Professores do DMP ganham primeiro lugar no Prêmio Josué de Castro
O prêmio Josué de Castro, oferecido pelo Governo do Estado de São Paulo, tem como objetivo identificar, certificar, premiar e difundir iniciativas voltadas à formulação e soluções concretas para o combate à fome e a promoção da segurança alimentar e nutricional.
Na categoria pesquisa científica realizada por universidades, o grupo do qual professoras do DMP participam foi o primeiro colocado.
Título: Plantando mais do que vegetais: horta comunitária e educação alimentar e nutricional em Heliópolis
Autores: Aline Zoia, Catarina Manfrinato, Regina Matsue, Vitória Condé, Maria do Carmo Franco, Elke Stedefeldt, Luciana Y. Tomita
Foram apresentados os resultados do estudo de coorte conduzido durante a pandemia de COVID-19 em Heliópolis com avaliações de insegurança alimentar semestralmente. 298 chefes de família participaram da pesquisa em abril e outubro de 2020 e 220/298 (74%) em abril de 2021.
A maioria das famílias é chefiada por mulheres (92%), trabalhando em serviços gerais ou diarista (43%), dona de casa ou desempregada (24%), a maioria dos domicílios com criança (94%), com média (desvio padrão) de 32 (28,38) anos de idade, 4 (3,5) moradores por residência. Ao longo do estudo, observou-se pequena variação de renda, distribuição de bolsa família (23%) e cartão alimentação (47%) na linha de base.
A prevalência de insegurança alimentar (IA) variou ao longo do estudo, com transição da IA moderada e grave em outubro de 2020 para IA leve (p=0,02). A proporção de famílias que receberam auxílio emergencial foi de 29% para 39%, entre os meses de abril e outubro de 2020 e finalização do programa em 2021 (p=0,02).
O bairro apresenta oferta de verduras, legumes e frutas. No entanto, com preço acima e de qualidade inferior comparado ao hipermercado localizado a 3km.
Diante deste cenário de IA, iniciou-se a implantação da horta comunitária no condomínio de moradores de Heliópolis, na Cohab Redondinhos. Este é um projeto piloto, formado por moradores voluntários, sendo majoritariamente mulheres acima dos 60 anos, utilizando o espaço e materiais disponíveis para o plantio no condomínio.
A horta possibilitou o cultivo de hortaliças e ervas aromáticas, plantas alimentícias não convencionais, PANC, práticas de compostagem e troca de saberes. Durante as atividades de plantio e manutenção, o grupo conversa sobre experiências de vida, como o uso de plantas medicinais e lembranças da época vivida na área rural. Essa sociabilização, junto com o aumento das atividades físicas e a possibilidade de inserir na alimentação vegetais diversos, de consumo integral, produzidos livres de agrotóxicos e pelas próprias mãos, impulsiona mudanças, seja na saúde física, mental e ambiental. Ao longo das atividades desenvolvidas no espaço, foram recebidos novos moradores, inclusive uma criança com deficiência auditiva, baixa estatura e baixo peso.
A premiação contou com a presença da primeira dama Bia Doria, do secretário da agricultura e abastecimento, do coordenador da Codeagro, do presidente do Conselho de Segurança Alimentar (CONSEA) e de deputados.
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