Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...
Outubro Rosa: quanto antes, melhor
O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura
Outubro Rosa é um movimento popular de conscientização sobre o câncer de mama que se iniciou nos anos 90 nos Estados Unidos (EUA) e têm como objetivos primordiais oferecer informações, facilitar acesso aos programas de rastreamento, promover o estilo de vida com o combate ao sedentarismo, obesidade, etilismo, tabagismo e, por fim, reduzir a mortalidade pela doença.
Início da campanha no Brasil
A informação é a melhor forma de agir, pois com o diagnóstico precoce a chance de cura pode chegar a 95%.
No Brasil, o movimento se iniciou em 2002 em São Paulo, com a iluminação do Obelisco do Ibirapuera na cor rosa. A partir de 2008 a ação ganhou força e ocorreu em várias capitais brasileiras. Hoje a campanha é incentivada, todos os anos, por entidades públicas e privadas, sociedades médicas e por ativistas a fim de melhorar as estatísticas relacionadas ao câncer de mama. O tema é complexo e é cercado por muitos mitos e medos. A informação é a melhor forma de agir, pois com o diagnóstico precoce a chance de cura pode chegar a 95%.
Os riscos e os cuidados
Vários fatores de risco estão associados com a doença. Existem fatores não modificáveis e os modificáveis. Acredita-se que ações para melhora da qualidade de vida atuem diretamente nos fatores modificáveis levando à redução da incidência da doença em até 40%.
NÃO MODIFICÁVEIS |
MODIFICÁVEIS |
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Figura: Fatores de Risco associados à incidência do Câncer de Mama
A mamografia é o exame mais eficaz para o rastreamento do câncer de mama. Deve ser realizado, em mulheres assintomáticas, todos os anos entre 40 e 69 anos. A mulher que apresenta sintomas deve procurar o médico independentemente da faixa etária ou do tempo que realizou o exame de rastreamento.
Os principais sintomas associados com o câncer de mama são:
- Nódulo: 60% das vezes a mulher nota a presença de nódulo mamário indolor, endurecido, que persiste independentemente da fase do ciclo menstrual;
- Alterações de pele: pode ocorrer retração da pele, afundamento do mamilo, surgir feridas e ocorrer alteração do contorno da mama;
- Fluxo papilar: saída de líquido pelo mamilo de forma espontânea, ou seja, sem que a mulher realize expressão, ou ainda, o líquido ter presença de sangue;
- Linfonodo axilar: presença de “gânglio” na axila, endurecido, indolor, que aumentou de tamanho.
Nas mulheres assintomáticas, as alterações no exame de imagem (mamografia), tal como a presença de microcalcificações agrupadas, nódulos ou alteração do tecido mamário podem ser achados iniciais do câncer de mama.
Quanto antes a mulher buscar ajuda médica o diagnóstico será mais precoce, logo as chances de cura serão maiores e o retorno às atividades cotidianas serão antecipadas.
Vale ressaltar que no Brasil a cobertura populacional pela mamografia está muito abaixo dos 70% que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda para o rastreamento populacional do câncer de mama. Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia mostraram que apenas 25% das mulheres que estão entre 40 e 69 anos de idade realizam o exame de rastreamento.
Diagnóstico antecipado gera chances de cura
A mulher que apresenta sintomas muitas vezes tem medo do diagnóstico e tratamento e posterga a consulta médica. Sempre que o diagnóstico for antecipado, o tratamento geralmente é menos agressivo e a chance de sucesso é maior. Em 2021 a Sociedade Brasileira de Mastologia utilizou o mote: QUANTO ANTES, MELHOR. Quanto antes a mulher buscar ajuda médica o diagnóstico será mais precoce, logo as chances de cura serão maiores e o retorno às atividades cotidianas serão antecipadas. Faça o rastreamento, procure seu médico e se houver dúvidas, QUANTO ANTES TIVER O DIAGNÓSTICO, MELHOR!
Gil Facina
Mastologista. Professor Associado Livre-Docente da Discplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina - EPM/Unifesp. Supervisor da Residência Médica do Programa de Mastologia da EPM/Unifesp. Vice-Chefe do Departamento de Ginecologia da EPM/Unifesp. Editor-chefe da Revista Mastology – Revista Oficial da Sociedade Brasileira de Mastologia. Membro Titular da Academia Brasileira de Mastologia. Especialista em Reconstrução Mamária. Outras informações: clique aqui
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