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Professor da EPM coordena estudo que revela o papel dos receptores de cininas na regeneração do músculo esquelético

Publicado: Quarta, 19 de Julho de 2023, 12h56 | Última atualização em Segunda, 31 de Julho de 2023, 10h19 | Acessos: 8561

Pesquisa revela papel diferencial dos receptores de cininas na regeneração muscular esquelética

 

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Um estudo recente publicado na Revista Inflammation Research (Springer Nature) investigou o papel dos receptores de cininas na regeneração do músculo esquelético. O estudo, intitulado "Kinin receptors regulate skeletal muscle regeneration: differential effects for B1 and B2 receptors" e publicado em 2023, foi a tese de doutorado do aluno Leonardo Martins (agora pesquisador no Institute of Medical Biology of Polish Academy of Sciences, na Polônia) e coordenado pelo professor João Bosco Pesquero do Departamento de Biofísica da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). O trabalho contou com a participação de outros pesquisadores da EPM/Unifesp (Prof. Dr. Ronaldo de Carvalho Araujo), bem como com pesquisadores do Instituto Max-Delbrück para Medicina Molecular, em Berlim-Alemanha (Prof. Dr. Michael Bader e Dra. Fatimunnisa Qadri) e alunos do Departamento de Biofísica (Wesley Wallace Amorim e Marcos Fernandes Gregnani).

regeneracao muscularFotomontagem – Imagens: Wikimedia Commons

A pesquisa teve como objetivo entender como os receptores de cininas, especificamente os receptores B1 e B2, afetam o processo de reparo muscular após lesões. O músculo esquelético é vulnerável a lesões e doenças, e a regeneração adequada é crucial para a recuperação funcional. No entanto, as vias moleculares envolvidas nesse processo ainda não são totalmente compreendidas.

Os resultados do estudo revelaram que na ausência dos receptores B1 e B2 de cininas (os pesquisadores utilizaram em seu estudo camundongos nocautes para os receptores, isto é, animais que tiveram os receptores deletados geneticamente) houve efeitos distintos na regeneração muscular. A falta do receptor B2 resultou em maior dano tecidual e fibrose no músculo lesionado, enquanto a ausência do receptor B1 mostrou uma capacidade de reparo aprimorada, com menos fibrose e melhor desempenho funcional. Esses resultados sugerem que os receptores de cininas desempenham um papel crucial na regulação do processo de reparo muscular.
O estudo também aponta para a importância de considerar os receptores de cininas como possíveis alvos terapêuticos para o desenvolvimento de novas abordagens no tratamento de lesões musculares e distúrbios relacionados ao músculo esquelético.

Essa pesquisa contribui para o avanço do conhecimento sobre os mecanismos envolvidos na regeneração muscular e proporciona insights valiosos para o desenvolvimento de futuras terapias voltadas para o tratamento de lesões musculares e melhorias na recuperação funcional.

Link para o artigo: https://doi.org/10.1007/s00011-023-01766-4

 

O que são as cininas?

É um termo geralmente utilizado para se referir a um grupo de peptídeos biologicamente ativos, produzidos a partir da quebra enzimática da bradicinina. As cininas são pequenas moléculas produzidas naturalmente no organismo como parte do sistema calicreínas-cininas. Elas desempenham um papel importante na regulação de diversas funções fisiológicas, como inflamação, vasodilatação, resposta imunológica e dor.
As cininas são liberadas a partir de proteínas precursoras chamadas de cininogênios de alto e baixo peso molecular, sendo clivados por enzimas denominadas calicreínas. As cininas interagem com receptores específicos chamados receptores de cininas (B1 e B2), que estão presentes em vários tecidos do corpo, incluindo músculos, vasos sanguíneos, células inflamatórias e células nervosas.
A ativação dos receptores de cininas desencadeia uma série de respostas biológicas, como aumento da permeabilidade vascular, relaxamento muscular, liberação de mediadores inflamatórios e sensibilização dos receptores de dor. Essas respostas desempenham um papel fundamental em processos como cicatrização de feridas, resposta imune, controle da pressão arterial e regulação da dor.

 


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