Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Estudo mostra possibilidade de proteção prévia contra o coronavírus em mamíferos

Publicado: Sexta, 05 de Abril de 2024, 14h58 | Última atualização em Quarta, 10 de Abril de 2024, 11h09 | Acessos: 1131

Pesquisa revela potencial de defesa cruzada contra o coronavírus em animais

Um estudo recente revelou descobertas intrigantes sobre a resposta imunológica contra o SARS-CoV-2, o vírus responsável pela COVID-19. A pesquisa identificou regiões proteicas em coronavírus de mamíferos que são idênticas às encontradas no SARS-CoV-2, sugerindo a possibilidade de proteção cruzada entre diferentes cepas de coronavírus.

Combinando análises de dados biológicos, bioinformática e inteligência artificial, o estudo mostrou que coronavírus específicos que infectam algumas espécies de mamíferos possuem proteínas com regiões semelhantes às do vírus da COVID-19, o SARS-CoV-2. Essas regiões protéicas semelhantes podem estimular uma resposta imune capaz de defender alguns mamíferos contra o SARS-CoV-2. Por exemplo, cães infectados ou vacinados pelo coronavírus canino apresentam potencial para elaborar uma resposta imune que os proteja não apenas do coronavírus canino, mas também do SARS-CoV-2.

Tal fenômeno foi observado em crianças. Durante a pandemia de COVID-19, uma porcentagem muito menor de crianças do que de adultos foi afetada. Isso se deve em parte ao fato de que uma parcela significativa delas já possuía uma resposta imune contra coronavírus causadores de resfriado, o que passou a defendê-las cruzadamente contra a COVID-19.

Por outro lado, espécies como gatos e minks são suscetíveis à infecção pelo SARS-CoV-2. Foram relatados alguns casos de doença semelhante à COVID-19, leve e moderada, em gatos domésticos. Já os minks, uma espécie de mamífero parente do furão e da lontra, foram severamente afetados pela COVID-19. Curiosamente, os coronavírus que infectam gatos e minks possuem um número menor de regiões proteicas capazes de estimular a resposta imune cruzada contra o SARS-CoV-2, o que pode contribuir para a maior susceptibilidade desses animais à doença.

Assim, os resultados deste estudo sugerem que a presença de regiões proteicas semelhantes entre diferentes coronavírus pode desencadear respostas imunológicas capazes de oferecer proteção contra o SARS-CoV-2. Essa descoberta tem implicações significativas no desenvolvimento de vacinas e estratégias de imunoterapia, abrindo caminho para abordagens inovadoras na luta contra a COVID-19 e outras doenças virais

A pesquisa do biomédico Luciano Rodrigo Lopes, do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), destaca a importância da investigação em Imunoinformática para compreender melhor a interação entre patógenos zoonóticos e o sistema imunológico, oferecendo novas perspectivas para a prevenção e tratamento de doenças infecciosas.

Este estudo demonstra como a ciência e a tecnologia podem se unir para enfrentar desafios globais de saúde, fornecendo uma nova perspectiva que pode moldar o futuro da medicina e da imunologia.

Link para o texto completo: clique aqui

Avaliação do Usuário

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página