Janeiro Roxo: Perguntas frequentes sobre a Hanseníase
Material criado por alunos da graduação de Medicina sob orientação do Prof. Dr. Marcos César Florian.
O que é o Janeiro Roxo?
Trata-se de uma campanha anual de conscientização e combate a hanseníase.
O que é hanseníase?
Doença infectocontagiosa, de evolução lenta e progressiva, causada pela Mycobacterium leprae – uma bactéria com formato de bastão (bastonete). Compromete principalmente a pele e os nervos periféricos.
Ela é comum no Brasil?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 2º país em números de casos perdendo apenas para a Índia.
Como se pega ou passa?
A transmissão entre pessoas ocorre principalmente pelo contato prolongado com secreções nasais e gotículas de saliva contaminadas.
Quais são os sintomas?
- Manchas brancas, marrons ou vermelhas na pele de qualquer parte do corpo com alteração ou perda da sensibilidade;
- Inchaço e dor nas juntas (edema e dor nas articulações);
- Febre;
- Caroços (nódulos) no corpo, os quais podem ser avermelhados e dolorosos;
- Redução das sensibilidades térmica (não sabe se é quente ou frio), dolorosa (não sente dor) e tátil (não sente o toque);
- Entupimento, ressecamento e a ocorrência de feridas e de sangramentos no nariz.
Pode causar deformidades e perda de funções?
Sim. Se não diagnosticada e tratada nas fases iniciais da doença, pode causar perdas de sensibilidade e deformidades nas mãos e pés, assim como danos aos olhos.
É uma doença que pode demorar bastante tempo para se manifestar ?
Sim. É o que ocorre normalmente. É uma doenças crônica. Existe um tempo de incubação médio de 2 a 5 anos (entre a infecção e os primeiros sinais da doença) e a evolução da doença após as primeiras manifestações pode ser de muitos anos ou décadas.
A maioria das pessoas que têm contato com a bactéria causadora da hanseníase, desenvolve a doença ?
Não. A maior parte da população (cerca de 90%) tem imunidade natural contra a doença e não a desenvolverá, mesmo se for infectado pela bactéria causadora.
Como é feito o tratamento?
O tratamento é gratuito, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disponível na UBS. Internações e hospitalizações não são necessárias, podendo o paciente tratar em casa, sob o acompanhamento da UBS, com o uso de antibióticos em comprimido por um período médio de 6 a 12 meses.
Por que tratar?
Apesar de raramente fatal, o tratamento reduz a ocorrência de deformações e de outras sequelas incapacitantes e estigmatizantes. Além do mais, a doença deixa de ser transmitida.
Por que procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS)?
As lesões e os sintomas podem variar bastante e ser confundidos com os de outras doenças, assim a consulta com um médico é fundamental para o correto diagnóstico e tratamento.
Autores
Orientador
Prof. Dr. Marcos César Florian: Médico Dermatologista e Hansenologista, Mestre e Doutor. Médico e Professor Afiliado do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo. Professor do Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho-Campus São Paulo.
Profa Jane Tomimori: Médica Dermatologista e Hansenologista, Mestre, Doutor, Pós-doutor, Livre-docente. Professora Titular e Chefe do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo.
Alunos da Graduação em Medicina - EPM/Unifesp
Felipe Fedrizzi Custódio Alves - 3º ano
Giulia Gabriella Bosso - 4º ano
Maria Eduarda de Castro - 3º ano
Tatiane Lissa Yamada - 4º ano