Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

86 milhões de adultos brasileiros estão no grupo de risco para Covid-19

Publicado: Quarta, 13 de Maio de 2020, 13h45 | Última atualização em Sexta, 17 de Julho de 2020, 11h35 | Acessos: 23992

Estudo inédito do Departamento de Medicina Preventiva aponta que 54% dos adultos brasileiros são suscetíveis a complicações do novo coronavírus 

 Portal Grupo de risco covid 19

A Organização Mundial da Saúde sugere que 80% das pessoas infectadas pelo novo coronavírus podem desenvolver quadros leves ou assintomáticos da Covid-19, enquanto os 20% restantes estão propensos a complicações e, portanto, podem necessitar de hospitalização (14%) ou unidade de terapia intensiva (6%). Estudos iniciais apontavam as seguintes características do grupo de risco: idosos (≥18 anos) e portadores de doenças crônicas (doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, doenças respiratórias crônicas (em particular doença pulmonar obstrutiva crônica - DPOC), câncer e doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral - AVC). Estudos mais recentes realizados nos Estados Unidos e da Europa confirmaram esses resultados e propuseram novos fatores de risco, como doença renal crônica, obesidade, asma e tabagismo.

O estudo brasileiro, liderado pelo epidemiologista e professor da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) Leandro Rezende, utilizou dados de 51.770 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE e Ministério da Saúde) para estimar quantos adultos estão suscetíveis a complicações, caso venham a se infectar pelo novo coronavírus. Os autores calcularam a proporção e o número de adultos (≥18 anos) que apresentam um ou mais fatores de risco, isto é, idade, doenças crônicas, obesidade ou tabagismo. As estimativas foram calculadas segundo sexo, raça/cor da pele, escolaridade (uma variável bastante relacionada com o nível socioeconômico) e unidades federativas do Brasil (26 estados e o Distrito Federal).

A proporção de adultos sob risco de complicações por covid-19 variou de 34% (53 milhões) a 54,5% (86 milhões) em todo o país. Independentemente da idade, a proporção de adultos com pelo menos um fator de risco foi alta: 47% em adultos (<65 anos) contra 51% em idosos (≥65 anos).

Adultos com menor escolaridade, isto é, aqueles que tinham o primário incompleto, estão mais vulneráveis a complicações pela covid-19 comparados àqueles com nível superior completo (grupo de risco: 66% primário incompleto contra 27% superior completo). O estudo não encontrou diferenças nas proporções de grupo de risco segundo sexo e raça/cor da pele.

As maiores proporções de adultos no grupo de risco foram encontradas no Rio Grande do Sul (39,5% - 58,4%), Rio de Janeiro (36,0% - 55,8%) e São Paulo (35,6% - 58,2%). Estados com menor proporção foram Amapá (23,4% - 45,9%), Roraima (25% - 48,6%) e Amazonas (25,1% - 48,7%). Considerando o tamanho da população, o maior número de adultos suscetíveis a complicações foi observado em São Paulo (12 a 17 milhões), Minas Gerais (6 a 9 milhões) e Rio de Janeiro (5 a 7 milhões).

Principais resultados:

- Grupo de risco para covid-19 grave: idosos, portadores de doenças crônicas, obesos e fumantes;
- No Brasil, de 34% (53 milhões) a 54% (86 milhões) dos adultos (≥18 anos) estão no grupo de risco;
- 47% dos adultos com menos de 65 anos também apresentam um ou mais fatores de risco para covid-19 grave;
- Fatores de risco foram duas vezes mais frequentes em adultos com primário incompleto (menor nível socioeconômico) do que em adultos com nível superior completo;
- São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande de Sul são os estados com maior grupo de risco.

Título do artigo: Adults at high-risk of severe coronavirus disease-2019 (Covid-19) in Brazil
Autores: Leandro F. M. Rezende, Beatriz Thome, Mariana Cabral Schveitzer, Paulo Borges e Célia Szwarcwald  

 

 

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página