Cefaleia: dores que incomodam tem soluções no dia a dia
Metade da população mundial sofre com cefaleia ao menos uma vez na vida
Estamos no maio bordô! Um mês de conscientização do impacto das dores de cabeça na vida das pessoas e do que fazer para combatê-las.
Cefaleia é o termo técnico usado para designar dor de cabeça, ou dor na cabeça. A Classificação Internacional das Cefaleias define, a partir de características clínicas (sinais e sintomas) as diversas síndromes de cefaleia existentes, sendo as mais comuns na população geral a enxaqueca e a cefaleia tipo tensional. Para se ter uma ideia da importância das cefaleias na prática clínica geral, estima-se que quase todo mundo terá algum tipo de dor de cabeça na vida, além disso a segunda causa de absenteísmo no trabalho no mundo é enxaqueca, ficando apenas atrás da gripe.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cefaleia
A grande maioria das dores de cabeça não escondem nada por trás, isto é, não são decorrentes de um tumor cerebral, aneurisma, acidente vascular cerebral ou situações de risco de vida. Entretanto, quando a dor de cabeça apresentar uma das características abaixo, faz-se necessário buscar por ajuda médica emergencial:
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Acompanhada de algum sinal neurológico, como perda de força de um lado no corpo, dificuldade para falar ou entender comandos, perda visual, confusão mental ou sonolência;
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Quando ela é súbita, atinge o ápice de intensidade em 1 minuto;
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Acompanhada de febre e dor no pescoço;
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Quando progressiva ao longo de semanas, especialmente se piorar ao deitar ou no meio da noite;
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Quando persistente em uma pessoa imunossuprimida ou com doença oncológica.
Mas como dito acima, a maioria das vezes a dor de cabeça não esconde uma doença com risco de vida, entretanto, se não adequadamente cuidada ou tratada pode levar a faltas no trabalho e perda importante da qualidade de vida. Então, quando procurar ajuda:
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Quando acontecer de forma recorrente e que não cesse com analgésicos comuns;
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Quando acontece mais de duas vezes por mês, especialmente se mais de uma vez na semana;
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Quando, mesmo que menos frequente, cada crise acarreta importante comprometimento na vida da pessoa.
E o que pode ser feito:
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A primeira coisa é uma consulta médica bem-feita para se identificar exatamente qual o tipo específico de dor de cabeça está causando aquele incomodo;
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Na maioria das vezes, se na presença de um exame clínico normal, exames complementares não são necessários;
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Podemos ensinar a pessoa a sair da crise com medicamentos e estratégias específicas sem precisar ir a um pronto socorro;
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Há casos em que podemos entrar com medicamentos ou intervenções específicas que podem reduzir os dias de dor de cabeça.
Independente da situação acima, 50% da chance de melhora de uma dor de cabeça recorrente ou crônica depende de mudanças e disciplina do estilo de vida da pessoa, e devem ser colocadas em ação independente ou não da decisão de uso de um medicamento preventivo:
- Sono: procure dormir de forma regular ao longo da semana e finais de semana, tanto privação de sono quanto “dormir além do habitual” podem provocar crises;
- Alimentação: regularidade alimentar é muito importante, recomendo comer de 3/3 ou de 4/4h e evitar jejum prolongado. Alguns alimentos podem desencadear crises, não há necessidade objetiva de você evitar todos eles, mas sim observar se algum deles, ou seu excesso provocam crises no seu caso:
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Café: evite mais de 2 a 3 doses por dia (expresso pior que coado);
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Chocolate (quanto mais concentrado o cacau, pior);
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Queijos amarelos: prato, mussarela, cheddar;
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Chás, em especial preto e mate;
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Embutidos: salsichas, linguiças, defumados;
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Alguns enlatados: molho de tomate pronto e conservas.
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Atividade física regular pode auxiliar na prevenção de crises, é recomendável que você realize pelo menos 30 minutos 3 vezes na semana.
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O estresse em excesso também pode provocar crises, logo é importante saber controlar as atividades do dia-a-dia, assim como uma rotina balanceada entre trabalho, lazer e família.
Como diz a chamada no rádio e TV “se persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado”, então, se mesmo com as medidas acima a dor continuar incomodando de forma recorrente e atrapalhando suas atividades, procure auxilio médico, existem intervenções e tratamentos que podem fazer você viver sem dor.
Por Denis Bernardi Bichuetti
Professor adjunto da Disciplina de Neurologia, chefe do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia e assistente do Setor de Neuroimunologia e Doenças Desmielinizantes da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). É membro da Academia Brasileira de Neurologia, Academia Americana de Neurologia e Academia Europeia de Neurologia e faz parte do comitê científico da Guthy Jackson Charitable Foundation. Outras informações, clique aqui.
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