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Março Lilás: mês de prevenção e diagnóstico precoce do câncer do colo do útero

Publicado: Quinta, 24 de Março de 2022, 11h00 | Última atualização em Quinta, 24 de Março de 2022, 11h53 | Acessos: 68562

A prevenção pode salvar vidas!

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O câncer do colo do útero é a terceira neoplasia mais comum em mulheres, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) de 2020 e uma das principais causas de morte por câncer em todo o mundo.

O colo do útero é a parte inferior do útero, que se abre na vagina. Este câncer acontece quando as células normais do colo do útero se transformam em células anormais e crescem fora de controle. Os exames de rastreamento podem detectar o câncer do colo do útero em estágios iniciais e as lesões “pré-câncer”, que quando tratadas, reduzem o número de pessoas que desenvolvem câncer do colo do útero, bem como o número de mortes devido à doença.

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Traduzido de: The Embryo Project

Existem dois tipos de exames de rastreamento para câncer do colo do útero:

  • O exame de Papanicolaou (às vezes chamado de "Papanicolau");
  • O teste do papilomavírus humano ou "HPV".

No Brasil como em muitos outros países da América Latina, o programa de triagem do câncer de colo de útero é baseado no Papanicolaou em mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos.

Fator de risco

O mais importante para o câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Conhecemos mais de 100 tipos diferentes de HPV, mas a minoria causa câncer. Pelo menos 80 por cento das mulheres são expostas ao vírus HPV durante a vida e na maioria das vezes, o sistema imunológico do corpo se livra do vírus antes que ele cause danos.

Os pesquisadores rotularam os diferentes tipos de HPV como sendo de alto ou baixo risco para causar câncer do colo do útero.

  • Tipos de HPV de baixo risco – os tipos 6 e 11 de HPV podem causar verrugas genitais e são tipos de baixo risco, porque raramente causam câncer do colo do útero;
  • Tipos de HPV de alto risco – Os tipos de HPV de alto risco podem causar câncer do colo do útero em algumas pessoas. Embora a maioria das pessoas infectadas com os tipos de HPV de alto risco não desenvolva câncer do colo do útero, aquelas que testam positivo para HPV de alto risco ao longo de muitos anos correm um risco maior de desenvolver câncer do colo do útero. Os tipos 16 e 18 de HPV são dois dos tipos de alto risco mais comumente diagnosticados.

Como é transmitido? 

O HPV é transmitido por contato direto pele a pele, incluindo relações sexuais vaginais, sexo oral, sexo anal ou qualquer outro contato envolvendo a área genital (por exemplo, contato mão-genital). Pode se espalhar independentemente do sexo ou identidade de gênero atribuídos pelo seu ou seus parceiros. Como o HPV é transmitido por contato sexual, ter múltiplos parceiros sexuais está associado a um risco aumentado de câncer do colo do útero. Os preservativos oferecem proteção apenas parcial, pois não cobrem toda a pele da região genital. Não é possível se infectar com o HPV tocando em um objeto, como um assento de vaso sanitário.


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Coisas que aumentam o risco de câncer do colo do útero incluem fumar e ter uma condição médica (ou tomar um medicamento) que enfraqueça o sistema imunológico. Se você fuma, pode diminuir o risco de câncer do colo do útero (assim como outros problemas) ao parar.

Vacina e prevenção

A vacina para ajudar a prevenir a infecção por alguns tipos de HPV de alto risco é recomendada, de acordo com o Ministério da Saúde, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essas vacinas são seguras e reduzem significativamente o número de mulheres que desenvolvem lesões "pré-câncer" que podem, por sua vez, levar ao câncer. A vacinação "Catch-up" é recomendada para todas as pessoas de até 26 anos que ainda não a receberam, mas pode ser administrada até os 45 anos.

Todas as vacinas contra o HPV são administradas por injeção. A dosagem depende da sua idade e da saúde do seu sistema imunológico:

  • Se você tem menos de 15 anos de idade com função imunológica normal, você deve receber duas injeções com pelo menos seis meses de intervalo;
  • Se você tem 15 anos de idade ou mais com função imunológica normal, você deve receber três injeções. A segunda dose é administrada um a dois meses após a primeira, e a terceira dose é administrada seis meses após a primeira;
  • Se você tem infecção pelo HIV ou está imunocomprometido (por exemplo, tem outra condição de saúde que enfraquece seu sistema imunológico), você deve receber três injeções, independentemente da idade em que você inicia a série de vacinação.

É importante ter em mente que a vacina funciona melhor se administrada antes do início da atividade sexual (mesmo muitos anos antes). Às vezes, os pais ou responsáveis hesitam em vacinar seus filhos pois temem que isso leve as crianças a se tornarem sexualmente ativas mais cedo do que de outra forma. No entanto, não há evidências de que isso aconteça.

A maioria das pessoas infectadas pelo HPV não apresenta sinais ou sintomas, o que reforça a necessidade do exame de rastreamento.

Atenção, tomar a vacina contra o HPV não significa que você possa pular o rastreamento do câncer do colo do útero no futuro. Fique atenta!

 

MICHELLE

Autora

Michelle Samora de Almeida 

Possui Doutorado em Ginecologia Oncológica, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Titulo de Especialista em Oncologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica (SBOC). Atualmente é Supervisora da Residência de Oncologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Médica Oncologista Clínica do Hospital HCOR - Associação Beneficente Síria. Membro da European Society of Gynaecological Oncology (ESGO). Outras informações: clique aqui


Oncologia Clínica e Experimental - Hospital Universitário (HU2), 10º andar.

 

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