilis em gestante e sífilis congênita, conforme portaria vigente do Ministério da Saúde.

 

Perguntas e Respostas

 

Autores

Os autores são do Programa de extensão “Notifica”, resultado da parceria entre o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Hospital São Paulo e o Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), que visa congregar ações e projetos extensionistas voltados à Vigilância Epidemiológica.

 

AnnibalAnnibal Tagliaferri Sabino 

Médico especializado em Ginecologia e Obstetrícia e professor afiliado do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp. Atua no Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (HSP/HU Unifesp), sendo responsável pela notificação de casos de sífilis congênita. Participa ativamente no Comitê de Sífilis Congênita da SUVIS Vila Mariana/Jabaquara. Outras informações: clique aqui 

 

carlagiannaCarla Gianna Luppi

Professora adjunta do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp e médica do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado de São Paulo. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: atenção primária, infecções sexualmente transmissíveis e vigilância em saúde. Outras informações: clique aqui   

eduardo medeiros2Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros 

Professor associado da Disciplina de Infectologia do Departamento de Medicina da EPM/Unifesp. Presidente da Comissão de Epidemiologia Hospitalar, pesquisador do CNPq e diretor científico da Sociedade Paulista de Infectologia. Outras informações: clique aqui

niviaNivia Aparecida Pissaia Sanches 

Enfermeira do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp. Atualmente na Comissão de Epidemiologia Hospitalar - Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Hospital São Paulo/Unifesp. Outras informações: clique aqui

robertaRoberta de Almeida Soares

Médica em Saúde Pública do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp; e médica epidemiologista na Diretoria de Planejamento e Informação em Saúde da SPDM-PAIS. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: atenção básica, diagnóstico de saúde e vigilância em saúde.  Outras informações: clique aqui

suelySuely Miyuki Yashiro

Médica e coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (HSP/HU Unifesp).Outras informações: clique aqui 

thaisKonstantynerThais Claúdia Roma de Oliveira Konstantyner

Professora Adjunta do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp, atuando nas áreas de Vigilância em Saúde, Epidemiologia e Bioestatística. Atualmente, é coordenadora da área de Epidemiologia e Bioestatística do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp e membro da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEpi). Outras informações: clique aqui

  

 

 

  

Avaliação do Usuário

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página