Microbiologia
Histórico da Disciplina de Microbiologia
Em 1933, o Prof. Otto Bier, que fez parte do grupo que fundou a Escola Paulista de Medicina (EPM) naquele mesmo ano, tornou-se professor catedrático de microbiologia e imunologia, tendo permanecido na EPM até 1968. Em 1970, assume a Chefia da Disciplina de Microbiologia o Prof. Dr. Luiz Rachid Trabulsi, cargo que ocupou até 1988, quando se aposentou. Em março de 1971, o Prof. Trabulsi, o Prof. Dr. Nelson Figueiredo Mendes e o Prof. Dr. Erney Plessman de Camargo fundaram o Programa de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia da EPM.
Prof. Dr. Otto G. Bier Prof. Dr. Luiz Rachid Trabulsi
O Prof. Trabulsi foi graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1953), Doutor em Medicina pela Universitäts Klinic (Imunologie Abteiling) Erlangen, Klinic, Alemanha (1957), Doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1959), Pós-Doutor pelo Centers for Disease Control and Prevention, CDC, Atlanta (1961-1962), Livre Docente pela Universidade de São Paulo (1964) e Prof. Titular pela Escola Paulista de Medicina (1971). Foi fundador da Revista de Microbiologia, atual Brazilian Journal of Microbiology, membro da Academia Brasileira de Ciências e recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Além disso, foi editor do livro “Microbiologia”, adotado em cursos de graduação de diversas instituições nacionais e que hoje encontra-se em sua 6ª. Edição. A excelência científica do Dr. Trabulsi foi reconhecida quando seu nome foi atribuído a um gênero e a uma espécie bacterianos, Trabulsiella sp. e Koserella trabulsii.
Na década de 70, compunham o quadro de docentes da disciplina de Microbiologia os Profs. Drs. Diógenes Santos, Maria Henriqueta Lemos dos Reis, Maria de Lourdes Monteiro da Silva, Maria Regina Fernandes de Toledo, Neusa Pereira da Silva Almada e Zoilo Pires de Camargo. Até 1983, a disciplina abrigou também o Laboratório de Micologia, chefiado pela Profa. Dra. Olga Fischman Gompertz, e o Laboratório de Imunologia, chefiado pelo Prof. Dr. Otávio Augusto de Carvalho Pereira.
Prof. Otávio A.C. Pereira
Entre o início de 1980 e 1983, o Dr. Luiz R. Travassos, Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro ocupou um laboratório na disciplina, trabalhando em bioquímica e imunoquímica de microorganismos patogênicos, com ênfase em Paracoccodioides brasiliensis. Nessa mesma década, ingressaram como docentes as ex-alunas do Programa de Pós-graduação em Microbiologia e Imunologia, orientadas do Prof. Trabulsi, Beatriz Ernestina Cabilio Guth, Rosa Maria Silva, Tânia Aparecida Tardelli Gomes e Isabel Cristina Afonso Scaletsky. Desde então, essas docentes vêm dando continuidade à linha de pesquisa iniciada pelo Prof. Trabulsi, centrada no estudo da epidemiologia e da virulência de enteropatógenos bacterianos, com ênfase em Escherichia coli.
Profas. Maria Regina F. Toledo, Lilian Marques, Rosa M. Silva, Isabel Scaletsky,
Maria de Lourdes M. Silva, Tânia Amaral, Beatriz Guth (esquerda para direita)
Em 1990, após a aposentadoria do Prof. Trabulsi, a vaga de professor titular foi ocupada pela Profa. Beatriz Amaral de Castilho, que trouxe uma nova linha de pesquisa para a disciplina e compreende o estudo dos mecanismos moleculares de adaptação celular a condições de estresse nutricional, com ênfase no papel da regulação de síntese proteica e suas implicações na área da saúde, utilizando como modelo a levedura Saccharomyces cerevisiae.
Profa. Beatriz A. de Castilho
Ainda nessa década, ingressaram na disciplina a Profa. Sylvia Luisa Pincherle Cardoso Leão, com a linha de pesquisa em diagnóstico, identificação e tipagem molecular de micobactérias de importância médica, e o Prof. Marcelo Ribeiro da Silva Briones, atuando em genômica e biologia molecular de microrganismos, com ênfase em processos evolutivos e bioinformática e que, atualmente, está lotado no Centro de Bioinformática em Saúde da EPM. Com a aposentadoria da Profa. Sylvia, ingressou na disciplina, em 2018, a Profa. Cristina Viana Niero, que deu continuidade à linha de pesquisa em micobactérias, atuando em estudos clínicos, taxonômicos e de surtos de isolados clínicos e ambientais e avaliação do potencial de degradação de substratos de interesse biotecnológicos.
Na década de 2000, ingressou o primeiro docente atuando em pesquisa em virologia, Prof. Luiz Mário Ramos Janini, estudando epidemiologia molecular, as infecções duplas e recombinação em HIV-1 bem como análises do genoma viral.
Para fortalecer e ampliar as pesquisas na área de virologia, recentemente, ingressaram na disciplina as Profa. Carla Torres Braconi (2020), estudando arboviroses, e Juliana Terzi Maricato (2021), trabalhando na linha de vírus neurotrópicos e a participação do eixo neuro-imuno-microbiano e de metabólitos microbianos em infecções e neurotropismo virais. Este grupo atua em extensa colaboração com pesquisadores de departamentos clínicos, tendo assim atuado para a formação na UNIFESP de um núcleo de pesquisa em virologia que, além das linhas já mencionadas, vem atuando fortemente em diversos projetos sobre SARS-CoV-2.
Profa. Carla T. Braconi Profa. Juliana T. Maricato
Atualmente, participam da Disciplina os Profs. Drs. Beatriz Guth, Beatriz Castilho, Carla Braconi, Cristina Niero, Isabel Scaletsky, Juliana Maricato, Luiz Mário Janini, Rosa Silva e Tânia Gomes. Diversas colaborações vêm sendo estabelecidas pelos docentes em níveis intra- e interinstitucionais bem como internacionais. Ressalta-se ainda a excelência da disciplina na formação sistemática de recursos humanos em todos os níveis, expressiva produção científica e captação de recursos em suas diversas áreas de pesquisa, além do seu completo envolvimento no ensino de graduação, pós-graduação e extensão.
Galeria
Ex-funcionários da Microbiologia: Bete, Sandra, Maricó, Maria, Magda (esquerda para a direita). Em baixo: Neusinha e Profa. Rosa Maria
Confraternização entre funcionários, alunos e professores da Microbiologia, 2019
Professoras Tânia Amaral, Beatriz Guth, Rosa Silva e Sylvia Leão
Profas. Beatriz Guth e Rosa Maria em apresentação para estudantes da Biomedicina
Funcionários da Disciplina de Microbiologia
Cristiane, Evanilde, Caio, Zoraide, Darci, Mônica, Cristina e José Carlos
Profas. Juliana Maricato e Carla Braconi e a colaboradora Profa. Roberta Stilhano, realizando experimento com SARS-CoV-2 em laboratório NB3 coordenado pelo Prof. Luiz Mário Janini
Parte dos integrantes do grupo da Virologia DMIP/UNIFESP, Pós-Graduandos e Professoras, que participaram do enfrentamento da pandemia de COVID-19
Grupo de pesquisa liderado pela Prof. Carla Torres Braconi dos Santos (em cima, à direita) analisando os resultados dos ensaios de neutralização viral contra as variantes de SARS-CoV-2
Grupo de pesquisa liderado pela Prof. Juliana Terzi Maricato discutindo atividades de extensão universitária desenvolvidas no DMIP
Grupo de ex-alunos e alunos da Profa. Tânia Amaral
https://lepeunifesp.wixsite.com/lepe
Encontro sobre Escherichia coli patogênicas "Luiz R. Trabulsi"
Evento anual em homenagem ao Prof. Trabulsi, organizado por uma comissão de ex-alunos
Parasitologia
História da Disciplina de Parasitologia
Texto: Dra. Clara Lúcia Barbiéri Mestriner (agosto/2022)
Fotos: Arquivos pessoais
A História da Disciplina de Parasitologia é reportada a partir da década de 70 quando o chefe do DMIP era o Prof. Dr. Luiz Rachid Trabulsi e o Prof. Erney Felício Plessmann de Camargo era Professor Titular da Disciplina de Microbiologia. Em 1972 o então Chefe da Disciplina de Parasitologia, Prof. Dr. Carlos D'Andretta Jr., aposentou-se e o Prof. Trabulsi convidou o Prof. Erney para assumir a chefia da disciplina. Esse convite deveu-se à experiência do Prof. Erney alguns anos antes como docente no Departamento de Parasitologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo chefiado então pelo Prof. Dr. Samuel Barnsley Pessoa, considerado o pai da moderna Parasitologia no Brasil. Quando o Prof. Erney assumiu a Parasitologia da EPM, o perfil da disciplina era totalmente diferente. Ela era composta por 4 docentes que realizavam pesquisa de campo no Parque Nacional do Xingu e desenvolveram vários trabalhos relevantes sobre epidemiologia de malária e outras parasitoses. Nessa época dois grandes armários existentes no corredor do sexto andar do ECB ornamentados com flechas, cocares e vários objetos típicos dos indígenas caracterizavam o trabalho de campo exercido pelo grupo da Parasitologia. Aos poucos o Prof. Erney foi introduzindo a pesquisa básica iniciada na disciplina com a caracterização de vários protozoários da Família Trypanosomatidae, à qual pertencem agentes etiológicos de importantes parasitoses humanas, como o Trypanosoma cruzi e várias espécies de Leishmania, além de outros gêneros de tripanosomatídeos parasitas de insetos e plantas. No mesmo ano a Profa. Dra. Edna Freymüller Haapalainen foi incorporada à disciplina e pela sua experiência em microscopia foram iniciados os estudos ultraestruturais, importantes para a caracterização dos tripanosomatídeos por critérios morfológicos. Por sua larga experiência na área, a Profa. Edna alguns anos depois foi convidada para coordenar o Centro de Microscopia Eletrônica da EPM.
Pronunciamento do Prof. Erney no DMIP em 2011 como um dos fundadores da Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia da EPM em comemoração aos 40 anos da criação do programa.
Curso de Microscopia de Luz ministrado pela Profa. Dra. Edna Freymüller Haapalainen (a quarta da esquerda para a direita na primeira fila) e os alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia na época
Inauguração do microscópio de varredura no CEME – 1991. Da esquerda para a direita: Dra. Edna Freymüller Haapalainen, Dr. Nader Wafae (então diretor da EPM), Dr. Renato Mortara, Dr. Luiz Travassos, Dr. Sergio Schenkman e Dra. Nobuko Yoshida
Em 1975 os docentes que compunham a Disciplina de Parasitologia pediram demissão, foram abertos novos concursos e as Profas. Dras. Nobuko Yoshida e Clara Lúcia Barbiéri Mestriner e o Prof. Dr. José Vitor Jankevicius passaram a integrar o quadro de docentes. Nessa época esses docentes contribuíram com os trabalhos de caracterização bioquímica das enzimas do ciclo da ureia, assim como a identificação de proteínas de superfície dos tripanosomatídeos, cujos resultados passaram a constituir novos critérios para a taxonomia desses protozoários. O Prof. José Vitor estendeu os estudos de taxonomia de tripanosomatídeos com a pesquisa das interações desses protozoários parasitas de plantas e insetos. Ele se demitiu da Parasitologia da EPM no final da década de 70, dando continuidade à sua pesquisa como docente na Universidade Estadual de Londrina. Seguiram-se a esses estudos a contribuição relevante da Profa. Nobuko na elucidação dos mecanismos moleculares de invasão celular do T. cruzi pela caracterização de moléculas envolvidas na interação parasita-célula hospedeira. Também importantes são os estudos da Profa. Nobuko de infecção oral pelo T. cruzi. Na década de 80 a Profa. Clara iniciou na Parasitologia a pesquisa em Leishmania, com ênfase na caracterização de antígenos desse parasita envolvidos com respostas imunes protetoras em modelos experimentais e diagnóstico da leishmaniose visceral. Mais recentemente seu enfoque é o desenvolvimento de novos compostos para o tratamento das leishmanioses.
Profa. Nobuko e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
Profa. Clara e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
É importante destacar que paralelamente a esses estudos, na década de 80 o Prof. Dr. José Daniel Lopes, então docente da Faculdade de Medicina da USP, desenvolveu na Parasitologia em colaboração com o Prof. Erney pesquisa em doença de Chagas. Nessa época o Prof. Daniel foi pioneiro na produção dos anticorpos monoclonais no Brasil, inicialmente dirigidos contra antígenos de T. cruzi. O desenvolvimento dessa técnica levou à caracterização de vários antígenos desse parasita envolvidos na sua interação com as células hospedeiras, além de alguns importantes para o diagnóstico da doença de Chagas e em respostas imunes da doença, entre outros. Seguiu-se a produção de anticorpos monoclonais dirigidos a antígenos de outros parasitas, como Plasmodium, Leishmania e Schistosoma mansoni.
Reportagem feita pela Folha de São Paulo com o Prof. Erney Plessmann de Camargo e equipe sobre a produção do primeiro monoclonal no Brasil – março de 1982
No início da década de 90 o Prof. Daniel foi integrado ao DMIP como Professor Titular da Imunologia. Em 1980 o Prof. Dr. Luiz Rodolpho Raja Gabaglia Travassos, recém-contratado como Professor Titular no DMIP, desenvolvia na Parasitologia as suas pesquisas em fungos patogênicos e T. cruzi. Alguns anos depois o Prof. Travassos assumiu a Chefia da Disciplina de Micologia do DMIP (atualmente Disciplina de Biologia Celular). Apesar da curta passagem do Prof. Travassos pela Parasitologia, durante a sua permanência na disciplina ele coordenou um projeto Finep em colaboração com os outros docentes que muito contribuiu para a instalação das novas linhas de pesquisa iniciadas naquela época. Os estudos realizados até então enfatizaram a multidisciplinaridade da Parasitologia que alguns anos mais tarde foi reforçada pela contratação dos Profs. Drs. José Franco da Silveira Filho, Renato Arruda Mortara e Maurício Martins Rodrigues. O Prof. Franco, recém-chegado do Pós-Doutorado na França, foi o primeiro pesquisador a utilizar as técnicas de Biologia Molecular na EPM. Os estudos do Prof. Franco foram muito importantes para a elucidação da estrutura e função do genoma do T. cruzi e a caracterização de antígenos relevantes para o diagnóstico da doença de Chagas, além de suas pesquisas com outros microrganismos, como fungos. É importante lembrar também a sua participação no projeto genoma da Xylella fastidiosa, o primeiro fitopatógeno sequenciado no mundo. Ressalte-se ainda a sua contribuição imprescindível para a formação de muitos pesquisadores de outros departamentos da EPM que passaram a utilizar técnicas de Biologia Molecular nos seus estudos.
Prof. Franco e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
O Prof. Renato, recém-chegado de Cambridge, Inglaterra, onde realizou o Doutorado, iniciou os estudos de Biologia Celular da interação parasita-hospedeiro. Sua linha de pesquisa é focalizada na interação entre T. cruzi e outros patógenos intracelulares, Leishmania spp e Coxiella burnetti, em infecções simples e duplas, com destaque para o citoesqueleto e sistema endocítico-lisossomal. O Prof. Renato participou da criação do Centro de Microscopia Eletrônica da EPM. Foi o pioneiro no desenvolvimento das técnicas de Microscopia Confocal na EPM, colaborando e interagindo com vários grupos de pesquisadores em diferentes áreas de atuação. Pela sua experiência integrou o grupo responsável pela criação da Microscopia Confocal na EPM da qual é até hoje o coordenador. É importante ressaltar também que o Prof. Renato foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia da EPM/UNIFESP de 2007 a 2009 e reeleito mais duas vezes, em 2010 e 2017.
Prof. Renato e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
O Prof. Maurício realizou o Doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e iniciou as suas atividades como docente da Parasitologia ao voltar do Pós-Doutorado na New York University. Ele teve uma contribuição relevante aos estudos de Imunologia Celular de T. cruzi, Leishmania e Plasmodium com ênfase no desenvolvimento de vacinas recombinantes. Pela sua larga experiência o Prof. Maurício foi Vice-Coordenador do Instituto Nacional de Tecnologia e Desenvolvimento em Vacinas e formou importantes pesquisadores que atuam no país.
Prof. Maurício e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
No final de 1986 o Prof. Erney assumiu a chefia do Departamento de Parasitologia da USP e a Profa. Nobuko o substituiu na chefia da disciplina na EPM. Na década de 90 o Prof. Dr. Michel Pinkus Rabinovitch foi integrado à Parasitologia como Professor Sênior. A grande experiência do Prof. Michel inicialmente no departamento de Histologia da USP, na Fundação Rockefeller e New York University e no Instituto Pasteur, aliada ao seu espírito inovador e colaborativo, resultaram em uma interação muito profícua com todos os docentes da Parasitologia. A orientação do Prof. Michel de estudantes de Mestrado e Doutorado dentro da linha de pesquisa em Biologia Celular de Leishmania, T. cruzi e outros microrganismos, como Coxiella burnetti, resultou na formação de excelentes pesquisadores que hoje ocupam ótimas posições no Brasil e no exterior.
Prof. Michel Rabinovitch e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação
Após uma lacuna de 20 anos sem novos concursos, em 2007 a Profa. Dra. Erika Suzuki de Toledo foi integrada como docente na Parasitologia, implantando a sua linha de pesquisa em um novo modelo, Paracoccidioides brasiliensis, e outros fungos patogênicos com ênfase em interação patógeno-hospedeiro. Dentro dessa linha a Profa. Erika concentra os seus estudos principalmente em: comunicação entre receptores e suas vias de sinalização na secreção de citocinas induzida por fungos em células epiteliais; a importância dos “lipid rafts” e os mecanismos de sinalização celular na adesão e invasão de fungos patogênicos em células de mamíferos.
Profa. Erika e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
Em 2015 a Profa. Dra. Katia Cristina Pereira Oliveira Santos foi contratada, iniciando estudos em um modelo de helminto, Schistosoma mansoni, com ênfase em Biologia Molecular, atuando em expressão gênica e transdução de sinal dentro dos seguintes temas: caracterização em S. mansoni do receptor homólogo ao receptor de TNF-alfa; estudo das vias de transdução de sinal em S. mansoni e sua relevância na interação parasita-hospedeiro.
Profa. Katia e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
O contrato mais recente foi o do Prof. Dr. Nilmar Silvio Moretti em 2017 que dando continuidade aos estudos em tripanosomatídeos desenvolve suas pesquisas em 3 modelos: Trypanosoma brucei, T. cruzi, e Leishmania. O seu enfoque é principalmente o estudo do papel da acetilação proteica e das modificações de RNAs no desenvolvimento e progressão da infecção por esses parasitas. Os estudos do Prof. Nilmar também se concentram na identificação de proteínas reguladoras da acetilação nesses patógenos como possíveis alvos terapêuticos.
Prof. Nilmar e alguns dos seus alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
É importante ressaltar que durante todos esses anos a Parasitologia foi contemplada com 7 Projetos Temáticos da FAPESP coordenados por vários dos seus docentes, além de muitos Auxílios Individuais financiados pela FAPESP e outros órgãos de fomento que contribuíram decisivamente para o crescimento da disciplina.
Destaque-se ainda que além do envolvimento dos docentes da Parasitologia na pesquisa, eles atuam ativamente nos vários cursos de Graduação da EPM, assim como em cargos administrativos e, mais recentemente, em cursos de Extensão.
Além do âmbito da nossa Instituição, não se pode deixar de citar também a participação dos docentes da Parasitologia na Reunião Anual sobre Pesquisa Básica em Doença de Chagas. O Prof. Erney foi um dos organizadores da primeira reunião em 1975, juntamente com os pesquisadores Zigman Brener, José Ferreira Fernandes, Walter Coli e Firmino Torres de Castro. Nela foram apresentados os primeiros trabalhos de T. cruzi com abordagens moleculares, ampliando assim os estudos de Parasitologia até então com enfoque apenas no diagnóstico microscópico dos parasitas. Essas reuniões tornaram-se anuais e atraíram cada vez mais pesquisadores das áreas básicas inicialmente do Brasil e ganharam nos anos subsequentes projeção internacional, sendo frequentadas pelos maiores pesquisadores dessa área dos países mais desenvolvidos. Muitos estudantes de Graduação e Pós-Graduação também participavam delas, contribuindo com a formação de uma nova geração de pesquisadores. Aos poucos o interesse maior por doença de Chagas foi sendo gradativamente equiparado por grupos de pesquisa em leishmanioses e a partir de 1986 essa reunião foi organizada em paralelo com as da Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz), até a fusão definitiva a partir de 2004. Além da participação assídua dos docentes da Parasitologia nessas reuniões, eles foram organizadores de uma ou mais delas: Profs. Franco (4X), Renato (3X), Travassos, Profas. Nobuko e Clara, além do Prof. Sergio Schenkman, Prof. Titular da Disciplina de Biologia Celular do DMIP, lembrando ainda que os Profs. Franco e Renato foram Vice-Presidentes da SBPz.
A retrospectiva dessas 5 décadas da Parasitologia na EPM mostra o trabalho intenso realizado até aqui com um saldo muito positivo na formação de inúmeros alunos que concluíram o Mestrado e o Doutorado e que hoje ocupam posições como pesquisadores na área básica e clínica, docentes em Instituições públicas e particulares, além de cargos na indústria e outras atividades no Brasil e no exterior.
Prof. Dr. Erney Plessmann de Camargo (ao centro) e ex-alunos de Pós-Graduação em Microbiologia e Imunologia
XXI Reunião de Pesquisa em Doença de Chagas – Caxambú, MG - 1994
Galeria
Docentes da Parasitologia – 2010. Da esquerda para a direita: Prof. Michel, Prof. Renato, Profa. Nobuko, Profa. Clara, Prof. Franco e atrás o Prof. Maurício
Simpósio em homenagem ao Prof. Michel Rabinovitch (14/02/2004)
Simpósio realizado na Disciplina de Parasitologia em homenagem aos 75 anos do Prof. Dr. Erney Plessmann de Camargo - 2010
As secretárias da Parasitologia – Regiane Tacconi Escobar à esquerda e Mércia Vieira Maia à direita
O grupo de apoio da Parasitologia – De baixo para cima na escada: Regiane Tacconi Escobar, Silene de Freitas Macedo Fresqui, Mércia Vieira Maia, Sandra Regina dos Reis de Oliveira, Solange da Silva Hernandes, Simone Katz, Henrique Botticini Moreira Gomes, Adilson Santos da Costa
Quadro atual dos docentes da Parasitologia. Da esquerda para a direita na fila de trás, os professores: Katia, Clara, Franco, Renato, Nilmar; na frente Nobuko e Erika