Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Pesquisadores da Unifesp desenvolvem novo biomaterial efetivo e seguro no tratamento de peixes

Publicado: Quinta, 19 de Outubro de 2023, 13h52 | Última atualização em Segunda, 30 de Outubro de 2023, 14h02 | Acessos: 7023

O novo biomaterial poderá ajudar a prevenir a resistência microbiana e, ao mesmo tempo, reduz o desperdício e a poluição causados pelo excesso de fármacos na água

Ouça acima o conteúdo deste artigo.

O trabalho coordenado pelo professor Omar Mertins, do Departamento de Biofísica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), com coautoria de Patrick Mathews Delgado, pós-doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia Molecular na EPM/Unifesp resultou no desenvolvimento de um novo biomaterial. A biopartícula desenvolvida viabiliza a administração direta de medicamentos no intestino de peixes, ajudando a enfrentar a resistência microbiana aos antibióticos convencionais, por exemplo e, ao mesmo tempo, mostrou-se altamente palatável aos animais, o que pode aumentar a efetividade dos tratamentos e reduzir o problema de desperdício e poluição inerentes à administração de medicamentos para peixes. Os resultados desse trabalho foram recentemente publicados na revista Biomaterials Advances.

O resultado sugere o potencial do material como um meio para administrar medicamentos em diferentes espécies de peixes, levando ao pedido de patente de uma das formulações.

A base da biopartícula é a quitosana e no alginato, ingredientes de origem natural amplamente utilizados na indústria e na pesquisa. A quitosana, extraída da carapaça de crustáceos, e o alginato, derivado de algas. A formulação incorpora também a arginina, um aminoácido encontrado em vários alimentos, juntamente com um peptídeo antimicrobiano obtido de um aracnídeo identificado no Sudeste do Brasil.

A eficácia foi avaliada por meio de testes em peixes ornamentais amazônicos da espécie Corydoras schwartzi. Durante um período de oito dias, os peixes receberam a administração da biopartícula. As análises dos intestinos revelaram que a biopartícula penetrava profundamente nas células epiteliais e nas camadas mais internas do órgão. Diversos métodos de teste confirmaram que a biopartícula não causava toxicidade nem qualquer outro tipo de dano. Adicionalmente, exames das células sanguíneas dos peixes corroboraram essas descobertas, destacando a segurança e eficácia da biopartícula.

 

 

biomaterial para peixes

Pesquisador administra biomaterial a peixes ornamentais amazônicos. Biopartícula foi bem recebida pelos animais, abrindo caminho para uso em espécies de consumo humano (Imagem: Omar Mertins)

 

Em um estudo prévio, os pesquisadores testaram as propriedades de uma formulação semelhante destinada a combater parasitas encontrados na mesma espécie de peixe. Nessa pesquisa, a substância transportada foi o anti-helmíntico praziquantel, frequentemente usado no tratamento de infecções por vermes.

Os pesquisadores agora planejam avançar seus estudos e testar essas formulações no tratamento de parasitas em peixes consumidos por seres humanos, como a tilápia (Oreochromis niloticus) e o tambaqui (Colossoma macropomum). Um estudo de 2017, conduzido por um grupo distinto de pesquisadores, estimou prejuízos anuais significativos, totalizando US$ 84 milhões, devido à morte de peixes causada por doenças em criações comerciais no Brasil.

 

O artigo Antibacterial polypeptide-bioparticle for oral administration: Powder formulation, palatability and in vivo toxicity approach pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2772950823002480.

 

* Com informações da Agência Fapesp

 

 

 

 

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página