Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

EPM e Hospital São Paulo da Unifesp retomam a política de Gerenciamento do Sangue do Paciente – (Patient Blood Management – PBM)

Publicado: Sexta, 10 de Junho de 2022, 18h25 | Última atualização em Terça, 12 de Julho de 2022, 13h03 | Acessos: 47521

Mais segurança para o paciente e redução de custos para o sistema de saúde

Ouça acima o áudio deste artigo.

Por Renato Conte

O Hospital São Paulo, Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo HSP/HU/Unifesp e a Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) estão retomando as tratativas administrativas para iniciar a política de gerenciamento do uso de sangue, impIementando o Gerenciamento do Sangue do Paciente (Patient Blood Management - PBM) que é uma abordagem multimodal e multidisciplinar, baseada em evidências científicas, com objetivo de limitar a necessidade e o uso de transfusão de sangue alogênico. “O PBM está apoiado no uso de opções terapêuticas às transfusões de sangue, que segundo a literatura científica atual, traz mais segurança para o paciente, melhores desfechos clínicos e redução de custo para o sistema de saúde”, explica Isabel Cristina Céspedes, uma das docentes responsáveis pela implantação do PBM.

Céspedes, afirma que a Escola Paulista de Medicina, já conta com um projeto e planejamento, e que está atenta a estes novos conceitos. Neste sentido, já contamos com uma disciplina eletiva em "Medicina Transfusional: uma Visão Atualizada" no Curso de Medicina, e também uma disciplina na pós-graduação em "Medicina Transfusional e Terapia Celular", sob a sua coordenação e envolvendo este tema.

“Podemos contar com as parcerias da Direção Clínica do Hospital São Paulo, na figura do prof. Newton de Barros, com a Comissão de Residência Médica, na figura do prof. Fábio Veiga de Castro Sparapani, e com o Departamento de Hematologia e Oncologia, na figura da profa. Maria Stella Figueiredo, para implementar o PBM no Hospital São Paulo”, comemora Céspedes.

Além disso, de acordo com o diretor clínico do Hospital São Paulo, Newton de Barros, “as discussões sobre a implantação do PBM se iniciaram há 2 anos e meio, mas a pandemia impediu que continuássemos naquele momento. Agora, estamos retomando a implantação”, recorda Barros.

Céspedes salienta que a implantação depende de um processo em cada especialidade médica com as suas particularidades. “Um treinamento completo, e uma avaliação de mudança de conduta e de protocolos pode levar algum tempo, e exige uma atuação interprofissional”, alerta.

O que é o Gerenciamento do Sangue do Paciente (PBM)?

O PBM consiste, na prática, na combinação de medicamentos, equipamentos e/ou técnicas cirúrgicas que envolvem basicamente quatro princípios:

  1. controlar a perda de sangue;
  2. maximizar a tolerância à anemia;
  3. aumentar a hematopoiese (formação de células sanguíneas); e,
  4. tomar decisões centradas no paciente. (www.ifpbm.org; https://sabm.org).

pbm

Assim, o conceito de PBM concentra-se, de forma proativa, nas necessidades do paciente e nas condições que geralmente levam a transfusões, tais como perda de sangue, anemia e coagulopatias. Neste sentido, o PBM muda o foco da transfusão reativa de hemocomponentes estocados para medidas preventivas, gerenciando de maneira otimizada o sangue do próprio paciente.

O conceito de PBM foi aprovado em 2010, pela Assembleia Mundial da Saúde através da resolução WHA63.12 e foi foco, em 2011, do Fórum Global para a Segurança do Sangue promovido pela Organização Mundial da Saúde – OMS (World Health Organization, 2011). Em 2017, o PBM foi recomendado como padrão de atendimento pela Comissão Europeia e, em 2019, tornou-se o padrão de manejo dos pacientes em todos os hospitais da Austrália (Delaforce et al., 2018; European Commission, 2017). A Joint Commission International (JCI), líder mundial em certificação de organizações de saúde, também promoveu o PBM como modalidade eficaz de melhoria da qualidade para hospitais e outras organizações de assistência à saúde (Shander et al., 2016).

Mais recentemente, em 2021, a Organização Mundial de Saúde publicou um texto de política de saúde pública intitulado: “A necessidade urgente de implementar o PBM”, destacando a sua eficácia e vantagens econômicas (World Health Organization, 2021).

 

 

Avaliação do Usuário

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página