Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos
Semana Mundial da Amamentação - 1 a 7 de agosto de 2021
A Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam) é considerada uma oportunidade de se promover amamentação e a sua divulgação, que nesta semana sendo feita de forma mais intensa nas várias mídias, venha a chamar a atenção de toda a população para a importância da amamentação ser adotada de forma universal, pois o leite materno é a única melhor maneira de se alimentar um lactente. Sendo recomendada se possível, iniciando já na primeira hora de vida e que se mantenha como alimento único e exclusivo até o 6º mês de vida, quando a partir de então será mantido com o acréscimo dos alimentos complementares adequados a dieta, por até dois anos ou mais, se mãe e criança assim o desejarem.
Apoio e incentivo
(Crédito: Waba.org)
A Waba define, a cada ano, o tema a ser trabalhado na semana, lançando materiais que são traduzidos em 14 idiomas. O tema deste ano é: - “Proteger a Amamentação: Uma Responsabilidade de Todos”.
A Smam é comemorada anualmente em 120 países, de 1 a 7 de agosto, desde 1992 há 29 anos, com temas anuais de incentivo e apoio a amamentação, é uma estratégia de promoção à amamentação e coordenada pela World Alliance for Breastfeeding Action (Waba), Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação, que reúne todos os que lutam pela promoção, apoio e defesa do aleitamento materno, nos níveis internacional, nacional, regional e comunitário.
Todos os que estão comprometidos com a cultura da amamentação podem fazer parte da Waba; organizações não-governamentais, ativistas, grupos comunitários, profissionais de saúde, professores, associações profissionais, jornalistas etc.
Em 2016, foi considerada que a comemoração da Smam está dentro dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) sendo a partir de então denominada Smam-ODS. E, no ano de 2018, a Assembleia Mundial de Saúde endossou a Smam como uma estratégia de promoção à amamentação.
Meta ainda não alcançada
A prática do aleitamento materno vem aumentando, mas ainda está muito abaixo da meta, atualmente segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, 2019) apenas 40% das crianças menores de 6 meses são amamentadas exclusivamente como recomendado, muito abaixo da meta de 70% almejada para 2030. E para que possamos atingir maior adesão permitindo que todas as crianças e suas mães possam se beneficiar das inúmeras vantagens para a saúde da criança e de sua mãe tanto a curto, como a médio e longo prazo na vida.
Os benefícios da prática do aleitamento materno, que tem seus reflexos na saúde do indivíduo, para que possamos usufruir de tantas vantagens que esta forma alimentar fornece ao indivíduo é preciso informar e esclarecer as gestantes, e mães que somente o leite materno é feito especialmente para o seu bebê.
O leite materno tem tudo de que o bebê precisa até o sexto mês de vida. Quando recebe só leite materno, não precisa consumir chá, sucos ou água. O leite materno já contém a água de que o bebê necessita, mesmo em locais muito quentes. (Fonte: Unicef)
Alimentação na medida certa
Convocamos todos, para que se envolvam na sua responsabilidade de apoiar, informar e proteger a amamentação garantindo um futuro melhor em saúde e habilidades à criança que será o homem do novo mundo.
As pesquisas científicas nos apontam que ao mamar a criança emite mensagens da sua boca, ao complexo aréolo-mamilar da mãe, e que por via nervosa, essas mensagens chegam ao cérebro materno, onde são decodificadas e ao ser produzido o leite da próxima mamada, aqueles componentes que informou estar precisando já vem em quantidade adequada para atender as necessidades do lactente. Este ajuste tão perfeito jamais poderá ser produzido pela indústria.
O leite materno oferece vários sabores no decorrer de uma mesma mamada. Tem substâncias específicas para o desenvolvimento cerebral, do sistema digestivo e da imunidade. Previne ainda várias doenças crônicas na vida adulta; obesidade, diabetes, hipertensão, certos tipos de câncer, doenças alérgicas enfim são tantos os benefícios que não conseguiremos descrever senão em vários livros, todas as pesquisas e estudos que vêm se acumulando nas universidades sobre o leite humano, feito especialmente ao seu bebê...
Amamentar é benéfico tanto para o bebê quanto para a mãe. (Ilustração: Priscila Barbosa/Saúde é Vital)
Por Lélia Cardamone Gouvêa
Médica pediatra com especialização em Nutrição Infantil pela Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp, 1990), mestrado em Pediatria (EPM/Unifesp, 1993) e doutorado em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria (EPM/Unifesp, 1998). Título de especialista em Pediatria e em Nutrologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Professora comissionada no Centro do Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde (Cedess/Unifesp). É membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (desde 1983). Tem experiência em Pediatria Ambulatorial e Puericultura e em projetos sociais de incentivo e promoção à amamentação. Educação em Saúde. Ensino e pesquisa. Outras informações, clique aqui.
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