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1º de abril: Dia Nacional da Segurança do Paciente
Data reforça a prioridade com práticas e iniciativas para o cuidado seguro
A origem da data
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), foi criado em 1º de abril de 2013 com o objetivo geral de alertar pacientes, profissionais de saúde e gestores governamentais para os cuidados que se deve ter dentro das ações de serviço de saúde.
Diante de uma pandemia da Covid-19 como a que estamos enfrentando, este texto publicado em 01 de abril de 2021 no Dia Nacional da Segurança do Paciente, chega no momento de um do possível colapso do sistema de saúde brasileiro. A emergência de saúde, tal como se apresenta, decorre não apenas das consequências advindas da infecção e mutações virais, como também das decisões individuais e coletivas que impactaram nos resultados alcançados no controle da pandemia.
Nunca a segurança do paciente foi tão amplamente discutida e almejada pela população, frente a uma das mais graves crises sanitárias vivenciadas em nosso país.
Alertas e riscos
Os ambientes de cuidado pouco estruturados, a falta de equipamentos e de insumos adequados e suficientes, e as diversas situações insalubres e estressantes de trabalho dos profissionais da área da saúde estão sendo reveladas e associadas como fatores contribuintes para o agravo da morbimortalidade ou para culminar em eventos fatais que poderiam ser evitados. Apesar de vivenciados de maneira aguda neste momento para a população leiga, estudos na área da segurança do paciente demonstram que poucos são os profissionais de saúde que trabalham com os recursos, o tempo e em número e qualificação adequados para alcance de práticas seguras.
Estes aspectos, apesar de trazerem a todos nós angústia e grande tristeza frente as quase quatro mil mortes diárias decorrentes das complicações da infecção pelo SarsCov-2, são importantes ao desvelar coletivamente que o alcance da segurança do paciente implica em ter um sistema desenhado de modo a ser mais seguro para todos os envolvidos, profissionais da linha de frente, em especial médicos, enfermeiros, equipe de enfermagem, de nutrição, farmácia, fisioterapia, de limpeza, lavanderia, engenharia, manutenção, gestores e todos aqueles que de modo direto ou indireto afetam os resultados da assistência e, consequentemente, a possiblidade de se oferecer um sistema de atendimento à saúde estruturado de modo a se desenvolver em ambiente sustentado pela cultura de segurança do paciente e que seja portanto, digno de confiança.
Crédito: IBSP - Instituto Brasileiro da Segurança do Paciente
Outro destaque advém da incorporação ao cotidiano da população de conceitos basilares da área da saúde como eficácia, efetividade, segurança e qualidade. Tais contextos são trazidos ao se discutirem os resultados de ensaios clínicos para liberação de uso de vacinas, ou para busca de alternativas terapêuticas para o tratamento da doença. A disseminação e incorporação do conceito de saúde baseada em evidência com aplicação de ciência para direcionar a prática é aspecto positivo decorrente deste momento, para a consolidação desta premissa basilar nos profissionais de saúde e para a promoção da educação da população, permitindo identificar e escolher o profissional de saúde e o tipo de instituição e de atendimento que deve e quer receber do sistema de saúde.
Metas e prevenção
Consoante com as vivencias deste momento, ainda há de se destacar que a prevenção de infecção associada à assistência à saúde é meta de número um para o alcance da segurança do paciente, tanto da Organização Mundial da Saúde- OMS como da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA no Programa Nacional de Segurança do Paciente, com a campanha da promoção da higienização das mãos - cuidado limpo é cuidado mais seguro. Este momento ora vivenciado é muito positivo para a segurança do paciente neste contexto, no qual profissionais de saúde e população estão mais imbuídos da necessidade de higienização das mãos para alcance de mais segurança em saúde.
Metas Internacionais de Segurança do Paciente segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Joint Commission International (JCI)
Fazer o cuidado certo, para a pessoa certa, no momento certo, da maneira certa e baseado em conhecimento científico atualizado, de modo a alcançar os melhores resultados, sinérgicos aos valores e preferencias do paciente são premissas que direcionam a prática de profissionais de saúde. A segurança do paciente é a disciplina que visa promover ações que previnam a ocorrência de erros humanos na área, instituindo medidas de otimização da ação humana, prevenção de violações e controle de erros, estudando modos de dirimir consequências e tornando o sistema cada vez mais digno de confiança para todos os envolvidos.
Errar para aprender
Neste texto procurou-se despertar a premissa de que erros são oportunidades de aprendizado, e que podemos encontrar aspectos positivos e de transformação frente as adversidades. Não podemos extinguir a possibilidade de erros em saúde, visto ser o erro característica imutável do processo de pensamento e agir humanos, mas podemos usar nossa inteligência para desenhar, redesenhar e transformar sistemas frente a ocorrência de erros, tornando futuramente mais fácil fazer o certo do que o errado.
Todo o sistema é perfeitamente desenhado para obter os resultados que alcança. Que tenhamos foco e inteligência para aprender com nossos erros e tornar o sistema de saúde brasileiro mais forte e preparado para lidar com futuras pandemias, de modo a continuamente avançar na busca da segurança do paciente.
Por Mavilde da Luz Gonçalves Pedreira
Professora Titular do Departamento de Enfermagem Pediátrica, da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Chefe da Disciplina de Cuidados Clínicos, Cirúrgicos e Intensivos e do Laboratório de Experimentos em Enfermagem- LEEnf. Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Líder do Grupo de Pesquisa Segurança, Tecnologia e Cuidado – SEGTEC- Unifesp-CNPq. Outras informações, clique AQUI.
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