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Dia do oftalmologista sob o olhar de Paulo Schor

Publicado: Segunda, 18 de Maio de 2020, 11h54 | Última atualização em Terça, 05 de Janeiro de 2021, 08h34 | Acessos: 53002

O docente da EPM/Unifesp presta homenagem aos oftalmologistas e aborda a saúde ocular 

Por Paulo Schor 

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É um prazer escrever sobre a Oftalmologia, especialmente de dentro da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). A Oftalmo/EPM é responsável por metade de toda a produção científica no país, e formou milhares de profissionais de destaque e de importância para o país e o mundo.

Da Noruega até Palmas, passando por Los Angeles e Belgrado, os componentes e alumni do Departamento estão presentes na maioria dos congressos da especialidade. 

Além de pesquisas e ensino, baseado em atendimento de alto nível, acompanhamos e lideramos o processo de inovação social e tecnológica, com proximidade e apoio a fundação de empresas. Todas as subespecialidades são representadas e atuantes nas Disciplinas de Oftalmologia e Ciências Visuais e, para isso, mais de 200 colaboradores se juntam ao Hospital São Paulo, como parte de seu corpo clínico e como professores afiliados da EPM/Unifesp.

Esse ano comemoramos o 40º aniversário do nosso maior Simpósio, o SIMASP, que teve como mote os “Grandes Debates em Oftalmologia”. De fato, as discussões científicas críticas marcam nosso Departamento, que forma e atualiza pessoas com consciência e ética. 

O número 2020 também tem significado especial para nós. Ensinamos que a notação que traduz uma acuidade visual compatível com a normalidade, é exatamente 20/20, ou 1.0 (20 / 20 = 1). A “normalidade” não faz parte do nosso DNA, repetimos sempre que buscamos “pessoas melhores do que nós” e extraordinário tem sido o resultado de décadas de investimento continuo em gente.
Embora a visão não seja igual a acuidade visual, essa medida é utilizada para reprovar ou aprovar motoristas em exames médicos. As maiores causas de diminuição da acuidade (AV) em nosso meio têm a ver com a falta de óculos. Apesar de termos médicos em bom número, temos ainda uma má distribuição no território nacional. As soluções descentralizadas hoje estão sendo testadas, aceleradas pela pandemia. 

Os óculos são utilizados para corrigir a miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia. Além dos óculos, podemos, para todas essas condições, utilizar lentes de contato, e para a maioria delas, existem cirurgias ditas refrativas. 

Um caso especial de astigmatismo que ainda não é operado rotineiramente, é o Ceratocone. Essa doença ocorre na Córnea, que é a primeira lente do olho, ou como as vezes explicamos, o “vidro do relógio”. Quando essa lente se deforma, podemos realizar a aplicação de vitamina e luz ultravioleta, denominada cirurgia de Crosslink, que impede uma maior deformação da mesma. Para se corrigir essa forma inadequada, existem cirurgias paliativas como implantes de anéis de acrílico no interior da mesma ou mesmo a sua substituição. O transplante de córnea é realizado há mais de cem anos com sucesso crescente. A novidade é que hoje existem transplantes parciais ou de uma porção somente da córnea, os chamados transplantes lamelares, que carregam menor risco relativo de rejeição e são realizados em alguns casos com boa indicação.
 
A catarata ainda é um grande problema de saúde, embora hoje seja possível fazer cirurgias com baixo risco e excelentes resultados, utilizando anestesia local e lentes multifocais. A cirurgia ainda é o único “remédio” para catarata, e sua indicação vem sempre quando os riscos sejam menores que os benefícios, ou seja, quando há piora da qualidade de vida relacionada a visão. 
 
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O glaucoma é outra doença de conhecimento importante, pois o tratamos como o “ladrão silencioso da visão”, pois não há sintoma na maior parte dos casos, até que a doença tenha progredido para estágios finais, onde a visão lateral se encontra perdida e a visão central ameaçada. Por esse motivo orientamos retornos e visitas anuais, mesmo sem sintomas, após os 40 anos, para todos os pacientes. O diagnóstico de glaucoma sem sintomas se dá no consultório oftalmológico e seu tratamento inicial são colírios, mas no estágio mais avançado as cirurgias são necessárias.

A retina é a região do olho que hoje tem sido mais acessada e tratada. Das retinopatias associadas ao diabetes, que requerem laser, até a degeneração macular relacionada a idade, que requer injeções intra-oculares, passamos a cirurgias de vitrectomia para descolamentos. Todas essas medidas são muito efetivas e devem ser realizadas brevemente. Exames modernos como a OCT (tomografia de coerência óptica) permitem uma avaliação e seguimento precisos, e devem ser realizados sempre que possível.
 
 
Pálpebras, conjuntiva, músculos oculares, o nervo ótico e a órbita, dentre outras estruturas, tem suas alterações e sempre devem ser avaliadas precocemente. Atrasos podem causar danos irreversíveis. O olho “fala”! Ouçam! Os tratamentos e avaliações são, e cada vez mais serão, realizados por uma equipe.
 
Enfermeiros, tecnólogos, técnicos, fotógrafos, médicos, estudantes e ortoptistas se articulam e dividem responsabilidades. Hoje existem cursos, material didático e experiencia acumulada para que o atendimento à população seja cada vez mais bem feito. A participação da universidade, com conhecimento e critica, bem como a sociedade organizada, com grupos de pacientes e profissionais da saúde, é fundamental.

Juntos pelo ser humano.
 

Departamento de Oftalmologia da EPM 

Site: https://www.oftalmounifesp.com.br

Central de Atendimento
Área Assistência: (Atendimento ao Paciente) 11 5576-4000
Área Acadêmica: 11 5576-4981
Horários: segunda-feira a sexta O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Endereço: Ambulatório | Rua Botucatu, 821 - Vila Clementino, São Paulo - SP - 04023-062

 

 

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