Dia do Cardiologista: Nosso coração bate mais forte por você
Data reforça a atenção à saúde como forma de evitar problemas cardiovasculares
Uma data estabelecida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em 2007, a fim de valorizar este profissional e relembrar a importância da saúde do coração. A data também coincide com a fundação da própria SBC, em 1943.
O dia 14 de agosto é marcado pelo Dia do Cardiologista. Na verdade, caberia aqui uma inversão, deveria ser comemorado o dia do cardiopata, pois só em função do paciente cardíaco se justifica o cardiologista.
O coração foi identificado em diferentes culturas e desde épocas muito antigas como a sede da alma, do intelecto, da vida e do próprio ser.
Nestes nossos tempos, menos poéticos e mais científicos, verificamos que as doenças que acometem o coração são as maiores responsáveis pelas mortes de homens e mulheres após os quarenta anos de idade.
Dentre essas doenças, a mais prevalente é a doença aterosclerótica coronária, ou seja, a formação de placas de aterosclerose nas artérias do coração, as artérias coronárias, que obstruem a passagem do sangue e levam à isquemia do músculo cardíaco.
Além da obstrução crônica estas placas podem sofrer um processo de ruptura que leva à formação de um coágulo de sangue sobre a placa e a obstrução total do fluxo sanguíneo de forma súbita, a consequência deste fenômeno é o infarto agudo do miocárdio, principal causa de morte nas sociedades ocidentais.
Aterosclerose: formação de trombos (coágulos) na corrente sanguínea à partir da formação de placas de gordura. Ilustração: MSSA/Shutterstock.com
Fatores de risco
Para mantermos nossas artérias e nosso coração são, devemos diminuir os chamados fatores de risco.
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Fatores de risco não modificáveis: história familiar e sexo masculino são exemplos, homens tem maior tendência de desenvolver doença coronária e indivíduos que descrevem na família muitos parentes próximos com infarto ou acidentes vascular cerebrais na família estão mais propensos a desenvolver doença aterosclerótica. Mulheres após a menopausa estão sob maior risco também.
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Fatores de risco modificáveis: sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial, níveis altos de colesterol e triglicerídeos, obesidade e diabetes são os fatores de risco que podem ser controlados, tratados ou modificados para que se diminua o risco das complicações cardíacas da aterosclerose.
American College of Cardiology (Imagem disponível em: SEGS)
A importância de conhecer “nossos números”
Todos nós devemos saber “nossos números”, quanto é seu colesterol, triglicerídeos, pressão arterial, nível de glicose no sangue. É um dever e uma obrigação de nós para nós mesmos e nosso coração agradece. Devemos sempre ter a preocupação se estamos nos exercitando, cuidando do peso e do stress do dia a dia, se estamos ingerindo alimentos saudáveis, pouco álcool e se conseguimos nos manter afastados do tabagismo.
Hipertensão, diabetes e colesterol elevados são silenciosos por si só. Não causam dor ou desconforto por si mesmo, mas aceleram a doença aterosclerótica que quando se manifesta vem de forma súbita e muitas vezes mortal.
Cuidar do coração faz bem
Não devemos esperar o primeiro sintoma para procurar ajuda, conhecer “nossos números” e ter uma avaliação cardiológica rotineira é a melhor forma de ajudar nosso coração a seguir saudável.
Indivíduos que nasceram com defeitos na anatomia do coração, são os chamados portadores de cardiopatias congênitas, para muito destas malformações há tratamentos cirúrgicos ou clínicos que proporcionam uma maior expectativa e uma melhor qualidade de vida.
O mesmo vale para os pacientes com problemas nas válvulas cardíacas ou que sofrem de distúrbios do ritmo do coração, procurar tratamento precoce e seguir as orientações de um cardiologista aumenta a sobrevida e a qualidade de vida.
No Brasil, em muitas regiões, ainda convivemos com o flagelo da doença de Chagas, doença infecciosa que ataca o coração. Diagnóstico precoce e acompanhamento com o cardiologista amenizam os danos causados pela ação do parasita.
Na Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), dispomos de especialistas de todas as áreas da cardiologia que podem indicar os melhores tratamentos para cada situação específica.
Cuide muito bem do seu coração, ele começou a trabalhar na terceira semana de desenvolvimento da vida uterina e vai acompanhar você por toda a sua vida.
Imagem: Pinterest
Por Iran Gonçalves Junior
Médico cardiologista e chefe da Unidade Coronária e do Pronto Socorro de Cardiologia do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (HSP/HU Unifesp). Supervisor do Programa de Residência Médica em Cardiologia e do Mestrado Profissional Associado à Residência Médica da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cardiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: epidemiologia clínica, urgências cardiológicas, clinical epidemiology, controle de qualidade e infarto agudo do miocárdio. Outras informações, clique aqui.
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