Infraestrutura didática e Centro de Habilidades e de Simulação: cenário e perspectivas
Oficina de trabalho abordou a situação atual e as perspectivas a serem trabalhadas no Plano Diretor de Infraestrutura do Campus São Paulo
Por Loane Carvalho
A oficina de trabalho do Plano Diretor de Infraestrutura do Campus São Paulo (PDInfra–CSP) do dia 14 de outubro, segundo encontro dentro dos Temas 3 e 4 - Organização de espaços para atividades didáticas e de pesquisa, tratou da “Situação atual de infraestrutura didática. Centro de Habilidades e de Simulação; Perspectivas.”
Os “desafios de organizar as atividades didáticas, pensando nos próximos 5, 10 e 20 anos, começaram a ser trabalhados na primeira oficina desse tema, na qual foram apresentados dados de nossa instituição e o que se pretende para o futuro, quais são os problemas, e os desafios relacionados à área acadêmica para basear as discussões em relação à infraestrutura que precisamos”, informou Beatriz Amaral de Castilho, coordenadora da Comissão do PDInfra do CSP.
A coordenadora do Centro de Ensino de Habilidades e Simulação Helena Nader, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Tânia Arena Moreira Domingues, apresentou o que se pensa a respeito da questão do treinamento e simulação, questões críticas do treinamento dos alunos, da Enfermagem e da Medicina.
A Profa. Tânia assumiu a coordenação do Centro em março de 2015. “As atividades do Centro de Habilidades começaram com a Profa. Helena Nader, pró-reitora de Graduação de 1999-2003. Ela acreditava que poderia fazer o ensino médico de uma forma diferente”, segundo dados apresentados pela coordenadora. Nesse primeiro semestre de 2016, o Centro mudou da Rua Estado de Israel, 289, para o terceiro andar do prédio Octávio de Carvalho. “Com esta mudança veio o pensamento estratégico de como estruturar o Centro de Habilidades e Simulação. Com a reforma parcialmente concluída, em agosto se iniciaram as atividades da graduação, funcionando de segunda a sexta, das 7 às 18 horas”, complementa.
Tânia Domingues, coordenadora do Centro de Ensino, durante apresentação na oficina de trabalho do PDInfra
O espaço tem 370 m², uma enfermaria com cinco leitos, duas salas de simulação, duas salas de debriefing, uma sala de controle, quatro salas de habilidades (com capacidade para 20 alunos cada uma), dois consultórios, uma sala de reunião, todo material fotografado e catalogado com número de patrimônio, 90 tipos de equipamentos e simuladores; são aproximadamente 400 itens.
A simulação, conforme Tânia, “é um processo de instrução que substitui o encontro com pacientes reais por modelos artificiais, atores profissionais ou realidade virtual, replicando cenários de cuidados a pacientes em um ambiente próximo da realidade com objetivo de analisar e refletir sobre as ações realizadas de forma segura, onde há a possibilidade do erro sem o prejuízo à saúde do paciente”.
Na área da saúde, como existem muitas condutas diferentes para a mesma situação, é difícil de estabelecer um padrão. O objetivo da simulação é desenvolver habilidades, treinar tarefas complexas e treinar tomada de decisão. As contribuições da simulação, segundo relato da professora adjunta do Departamento de Enfermagem Clínica e Cirúrgica, são: os erros são aceitáveis e sem risco, a aprendizagem é interativa e inclui feedback imediato, desenvolvem-se competência de liderança e de comunicação e habilidades psicomotoras.
Na continuidade, Tânia expôs o que está sendo realizado no Centro, incluindo o treinamento do docente para essa estratégia de ensino (subsidiar curso de formação de instrutor em simulação), elaboração de projetos de parcerias com empresas que tenham recursos de tecnologia para propiciar o ensino ao aluno, quais são as melhores práticas para os procedimentos, e que os discentes tenham a oportunidade de aprender o que é correto. “Estamos desenvolvendo protocolos para simulação e habilidades, para que o aluno aprenda o que vai ser desenvolvido no hospital. Está sendo elaborado o site do Centro no qual serão inseridos os documentos de protocolos, todos os itens de equipamentos fotografados com acesso público para que o professor que se interessar por esta área organize suas aulas utilizando o que está disponível”, ressaltou.
Dentro do Centro de Ensino é possível desenvolver situações e simulações que muitas vezes o aluno pode não ver na prática. Segundo a coordenadora, “o centro ainda requer recursos humanos - uma enfermeira de segunda a sexta, um técnico de informática para controle de sistema de áudio e vídeo (toda simulação precisa ter os dados inseridos em sistema próprio do simulador), auxiliares de enfermagem para a preparação das salas e docentes capacitados com a metodologia; contrato de manutenção para os equipamentos, equipamentos de áudio e vídeo para estratégias, equipamentos para atividades mais complexas (cirurgia, endoscopia, ultrassom), um carro de medicação e maior espaço físico para estas atividades”.
A seguir, Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrão, professora associada do Departamento de Enfermagem na Saúde da Mulher, relatou brevemente a retrospectiva das discussões sobre a utilização do espaço acadêmico, que já vem acontecendo desde 2014. “Solicitamos, em 2016, que os coordenadores dos cursos de graduação visualizassem e fizessem a atualização do que foi enviado em termos de demanda, para que pudéssemos fazer a seguinte reflexão: o que é que os cursos estão pensando em termos de necessidade e o que é que existe hoje na Universidade, em termos de espaço acadêmico.”
O Centro de Habilidades é um dos espaços que entra na discussão do que “temos que repensar, não é porque ele mudou de local que ele é suficiente, adequado e vai atender às nossas necessidades. Temos que pensar inclusive num centro maior do que se propôs. Hoje, ele foi transferido para outro espaço com o intuito de resolver temporariamente o problema de locação e adequação física”, complementou.
Espaços didáticos
A chefe da Divisão de Serviços Gerais do Campus São Paulo, Silmara Souza de Siqueira, trouxe a situação atual da utilização dos Anfiteatros e dos Laboratórios Didáticos administrados pela Diretoria do Campus São Paulo.
Silmara apresentou o estudo feito considerando o primeiro semestre de 2016 e o segundo de 2015. “Hoje, nós temos 30 salas sob gestão do Campus São Paulo, o que totaliza 2.420 assentos; das salas que não estão sob gestão da Diretoria desse Campus não foram contabilizados neste relatório, 21 estão em edifícios próprios da Universidade, e somam aproximadamente 1.200 lugares.”
Os dados foram obtidos para as horas efetivamente utilizadas de anfiteatros, dentro de período letivo. Somente 5% das reservas não foram utilizadas. “A taxa de utilização de anfiteatros no período da manhã foi de 74%, no primeiro semestre e 69% no segundo semestre; temos uma utilização bem expressiva no período noturno, e aos sábados também”, conforme apresentou Silmara. O período da tarde fica com cerca de 50% de utilização apenas. A utilização dos laboratórios acadêmicos, espaços localizados no subsolo do Edifício Octávio de Carvalho e Lemos Torres, é em média de cerca de 20% do horário disponível.
Ao término da apresentação, Silmara compartilhou com os presentes algumas observações feitas pela equipe responsável pelas reservas desses anfiteatros. A dificuldade encontrada pelos docentes para reservas na parte da manhã é explicada por Silmara: “A taxa de utilização no período da manhã não totaliza 100% por conta da diferença dos dias da semana. Terças e quintas, os anfiteatros ficam extremamente lotados; e segunda, quarta e sexta tem menor procura, o que impactou no resultado do relatório". Observou também que “os anfiteatros de maior porte têm sido utilizados para pequenos grupos; este estudo mostrou que temos falta de anfiteatros menores.”
Beatriz ressaltou que “os números trazem a possibilidade de tentar readequar as agendas. Temos que refletir como podemos organizar as agendas na graduação, pós-graduação, e nas reuniões de grupos de departamentos para melhorar a situação atual. Para isso, também é importante ter visibilidade da grade dos anfiteatros que não estão sob a nossa gestão".
Antes do encerramento do encontro, a discussão abordou a necessidade de ter ou não outros espaços e a forma desses novos espaços didáticos frente aos planos dos cursos de graduação da Escola Paulista de Enfermagem e Escola Paulista de Medicina.
A etapa aberta para discussão foi mediada pela coordenadora da Comissão do PDInfra-CSP, Beatriz de Castilho (segunda da esq. para a dir.)
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