Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...
Há 24 anos, Departamento de Informática em Saúde dedica-se à formação acadêmica, pesquisa e inovação
O DIS foi transformado em Departamento da Escola Paulista de Medicina em 1999
Em 22 de junho de 1999, após 10 anos de atividades, o Centro de Informática em Saúde (CIS) foi oficialmente transformado em Departamento Acadêmico da EPM/Unifesp, por meio da Portaria 952 do Ministério de Estado da Educação.
A poucos meses de completar 25 anos, os docentes, técnicos-administrativos em Educação (TAEs) e colaboradores do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (DIS/EPM-Unifesp), se dedicam à formação universitária, pesquisas e inovações tecnológicas, contribuindo, sobremaneira, para a atuação eficaz, responsável e ética dos futuros profissionais de saúde e tecnólogos no âmbito da Informática em Saúde.
A Informática em Saúde evoluiu ao longo do tempo e hoje pertence à grande área “Saúde Digital”. Identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como cenário que abrange atividades correlatas da Informática Biomédica e Ciência de Dados, a Global Strategy on Digital Health compreende esforços mundiais a fim de potencializar e promover a saúde para todos, em todos os lugares. Isto é, ao unificar todos os conceitos de aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em Saúde, a Saúde Digital amplia e se caracteriza como área de conhecimento e prática, e absorve os conceitos da utilização avançada das tecnologias digitais, incluindo os recursos emergentes. Outrossim, a colaboração e troca de conhecimento entre países, centros de pesquisa, empresas, organizações de saúde e associações de usuários ou cidadãos, constituem importantes objetivos.
A Saúde Digital compreende o uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis sobre o estado de saúde para os cidadãos, profissionais de saúde e gestores públicos. O termo Saúde Digital é mais abrangente do que e-Saúde e incorpora os recentes avanços na tecnologia, como novos conceitos, aplicações de redes sociais, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), entre outros. Imagem: Shutterstock
Pesquisas e Inovações Tecnológicas
O corpo docente do DIS, assim como os TAEs e colaboradores, apresenta habilidades e competências técnicas-científicas em Informática em Saúde desenvolvidas ao longo de décadas por meio de práticas baseadas em evidências, ensino e pesquisa. À frente de iniciativas pioneiras no cenário nacional, o rico processo de amadurecimento acadêmico e profissional dessa equipe resultou em pesquisas relevantes, incluindo colaboração, intercâmbio e parcerias com instituições de ensino e pesquisa, serviços de saúde e organizações, como: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Instituto do Coração (InCor FMUSP), Fiocruz, Instituto Butantã, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Rede Universitária de Telemedicina (Rute), Ministério da Saúde (MS), Associação de Educação a Distância (Abed), Instituto de Medicina Tropical da USP, dentre outros.
Ao considerar o objetivo primordial de fortalecer a referida área, técnica e cientificamente, a equipe do DIS dedica-se em diferentes linhas de pesquisa, reconhecidas como referência e tendência mundial, a saber:
- Saúde Digital;
- Aquisição e Análise de Dados Biológicos;
- Imagens em Saúde;
- Gestão e Análise de Tecnologias;
- Modelagem de Sistemas Biológicos;
- Registros Eletrônicos e Sistemas de Informação em Saúde;
- Sistemas de Apoio à Decisão;
- Business Intelligence;
- Robótica;
- Impressão 3D;
- Tecnologias Móveis;
- Recuperação e Relacionamento de Dados em Saúde;
- Bioinformática;
- Big Data, Mineração de Dados, Algoritmos de Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial.
Não obstante desenvolver soluções digitais para os serviços de saúde e prover formação e qualificação acadêmica em consonância com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), os profissionais desse Departamento se destacam ao evidenciar o uso significativo das tecnologias, revolucionando técnicas computacionais, métodos e processos de trabalho. Promovem ampla gama de iniciativas, abrangendo projetos de extensão, pesquisas científicas com financiamento, além de colaborações nacionais e internacionais. Conquistas, como prêmios e reconhecimento na comunidade científica, somam-se às atividades e informações descritas no website desse Departamento, refletindo o compromisso com a excelência acadêmica e a constante busca pela expansão do conhecimento no campo da Informática em Saúde.
Os profissionais desse Departamento também fornecem infraestrutura computacional para os laboratórios da EPM/Unifesp e o desenvolvimento de softwares. Nesse contexto, ressalta-se o DataCenter de Pesquisa, mantido pelo DIS, onde estão hospedados servidores de diversos departamento da EPM e expressiva quantidade de dados de pesquisa clínica de projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finesp).
A tecnologia é considerada uma das principais impulsionadoras quando o assunto é inovação na área da saúde. Imagem: Internet/Reprodução
Ensino
Atualmente, os docentes do DIS, Claudia Galindo Novoa, Ivan Torres Pisa, Maria Elisabete Salvador, Paulo Bandiera Paiva, Rita Maria Lino Tarcia e Viviane Bernardo atuam na graduação de todos os cursos (bacharelado e tecnologia) da EPM/Unifesp, em Unidades Curriculares (UCs) obrigatórias, eletivas e optativas, na formação de habilidades e competências em Informática Médica/Saúde Digital.
Nessa perspectiva, ressalta-se o breve histórico da criação do curso superior de Tecnologia em Informática em Saúde (CSTIS), a partir dos esforços e dedicação dos profissionais desse Departamento, conforme importantes registros da Unifesp. Trata-se de um curso criado em 2009 pelos docentes do DIS, em especial, Ivan Torres, Paulo Paiva, Evandro Eduardo Seron Ruiz, da Universidade de São Paulo (USP - Ribeirão Preto) e Jacques Wainer (Unicamp), com objetivo em formar estudantes para atuar com Informática Médica.
Os docentes do DIS utilizam suas expertises técnicas e científicas a fim de compor conteúdos programáticos que estabelecem sólida conexão entre a teoria e a prática, em um esforço para qualificar os estudantes de forma abrangente e coerente em Informática em Saúde, alinhado ao mercado de trabalho e tendências mundiais.
Ao longo de 14 anos, os docentes desse Departamento atuam na coordenação, comissão de curso, Núcleo Docente Estruturante (NDE) e grade de aulas do CSTIS. Responsáveis pela elaboração do projeto pedagógico e matriz curricular, esses profissionais utilizam suas expertises técnicas e científicas a fim de compor conteúdos programáticos que estabelecem sólida conexão entre a teoria e a prática, em um esforço para qualificar os estudantes de forma abrangente e coerente em Informática em Saúde, alinhado ao mercado de trabalho e tendências mundiais.
Tendo em vista a atuação em 90% da grade curricular do CSTIS, o referido corpo docente que, entre especialistas e desenvolvedores, representam, de fato, profissionais envolvidos na criação, implantação e avaliação de recursos tecnológicos na saúde. Outrossim, participam e coordenam Grupos de Pesquisa do CNPq em áreas convergentes; Grupos de Estudos do Ministério da Saúde e Fiocruz, membros da SBIS, Rede Rute, RNP, diretoria da Abed, corpo editorial de revistas científicas etc.
Assim, após a visita dos avaliadores do Ministério da Educação (MEC), em 2014, os docentes desse Departamento, em sua função de coordenação de curso, membros da comissão e NDE, realizaram revisões substanciais. No entanto, é importante destacar que esse grupo de professores, após minucioso processo de avaliação junto aos estudantes e egressos, identificou o momento oportuno e necessário de aprimorar a matriz curricular por meio da reformulação e revisão dos conteúdos teóricos, ementas e carga horária das UCs. A orientação central desse processo foi aproximar e correlacionar o conhecimento à prática, conferindo significado à formação dos estudantes, o que, posteriormente, resultou na obtenção da nota 5 concedida pelo MEC.
A informática em saúde começou a ser concebida na EPM por volta de 1985. Imagem: Internet/Reprodução
Entre 2016 e 2017, a moderna estrutura pedagógica do curso superior de Tecnologia em Informática em Saúde foi implantada, ampliando habilidades, competências e conhecimento em Ciências da Saúde, mas, sobretudo, Computação Médica, com maior ênfase em Lógica de Programação; Algoritmos de Aprendizado e Máquina, Inteligência Artificial, Ciência de Dados, dentre outros temas atuais e necessários. Dessa forma, contextualizar a computação com os serviços de saúde desempenhou papel fundamental ao permitir que o estudante vivencie uma jornada profissional enriquecedora e compreenda o amplo potencial dessa área, como empreendedor e facilitador dos processos de trabalho.
Expandir os campos de estágios e promover a contratação da maioria dos egressos em hospitais e empresas de referência em Informática Médica, como Dasa, Fleury, Cancer Center, Hospital Albert Einstein, Hospital Sírio Libanês, Hospital São Paulo e SPDM Afiliadas, demonstra o comprometimento desse corpo docente, que conduz, monitora e orienta esse processo, muitas vezes de forma voluntária, aproveitando seu excelente network para fortalecer tais iniciativas.
O Departamento de Informática em Saúde da EPM é a “casa” desses estudantes – a referência na instituição e, particularmente, para a área da Informática em Saúde/Saúde Digital. Os estudantes do CSTIS encontram espaço para estudar, exercitar o raciocínio em conversas produtivas e acolhedoras; desenvolvem ciência, inovações tecnológicas, métodos de trabalho, senso crítico e ética. Sem dúvida, a nota 5 atribuída ao curso é o resultado claro e inequívoco de não apenas meses, mas de muitos anos dedicados à coordenação, comissão de curso, NDE e, sobretudo, ao ensino exemplar de aulas ministradas pelos docentes supracitados. Essa conquista reflete a visão ampliada e consciente do referido corpo docente em formar e amparar os estudantes, preparando-os para atuar de forma única e profissionalmente qualificada.
As possibilidades de aplicação da informática na área da saúde são inúmeras. A formação de profissionais na área de Informática em Saúde faz parte das propostas do DIS. Na área da pós-graduação, a Unifesp oferece: residência, cursos de especialização e estágios; cursos e programas de pós-graduação em sentido estrito: mestrado e doutorado, assim como programas de pós-doutorado. Imagem: Internet/Reprodução
Em relação à comunidade científica, este Departamento mantém sua posição de liderança ao adotar as recentes recomendações da OMS para Saúde Global 2022-2030. O objetivo é orientar educadores e desenvolvedores de currículos, com intuito de apoiar a formação universitária e qualificação profissional contínua em Saúde Digital, aprimorando e fortalecendo os serviços e os sistemas de saúde mundial.
Outras iniciativas pioneiras do DIS incluem o cenário Lato Sensu. Idealizado e conduzido desde 2007 pelos docentes do DIS, o curso EaD de especialização em Informática em Saúde da Unifesp, ofertado pelo Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB-Capes), formou 1.563 profissionais e inicia agora em outubro de 2023 sua 7ª edição, coordenada pelos professores Claudia Novoa e Ivan Torres, tornando-se a maior formação gratuita em Saúde Digital no Brasil.
Idealizado e conduzido desde 2007 pelos docentes do DIS, o curso EaD de especialização em Informática em Saúde da Unifesp, ofertado pela UAB-Capes, formou 1.563 profissionais [...] tornando-se a maior formação gratuita em Saúde Digital no Brasil.
Participantes do Programa Rede UNA-SUS Unifesp desde 2009, por meio dos cursos de especialização em Saúde da Família, os docentes do DIS, Paulo Paiva, Rita Tarcia e Maria Elisabete Salvador, em conjunto com equipe transdisciplinar da Unifesp e Departamento de Medicina Preventiva, formaram cerca de 10.000 mil profissionais de saúde em suas 19 ofertas.
Em termos Stricto Sensu, o Programa de Pós-Graduação em Informática em Saúde, criado em 2003 pelos professores do DIS, inovou em oferecer formação técnico-científica na área de Saúde Digital com titulação de mestrado e doutorado. Em 2011 o Programa foi renomeado para Gestão e Informática em Saúde, ampliando seu escopo e atendendo às demandas do país na evolução da referida área.
Em 2023, o DIS credenciou pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec/Unifesp) o projeto do Laboratório de Criatividade, Empreendedorismo e Inovação (LABDIS), incluindo a criação da Liga de Inovação em Saúde (LIGADIS). O LABDIS é um espaço maker que visa promover a cultura de inovação, estimulando os participantes a transformar suas ideias em realidade e embarcar em uma jornada empreendedora. Por sua vez, a LIGADIS congrega acadêmicos de diversos cursos interessados no desenvolvimento técnico-científico na área de Inovação em Saúde. Ambos os projetos são coordenados pela Dra. Linda Bernardes.
Por fim, destaca-se a inata capacidade agregadora do Departamento de Informática em Saúde, fomentando oportunidades ímpares para o estabelecimento de parcerias e colaborações, alicerçadas na expertise altamente qualificada de sua equipe. Tais atributos emergem como fator preponderante e essencial na projeção da Escola Paulista de Medicina, Unifesp, em meio à comunidade científica nacional e internacional.
Visite a website do DIS e conheça um pouco mais sobre os projetos e a equipe: https://sp.unifesp.br/epm/dis/
Texto elaborado por Maria Elisabete Salvador, professora associada do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina - Unifesp
Revisão e diagramação ComunicaSP
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