Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Estudo aponta sequelas pulmonares devido à covid-19

Publicado: Quarta, 18 de Maio de 2022, 14h43 | Última atualização em Quarta, 18 de Maio de 2022, 14h44 | Acessos: 33122

Realizada em parceria com a USP e a Unesp, pesquisa mostra associação entre redução de capacidade aeróbica durante testes físicos e espaços mortos alveolares

Por Valquíria Carnaúba

Apesar de o Brasil ter decretado o fim da emergência sanitária, muitos pesquisadores continuam avaliando as sequelas da covid-19 no organismo humano. Um dos focos comuns dos estudos é a chamada covid longa, caracterizada por alterações fisiológicas permanentes após 12 semanas da infecção aguda, como fadiga, falta de ar e dor muscular. Na Unifesp, uma pesquisa desenvolvida no  (SEFICE/Unifesp), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), começa a trazer dados que associam redução na capacidade aeróbica durante testes físicos e espaços mortos pulmonares, uma relação que ainda não estava muito clara.

IMG_9554_copy.jpg
Eloara Campos, professora adjunta da disciplina de Pneumologia (Foto: Alex Reipert)

Liderado na Unifesp por Eloara Campos, professora adjunta da disciplina de Pneumologia, o estudo acompanha, desde 2020, a recuperação funcional de 100 pacientes do Hospital São Paulo, hospital univeristário (HSP/HU Unifesp), acometidos pela covid-19. "Quando começou a pandemia, nosso setor se uniu a outros dois grupos na área de pneumologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), liderados pelos pesquisadores André Albuquerque e Suzana Tanni, com o objetivo de identificar as sequelas pulmonares a longo prazo (1 ano)", conta a docente.

Os recuperados pós-covid considerados no estudo, dentre os 600 internados no HSP/HU Unifesp, foram submetidos a avaliações por ecocardiograma, tomografia de tórax, prova de função pulmonar completa (espirometria, volumes pulmonares de difusão de dióxido de carbono), força muscular respiratória periférica, e teste de exercício cardiopulmonar com avaliação de trocas gasosas (por gasometria arterial coletada em repouso e exercício).

Cada um dos pacientes foi acompanhado individualmente em intervalos regulares, perfazendo quatro visitas: pós-alta, após três meses, após seis meses e após um ano. E, segundo a pesquisadora, os resultados após três meses já mostram uma relação direta entre baixo desempenho (redução no consumo de oxigênio) durante o teste de exercício, avaliação feita pela espirometria, e aumento dos espaços mortos alveolares (áreas pulmonares que não participam das trocas gasosas durante a respiração).

De acordo com Campos, essas informações complementam estudos anteriores, que em sua maioria atribuem a redução da capacidade aeróbica apenas ao descondicionamento físico. "Isso é muito simplista, pois trata-se de uma doença muito complexa para acreditarmos que somente a perda muscular durante a internação estaria envolvida na persistência de sequelas pós-covid. Há ainda poucos estudos robustos que analisam a fundo a fisiologia do exercício de pacientes que contrairam o cornavírus".

A pesquisa está em fase de submissão dos resultados, obtidos após essa avaliação das sequelas três meses a partir de testes de exercício cardiorespiratório. Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), já foi aprovado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBec). A coleta total de informações será finalizada ao longo de 2022. 

Avaliação do Usuário

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página