Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...
Glaucoma, o vilão silencioso da visão
Diagnóstico precoce pode evitar danos irreversíveis
O uso indiscriminado de algumas medicações, como corticoides, assim como traumas e inflamações oculares podem levar ao glaucoma.
Nesta sexta-feira (12/03) é celebrado o Dia Mundial do Glaucoma, doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e campo visual e muitas vezes não apresenta sintomas em sua fase inicial.
O glaucoma acomete entre 1% e 4% das pessoas acima de 40 anos, e essa prevalência aumenta com a idade em todas as populações estudadas. Mais raro, também existe glaucoma em jovens e cursa com evolução mais rápida e maior dificuldade de tratamento.
O que é glaucoma?
O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS); e a segunda causa entre todas as formas de cegueira, ficando atrás da catarata (que é reversível e tratada com cirurgia) e muito próxima das doenças da retina. É uma doença crônica e progressiva do nervo óptico, acompanhada, na maioria das vezes, por pressão dentro do olho acima dos níveis normais (21 mmHg).
Fatores de risco
A pressão ocular se eleva por uma dificuldade progressiva na drenagem do líquido dentro do olho denominado humor aquoso. A pressão ocular elevada é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento e progressão do glaucoma, além de ser o único fator passível de tratamento.
Outros fatores de risco incluem idade elevada, afrodescendência, miopia alta, história familiar da doença, entre outros.
A pressão elevada leva ao sofrimento de células no fundo do olho (células ganglionares da retina) responsáveis por levar o estímulo luminoso ao cérebro para que se possa enxergar. Quando essas células morrem, deixa-se de enxergar naquele ponto específico. Geralmente, ocorre da periferia para o centro do campo visão, levando, nas fases avançadas, à chamada “visão tubular”, dificultando as atividades do dia a dia. Somente nas fases finais há perda total da visão. Essa evolução costuma ser lenta na grande maioria das pessoas com glaucoma, e consegue-se retardá-la com o tratamento.
(Crédito: HOSP)
Diferenças entre glaucoma de ângulo aberto e de ângulo fechado
- Glaucoma primário de ângulo aberto:
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É o tipo mais comum, não apresenta sintomas até as fases mais avançadas da doença. Isto dificulta seu diagnóstico e, consequentemente, seu tratamento precoce;
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O diagnóstico e tratamento tardios são fatores de risco para cegueira pelo glaucoma. O tratamento é feito com o uso de colírios, laser ou cirurgia para redução da pressão ocular;
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Geralmente, pode-se alcançar sucesso com o tratamento clínico, desde que o paciente siga o tratamento adequadamente e não tenha contraindicação ou intolerância às medicações; mas, se não for possível, deve-se avaliar a opção com laser ou cirurgia.
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- Glaucoma primário de ângulo fechado:
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Geralmente ocorre em pessoas portadoras de hipermetropia, com olhos menores, em que a íris é mais próxima do cristalino na região da pupila e mais próxima do local de drenagem do líquido intraocular, dificultando a drenagem, com consequente aumento da pressão ocular;
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Esse glaucoma pode apresentar sintomas como dor ocular, embaçamento visual, visão de halos coloridos ao redor das luzes e dor de cabeça, sinalizando que a pressão ocular está elevada, quando todos esses sintomas são muito exacerbados e a pessoa precisa ir a um pronto-socorro para ser tratada imediatamente.
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Figuras adaptadas e traduzidas do original de Vistakom Pharmaceuticals Inc
Prevenção
A prevenção do glaucoma é feita com visitas regulares ao médico-oftalmologista, pois essa doença somente é diagnosticada durante o exame oftalmológico. Se a pessoa tem histórico familiar de glaucoma, miopia alta ou hipermetropia moderada ou alta deve ficar mais atenta.
A doença quando diagnosticada e tratada precocemente costuma ser bem controlada, preservando a visão dos pacientes.
Autores
Luiz Alberto Melo Jr
Médico especialista em Oftalmologia e chefe do Setor de Glaucoma do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui.
Ivan Maynart Tavares
Médico especialista em Oftalmologia, professor livre-docente e chefe do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui.
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