Obra traz Informações para portadores e familiares
Dia Mundial da Imunização
E você, anda em dia com as vacinas?
O Dia Mundial da Imunização é celebrado anualmente em 9 de junho. O principal objetivo desta data é conscientizar a população sobre a importância de manter as principais vacinações contra certas doenças em dia, diminuindo a probabilidade de contrair enfermidades como a caxumba, o sarampo, o tétano, a gripe, entre outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que “a imunização salva milhões de vidas e é amplamente reconhecida como uma das intervenções globais em saúde de maior sucesso e mais economicamente viáveis”. Por isso, a vacina ainda é o melhor método para evitar doenças que já mataram milhões em todo o mundo e agora estão extintas. (Fonte: Calendarr Brasil)
Programa Brasileiro
O programa brasileiro é um dos maiores do mundo, sendo reconhecido nacional e internacionalmente.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 18 de setembro de 1973, tem como principal missão reduzir a morbimortalidade por doenças imunopreveníveis (que podem ser evitadas de forma eficaz através de vacinas), com fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção em saúde da população brasileira.
O PNI atende a toda população brasileira, atualmente estimada em 211,8 milhões de pessoas, sendo um patrimônio do estado brasileiro, mantido pelo comprometimento e dedicação de profissionais da saúde, gestores e de toda a população. São 47 anos de ampla expertise em vacinação em massa e está preparado para promover a vacinação contra a Covid-19.
Figura representativa dos números relacionados ao Programa Nacional de Imunização (PNI): investimentos, doses distribuídas, tipos de vacinas, salas de vacinação, cobertura vacinal, centros de referência e laboratórios públicos produtores de vacinas. (Fonte: Profissão BioTec)
Impacto das vacinas na saúde pública
Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização apontam uma queda na taxa geral de cobertura vacinal no ano de 2020, com 66,6%, comparado ao ano de 2019, com uma taxa de 79,12%, queda nas coberturas vacinais durante a pandemia da Covid-19 foi um fenômeno sentido globalmente. Em 2020, no Brasil, nenhuma meta de cobertura vacinal foi atingida, um dado histórico e experiências prévias apontam que situações de grandes desafios para saúde pública impactam as ações e estratégias contínuas de imunização.
As Agências de Saúde Internacionais e Nacional salientam para a necessidade de continuidade das estratégias de vacinação, um programa e serviço essencial e não deve ser descontinuada em nenhum momento durante a pandemia da Covid -19. As baixas coberturas vacinais são um importante problema de saúde pública por aumentar a taxa de suscetíveis e circulação de doenças imunopreveníveis, com consequências no recrudescimento de doenças e demandas para os serviços de saúde, especialmente na população mais vulnerável - crianças, idosos e indivíduos imunocomprometidos.
Coberturas vacinais no Brasil são baixas e heterogêneas, mostram informações do PNI. A redução na cobertura vacinal é um fato preocupante pois deixa a população exposta a doenças, que podem gerar sequelas graves, e que podem sobrecarregar o sistema público de saúde. Um risco desnecessário já que as vacinas que previnem essas doenças são oferecidas gratuitamente pelo SUS. (Fonte: SBIM)
Estratégias e boas práticas em prol do alcance da meta de vacinação
Universidades, hospitais universitários brasileiros, centros de formação e qualificação de profissionais, bem como de produção de conhecimento, têm importante papel no enfrentamento desta situação e trabalhar para o alcance das metas em imunização para a população brasileira.
Para que os profissionais de saúde possam desempenhar suas funções com segurança, é necessário que sejam disponibilizadas condições organizacionais e ferramentas de trabalho com tecnologias adequadas. Neste sentido, um dos esforços da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (EPE/Unifesp) é sistematizar, uniformizar e divulgar as boas práticas em vacinação, dentro das possibilidades atuais, articulando ações de ensino, pesquisa, extensão e assistência com ações desde a graduação, trabalho voluntário, pesquisas e cursos para a comunidade.
Além das estratégias técnicas, devemos trabalhar e aperfeiçoar a confiança nas vacinas junto à população e profissionais de saúde. Um programa de vacinação bem-sucedido só pode ser alcançado quando houver transparência no processo de tomada de decisão, consciência de como a segurança da vacina, monitoramento da segurança e equilíbrio da relação risco-benefício. Para tal, há necessidade de profissionais comprometidos nas notificações e seguimento pós vacinal, associado à informação clara e precisa para a comunidade.
Diante dos desafios para garantirmos as metas adequadas de imunização para a população, acesso e organização dos serviços no contexto da pandemia e outras situações de surto e emergências em Saúde Pública devemos estar capacitados e preparados para garantir que todas as oportunidades de imunização sejam otimizadas, como vacinações simultâneas já preconizadas, ampliar o treinamento para locais alternativos e seguros para aplicação de vacinas, antecipação de campanhas de vacinação, ajustes nos calendários conforme os protocolos nacionais/regionais e estratégias ampliadas de vacinação com fortalecimento das campanhas extramuros e organização do fluxo de vacinação para minimização dos risco de erros em imunização.
Estratégias de vacinação devem ser planejadas nas instâncias locais com o mapeamento da população-alvo, análise de captação e adesão de cada grupo para como alcançar a meta de vacinação definida para os grupos prioritários, sendo fundamental ter informação sobre a população adscrita, supervisão dos insumos necessários e quantitativos, planejar pontos extramuros se necessário para evitar aglomerações e melhorar as condições de acesso da população, controle de toda a cadeia de frio dos imunobiológicos e realizar as ações de farmacovigilância.
Por Monica Taminato
Professora adjunta do Departamento de Saúde Coletiva da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (EPE/Unifesp). Vice-coordenadora da Câmara de Pós-graduação e Pesquisa da EPE/Unifesp e orientadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Unifesp. Possui graduação em Enfermagem (EPE/Unifesp, 2002), especialização em Saúde Pública (Unifesp, 2004), nestrado em Enfermagem na Saúde do Adulto (Unifesp, 2008) e doutorado em Enfermagem (Unifesp. 2013). Outras informações, clique aqui.
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