Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Outubro Rosa: Fortalecendo a prevenção e o cuidado com o câncer de mama

Publicado: Segunda, 02 de Outubro de 2023, 10h49 | Última atualização em Segunda, 02 de Outubro de 2023, 11h25 | Acessos: 6596

Mais do que uma campanha, é um movimento global que visa educar, inspirar e transformar vidas

No mês de outubro, o mundo se veste de rosa em solidariedade a uma causa que transcende fronteiras: a conscientização sobre o câncer de mama. O Outubro Rosa é mais do que uma campanha; é um movimento global que visa educar, inspirar, transformar vidas e capacitar as pessoas a respeito do câncer de mama, uma doença que afeta mulheres em todo o mundo.

Esse movimento teve início nos anos 90 e tem como principais objetivos:

  • Informar sobre o câncer de mama: A informação é uma ferramenta poderosa na luta contra o câncer de mama. Conhecimento sobre os fatores de risco, sintomas e métodos de prevenção é essencial.

  • Facilitar o acesso à mamografia: O exame de mamografia é um dos principais aliados na detecção precoce do câncer de mama. Deve ser realizado em mulheres assintomáticas, todos os anos, a partir dos 40 anos de idade

  • Acesso à biópsia e ao tratamento: Promover o acesso a biópsias e tratamentos necessários é crucial para aumentar as chances de cura.

  • Estilo de vida: O combate ao sedentarismo, obesidade, etilismo e tabagismo faz parte das ações preventivas. Adotar um estilo de vida saudável pode reduzir o risco de desenvolvimento da doença.

  • Redução da mortalidade: A redução da mortalidade causada pelo câncer de mama é um dos principais objetivos do Outubro Rosa.

 

No Brasil, o movimento teve início em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado na cor rosa. A partir de 2008, a campanha ganhou força e ocorreu em diversas cidades brasileiras, contando com o apoio de entidades públicas, privadas, sociedades médicas e ativistas. Todos os anos, essa mobilização visa aprimorar as estatísticas relacionadas ao câncer de mama no país.

 

iStock mamografia

Exame de mamografia (Imagem: pixelfit/iStock)

 

Apesar dos avanços na conscientização, o câncer de mama ainda é envolto por mitos e medos. No entanto, é fundamental lembrar que a informação é a melhor aliada. O diagnóstico precoce pode elevar as taxas de cura para até 95%.

Existem diversos fatores de risco associados à doença, alguns modificáveis, como estilo de vida, e outros não. Acredita-se que a melhoria da qualidade de vida possa reduzir em até 40% o surgimento da doença. Atitudes como a perda de peso, a prática regular de atividade física, a redução do consumo de álcool e o abandono do tabagismo são exemplos de comportamentos saudáveis que podem fazer a diferença.

Os principais fatores de risco associados ao câncer de mama estão listados a seguir:

 

       Não modificáveis        Modificáveis
  • Idade, sexo, etnia;

  • Menarca precoce;

  • Menopausa tardia;

  • Nuliparidade;

  • História familiar;

  • História pessoal de câncer;

  • História de exposição à radiação;

  • Fatores Histológicos;

    • HDA, HLA, NLIS, atipias

  • Fatores reprodutivos

  • Idade do 1º parto;

  • Paridade;

  • Falha na amamentação;

  • Obesidade;

  • Sedentarismo;

  • Etilismo;

  • Tabagismo; 

  • Contraceptivo hormonal;

  • Terapia Hormonal

 

 

A falta de informações e o receio em relação ao diagnóstico e tratamento levam muitas mulheres com sintomas a adiar a consulta médica, o que pode resultar em um diagnóstico tardio. Importante ressaltar que, quando o diagnóstico é feito precocemente, o tratamento tende a ser menos agressivo e as chances de sucesso são consideravelmente maiores. Portanto, quanto mais cedo uma mulher procura ajuda médica, mais precoce é o diagnóstico, o que, por sua vez, aumenta as chances de cura e permite um retorno mais rápido às atividades cotidianas

Os sintomas do câncer de mama incluem a presença de um nódulo mamário, alterações na pele da mama ou do mamilo, saída de líquido de forma espontânea ou com sangue pelo mamilo. É essencial que as mulheres estejam atentas a esses sinais e, independente da faixa etária ou do tempo que realizou o exame de rastreamento, busquem ajuda médica caso ocorram.

Os principais sintomas associados com o câncer de mama são:

  • Nódulo: Em aproximadamente 60% dos casos, as mulheres detectam a presença de um nódulo mamário endurecido, geralmente indolor, que persiste por mais de duas semanas.

  • Alterações na pele: Pode ocorrer retração da pele, afundamento do mamilo, aparecimento de feridas ou mudanças no contorno da mama.

  • Fluxo papilar: Ocorrência de secreção de líquido pelo mamilo de forma espontânea, ou seja, sem que a mulher aplique pressão, e, em alguns casos, o líquido pode conter sangue.

  • Linfonodo axilar: Nota-se a presença de um "gânglio" na axila, que pode ser endurecido, aumentar de tamanho e indolor.

Em mulheres assintomáticas - que não apresentam sintomas visíveis, as alterações detectáveis em exames de imagem, como a mamografia, como a presença de microcalcificações agrupadas, nódulos ou mudanças no tecido mamário, podem ser a primeira manifestação do câncer de mama.

No entanto, no Brasil, a cobertura populacional pela mamografia ainda está abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Apenas 25% das mulheres entre 40 e 69 anos realizam o exame de rastreamento, segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Faça o rastreamento mamográfico anual a partir dos 40 anos, passe em consulta médica pelo menos uma vez ao ano e, se surgirem dúvidas ou sintomas, não hesite em buscar atendimento médico. Quanto antes tiver o diagnóstico, melhor!

 

 

gilfacinaPor Gil Facina

Médico mastologista, professor Associado Livre-Docente da Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). Vice-chefe do Departamento de Ginecologia da EPM/Unifesp. Membro Titular da Academia Brasileira de Mastologia. Especialista em reconstrução mamária. Outras informações: clique aqui

 

 

(*) Revisão e diagramação por ComunicaSP

 

Avaliação do Usuário

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página