Publicado: Quarta, 08 de Junho de 2022, 15h00 |
Última atualização em Quarta, 15 de Junho de 2022, 12h11 |
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Mantenha sua carteira de vacinação sempre em dia
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No dia 09 de junho comemoramos o Dia Nacional da Imunização. Nesta data todas as pessoas, sociedade e gestores de saúde são convidados a refletir sobre a importância da vacinação para a saúde individual e coletiva.
Se hoje temos importantes avanços na longevidade, qualidade de vida e bem-estar podemos dizer que a imunização contribuiu muito para isso.(1,2) Seu objetivo principal é despertar a imunidade nas pessoas em forma de doenças, especialmente as transmissíveis, possam ser evitadas ou combatidas pelo organismo com segurança, causando menos danos à saúde do que à exposição direta à agentes desconhecidos pelo corpo.
Vidas salvas pelas vacinas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas salvam mais de três milhões de vidas todos os anos no mundo.(3) Isso é algo extraordinário e faz com que a vacinação seja uma política pública prioritária e fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer país.(4)
A vacinação ajudou a reduzir casos de várias doenças transmissíveis, como o sarampo. Ela também é uma das únicas estratégias para a erradicação de doenças no mundo. Fonte: Organização Mundial da Saúde.
No Brasil contamos com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) que, desde sua criação, em 1973, tem possibilitado a prevenção de importantes doenças transmissíveis como paralisia infantil, sarampo, tétano, coqueluche dentre outras.(4,5)
O PNI representa a seriedade e magnitude que a imunização tem e serve como balizador sobre as medidas de conservação, distribuição e aplicação das vacinas. Além disso, norteia profissionais de saúde do país todo na farmacovigilância dos produtos aplicados, incluindo o monitoramento de eventos adversos e adoção de medidas de tratamento.(6)
Cobertura de imunização total no Brasil (Fonte: Butantan)
Inclusive os eventos adversos costumam ser uma grande preocupação das pessoas em relação às vacinas. Porém, hoje os recursos biotecnológicos empregados tem garantido eventos raros e aumentado significativamente a segurança dos imunobiológicos.(7)
Eficiência e segurança
Vale lembrar que eficiência da imunização depende de múltiplos fatores tais como a predisposição genética e individual (algumas pessoas não conseguem produzir anticorpos, mesmo após a vacinação), o seguimento correto do calendário vacinal, de fatores ambientais (a maioria das vacinas não suporta temperaturas muito altas ou muito baixas, podendo perder sua capacidade de despertar resposta imunológica se acondicionadas de forma inadequada) e do tipo de cepas utilizadas na formulação (grupo de agentes infecciosos com pequenas diferenciações morfológicas ou fisiológicas).(5,8,9) De forma geral podemos dividir as vacinas nos seguintes grupos: terapêuticas (contra determinada doença pré-existente, como o câncer por exemplo, que estão em estudo e são apontadas como importantes ferramentas para o bem-estar e até a cura) e profiláticas (que são formulações contendo partículas dos agentes causadores das enfermidades ou o agente infeccioso propriamente dito, porém atenuado ou inativado em laboratório). Este segundo grupo são o foco do PNI, pois despertam no corpo uma resposta imunológica diante de um patógeno potencialmente agressivo, protegendo-o e também protegendo outras pessoas que, por alguma contraindicação, não podem se vacinar.(5,7,8)
Então podemos dizer que existe imunização por “rebanho”, porém não para todos os casos. Este é um fenômeno caracterizado como a proteção indireta contra algumas doenças transmissíveis às pessoas que não foram imunizadas. Porém, isso só ocorre quando a maioria da população já foi vacinada, fazendo com que a probabilidade de circulação de um agente seja substancialmente reduzida de forma. Portanto, ela só existe se houver adesão maciça por parte daqueles que não possuem contra indicações às vacinas.(8–10)
Apesar dos grandes avanços que têm ocorrido nas últimas três décadas, infelizmente nota-se uma corrente de pensamento de pessoas que defendem a não vacinação como uma importante medida de saúde pública.(9,11) Os argumentos são variados, indo de fatores alimentares ao direito de escolha em receber ou não um imunobiológico. Todas as alegações têm seu peso e valor, porém é necessário que, por vezes, os valores coletivos maiores (como o direito à saúde) sejam priorizados em detrimento aos ideais individuais.(3,5,8)
Assim, todos(as) são convidados na data de hoje a refletir sobre a magnitude da imunização e contribuir para a redução e erradicação de doenças, especialmente as imunopreveníveis.
Professor Adjunto do Departamento de Saúde Coletiva da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp. Graduado em Enfermagem (2001). Especialista em Infectologia e Epidemiologia (2003) e Saúde Pública (2012). Possui Mestrado (2005) e Doutorado (2012) pela Escola Paulista de Enfermagem, Unifesp. Pós-doutor em Ciências (2020). Docente orientador do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Unifesp e pesquisador do Grupo de Estudos em Epidemiologia, Revisão Sistemática e Políticas em Saúde. Outras informações: clique aqui
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