Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Glaucoma, o vilão silencioso da visão

Publicado: Quinta, 11 de Março de 2021, 18h53 | Última atualização em Quinta, 11 de Março de 2021, 19h27 | Acessos: 57020

Diagnóstico precoce pode evitar danos irreversíveis

 

O uso indiscriminado de algumas medicações, como corticoides, assim como traumas e inflamações oculares podem levar ao glaucoma.

Nesta sexta-feira (12/03) é celebrado o Dia Mundial do Glaucoma, doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e campo visual e muitas vezes não apresenta sintomas em sua fase inicial. 

O glaucoma acomete entre 1% e 4% das pessoas acima de 40 anos, e essa prevalência aumenta com a idade em todas as populações estudadas. Mais raro, também existe glaucoma em jovens e cursa com evolução mais rápida e maior dificuldade de tratamento.

 

glaucoma

 

O que é glaucoma?

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS); e a segunda causa entre todas as formas de cegueira, ficando atrás da catarata (que é reversível e tratada com cirurgia) e muito próxima das doenças da retina. É uma doença crônica e progressiva do nervo óptico, acompanhada, na maioria das vezes, por pressão dentro do olho acima dos níveis normais (21 mmHg). 

 

Fatores de risco

A pressão ocular se eleva por uma dificuldade progressiva na drenagem do líquido dentro do olho denominado humor aquoso. A pressão ocular elevada é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento e progressão do glaucoma, além de ser o único fator passível de tratamento.

Outros fatores de risco incluem idade elevada, afrodescendência, miopia alta, história familiar da doença, entre outros.

A pressão elevada leva ao sofrimento de células no fundo do olho (células ganglionares da retina) responsáveis por levar o estímulo luminoso ao cérebro para que se possa enxergar. Quando essas células morrem, deixa-se de enxergar naquele ponto específico. Geralmente, ocorre da periferia para o centro do campo visão, levando, nas fases avançadas, à chamada “visão tubular”, dificultando as atividades do dia a dia. Somente nas fases finais há perda total da visão. Essa evolução costuma ser lenta na grande maioria das pessoas com glaucoma, e consegue-se retardá-la com o tratamento.

Pressão Intraocular

(Crédito: HOSP)

  

Diferenças entre glaucoma de ângulo aberto e de ângulo fechado

  • Glaucoma primário de ângulo aberto:
    • É o tipo mais comum, não apresenta sintomas até as fases mais avançadas da doença. Isto dificulta seu diagnóstico e, consequentemente, seu tratamento precoce;

    • O diagnóstico e tratamento tardios são fatores de risco para cegueira pelo glaucoma. O tratamento é feito com o uso de colírios, laser ou cirurgia para redução da pressão ocular;

    • Geralmente, pode-se alcançar sucesso com o tratamento clínico, desde que o paciente siga o tratamento adequadamente e não tenha contraindicação ou intolerância às medicações; mas, se não for possível, deve-se avaliar a opção com laser ou cirurgia.

  • Glaucoma primário de ângulo fechado: 
    • Geralmente ocorre em pessoas portadoras de hipermetropia, com olhos menores, em que a íris é mais próxima do cristalino na região da pupila e mais próxima do local de drenagem do líquido intraocular, dificultando a drenagem, com consequente aumento da pressão ocular;

    • Esse glaucoma pode apresentar sintomas como dor ocular, embaçamento visual, visão de halos coloridos ao redor das luzes e dor de cabeça, sinalizando que a pressão ocular está elevada, quando todos esses sintomas são muito exacerbados e a pessoa precisa ir a um pronto-socorro para ser tratada imediatamente.

 

figuras glaucoma texto unifesp 2021

Figuras adaptadas e traduzidas do original de Vistakom Pharmaceuticals Inc

 

 

Prevenção

exame oftalmológicoA prevenção do glaucoma é feita com visitas regulares ao médico-oftalmologista, pois essa doença somente é diagnosticada durante o exame oftalmológico. Se a pessoa tem histórico familiar de glaucoma, miopia alta ou hipermetropia moderada ou alta deve ficar mais atenta.

A doença quando diagnosticada e tratada precocemente costuma ser bem controlada, preservando a visão dos pacientes.

 

 

Autores

autores glaucoma

Luiz Alberto Melo Jr

Médico especialista em Oftalmologia e chefe do Setor de Glaucoma do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui

Ivan Maynart Tavares

Médico especialista em Oftalmologia, professor livre-docente e chefe do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui

 

Avaliação do Usuário

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página