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Dia da Médica e do Médico

Publicado: Segunda, 17 de Outubro de 2022, 16h00 | Última atualização em Quarta, 26 de Outubro de 2022, 09h17 | Acessos: 17693

 

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Como médico, filho de médico e professor de Medicina, recebi com muita honra esse convite do Campus São Paulo da Unifesp para escrever sobre este 18 de outubro, o Dia do(a) Médico(a), o Dia de São Lucas, nosso padroeiro, evangelista e médico com grande espírito humanista.

Imaginem se São Lucas transpusesse dois mil anos e andasse hoje pelo nosso Campus e olhasse para os médicos e as médicas formados nesses quase 90 anos da Escola Paulista de Medicina (EPM). Penso que teria orgulho, que mesmo com tantas dificuldades que tivemos nesse período, nos veria com um olhar de felicidade, pelo que fomos e fizemos desde a nossa fundação.

Veria que o arsenal que dispõe o médico de hoje mudou muito, ficaria deslumbrado vendo que temos vacinas, computadores, conseguimos prevenir doenças, desenvolvemos medicamentos, sabemos diagnosticar e tratar, e operamos com tecnologias inimagináveis em sua época.

 

 

sao lucas

Evangelista São Lucas

 

A nossa Escola, certamente colaborou muito nesse crescimento, com seus pesquisadores, clínicos, cirurgiões, pediatras, ginecologistas. Poderia citar todas as especialidades, pois a medicina evoluiu muito e tivemos que nos especializar e atualizar sempre, para errar menos e curar mais, mas a EPM não abandonou o todo, isto é, a fundamental formação básica do médico generalista. Se hoje temos inovação e tecnologia, não nos esquecemos do médico que tem paciência para ouvir, conversar, examinar e cumprimentar seus pacientes, além de assumir um compromisso político e social.

Por mais que existam dificuldades técnicas, financeiras ou mesmo de reconhecimento do trabalho; o prazer de conseguir ajudar, amparar, quando possível curar, e poder ver a gratidão nos olhos de quem sofre, reverte o seu próprio sofrimento e o faz seguir em frente na profissão e na missão.

Imaginei São Lucas andando pelo Campus e conversando com nossos médicos de hoje e dos últimos 90 anos, acho que se sentiria bem; veria que não nos afastamos do ideal dos nossos fundadores e do espírito do médico de dois mil anos atrás. Veria que jovens, assim como os formados há muitos anos, têm os mesmos objetivos e muitas vezes os mesmos sonhos. Sonham serem respeitados, sonham serem reconhecidos, sonham serem úteis; e querem muito minimizar a dor tanto a física como a mental, assim como a angústia, a aflição e o sofrimento de quem deles se aproximam.

E o tempo passou, superamos pandemias e o médico deixou de poder resolver tudo apenas com a ajuda das suas mãos e do seu pensamento, aprendeu a trabalhar em grupo, a valorizar a tecnologia, os exames subsidiários e a incorporar o convívio com equipes tanto médicas como multiprofissionais; mas se há algo que me anima muito, é poder ver e imaginar que nesses dois mil anos, desde os tempos do nosso padroeiro, e particularmente nesses 90 anos da EPM, o ideal de Ser Médico continua inabalável. Por mais que existam dificuldades técnicas, financeiras ou mesmo de reconhecimento do trabalho; o prazer de conseguir ajudar, amparar, quando possível curar, e poder ver a gratidão nos olhos de quem sofre, reverte o seu próprio sofrimento e o faz seguir em frente na profissão e na missão.

E assim, espero que quando São Lucas resolver voltar ao nosso Campus nos próximos 100 anos da EPM, continue com o exemplo e a certeza de que quando a medicina pouco pode fazer, aí surge mais forte e será cada vez mais importante a presença do Verdadeiro Médico e da Verdadeira Médica.

Parabéns!

Joao Alessio Juliano Perfeito

 

Por João Aléssio Juliano Perfeito


Professor Associado da Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina – EPM/Unifesp. Outras informações, clique aqui.

 

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