Biomédico: uma profissão a serviço da saúde
Cuidado e dedicação estão no seu DNA
O Decreto de Lei nº 11.339, de 3 de agosto de 2006, institui o dia 20 de novembro como Dia Nacional do Biomédico, data em que a profissão foi regularizada no Brasil, através do Projeto de Lei nº 6.684 de 3 de setembro de 1979.
Você sabe o que faz um profissional graduado em Biomedicina? Sabe qual a importância desta área da saúde? Convidamos Taiza Stumpp, professora associada da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), onde atuou como coordenadora do curso de Biomedicina na gestão de 2016 a 2020, para responder estas e outras questões relacionadas à profissão.
O que faz um Biomédico?
Por mais que esta pergunta desencadeie uma reação de irritação ou mesmo desânimo, ela nos traz duas oportunidades interessantes. A primeira, é a possibilidade de discorrer longamente sobre as inúmeras frentes nas quais pode atuar e mostrar como este profissional vem sendo importante em diferentes esferas da área da saúde e da pesquisa científica. A segunda, trata-se da oportunidade de mostrar como o Biomédico – e aqui trata-se especialmente do Biomédico com o perfil desenvolvido pelo curso da EPM/Unifesp – é um dos profissionais com mais amplo e diversos futuros dentro da área da saúde.
Qual a sua importância?
Podemos mencionar sua importância em procedimentos de diagnóstico (exames de imagem, análises bioquímicas, análises moleculares e genéticas etc.), no jornalismo científico, na gestão de laboratórios, hospitais e indústrias e nas mais diversas áreas de pesquisa científica básica e clínica.
Nos últimos anos a introdução de novas tecnologias nas áreas das ciências biológicas e da saúde vem ocorrendo de forma avassaladora no âmbito internacional e nacional, o que nos traz a demanda por profissionais ainda não disponíveis (ou muito raros!) no Brasil. Claramente esses profissionais precisam ter boa formação nas ciências básicas e formação em pesquisa científica para que sejam capazes de responder aos desafios que nos são postos e também para que possam ser atores do desenvolvimento científico e tecnológico que vem conduzindo a evolução social e cultural em velocidade jamais vista.
É impossível não abordar as demandas mais recentes impostas pela pandemia de Covid-19, que trouxe a necessidade pungente de termos profissionais preparados para lidar com calamidades como esta e, principalmente, para buscar evitá-las.
Quais são as perspectivas e desafios futuros para os Biomédicos e para os cursos de Biomedicina?
O crescimento e a modernização da profissão do Biomédico estão totalmente relacionados a esta capacidade de estar sempre atento e atualizado.
A própria amplitude de possibilidades de atuação dessa profissão tão versátil traz consigo a necessidade de atenção constante aos direcionamentos da ciência, da Medicina e das tecnologias em saúde e às constantes e rápidas alterações das demandas da sociedade.
É fundamental que a graduação em Biomedicina busque interação com a pós-graduação da mesma e de outras instituições. É fundamental também que a formação do Biomédico esteja em constante interação com as diversas esferas da sociedade para que se possa contextualizar e compreender sua atuação e sua importância, e também para que esta profissão continue evoluindo, desenvolvendo todas as suas possibilidades e sendo também direcionador do desenvolvimento da ciência e da saúde no Brasil.
O curso na Unifesp
O curso de Biomedicina, oferecido no Campus São Paulo da Unifesp, visa formar profissionais direcionados à pesquisa científica nas diferentes áreas biomédicas, mas também possibilita, em paralelo, a formação em diferentes áreas incluídas nas habilitações concedidas pelo Conselho Regional de Biomedicina (CRBM). O curso proporciona sólidos conhecimentos dos aspectos básicos da biologia humana, bem como dos processos fisiológicos e patológicos. Os três primeiros anos estão relacionados à aquisição de conhecimentos básicos necessários para a formação do Biomédico. No 7º e 8º semestres o aluno se dedica ao desenvolvimento de projeto de pesquisa individual, em uma especialidade de sua escolha e sob a orientação de um pesquisador na área pretendida. Ainda no 7º e 8º semestres, além de escolher o campo da pesquisa científica de seu interesse, o aluno também direciona sua formação para uma das áreas tradicionais da Biomedicina, como Análises Clínicas e Reprodução Humana.
Taiza Stumpp
Professora Associdada da Disciplina de Biologia de Desenvolvimento da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Pós-doutora em Genética pelo Medical Research Council - Human Genetics Unit (University of Edinburgh. Foi coordenadora do curso de Biomedicina da EPM/Unifesp de 2016 a 2020. Chefe do Laboratório de Biologia da Reprodução e do Desenvolvimento da EPM/Unifesp desde 2017. Atua na linha de pesquisa em Epigenética Biopsicossocial e sua Herança via espermatozoides em colaboração com instituições brasileiras (USP e UFABC) e internacionais (University of British Columbia). Outras informações, clique aqui.