Os "33 de Octávio de Carvalho"
Determinado a fundar uma segunda escola de Medicina na capital paulista, Octávio de Carvalho reuniu, em seu consultório, no dia 23 de março de 1933, um grupo formado por 31 médicos e dois engenheiros - Eduardo Ribeiro da Costa e Luiz Cintra do Prado . Na ocasião, os “33 de Octávio de Carvalho” assinaram um documento, no qual se lê que os presentes realizaram “as primeiras conversações referentes à criação, na cidade de São Paulo, de uma Escola Livre de Medicina”.
Alguns integrantes do grupo, formado em sua maioria por jovens em ascensão na carreira, dedicavam-se parcialmente ao ensino na Faculdade de Medicina de São Paulo (FMSP), porém não encontravam espaço para crescer na única escola médica do Estado. A genialidade de Octávio foi perceber que o momento era propício para transformar o antigo sonho em realidade. Por isso, quando soube, ainda em fevereiro, que mais de 100 jovens haviam sido aprovados, porém impedidos de realizar a matrícula na FMSP, o filho do senador republicano Theodoro Dias de Carvalho decidiu agir com rapidez. Octávio acreditava que, em razão da amarga derrota da Revolução de 32, o espírito cívico paulista seria decisivo para a fundação da nova escola médica.
No dia 1º de junho de 1933 foi oficialmente comunicada à sociedade a fundação da Escola Paulista de Medicina (EPM). O Manifesto da EPM - que foi assinado por 32 de seus 33 fundadores, uma vez que Álvaro de Lemos Torres estava no exterior - assinalava, ainda, a importância de um hospital-escola.
Fundadores da EPM: Afrânio do Amaral, Alípio Corrêa Netto, Álvaro Guimarães Filho, Álvaro de Lemos Torres, Antônio Bernardes de Oliveira, Antônio Carlos Pacheco e Silva, Antônio Ferreira de Almeida Júnior, Antônio Prudente de Meireles de Moraes, Archimede Busacca, Carlos da Rocha Fernandes, Décio de Queiroz Telles, Domingos Define, Dorival Macedo Cardoso, Eduardo Ribeiro da Costa, Fausto Guerner, Felício Cintra do Prado, Felipe Figliolini, Flávio Oliveira Ribeiro da Fonseca, Henrique da Rocha Lima, Jairo de Almeida Ramos, João Moreira da Rocha, José Ignácio Lobo, José Maria de Freitas, José Bonifácio Medina, Luiz Cintra do Prado, Marcos Lindenberg, Nicolau Rosseti, Octávio de Carvalho, Olivério M. Oliveira Pinto, Otto Guilherm Bier, Paulo Mangabeira Albernaz, Pedro de Alcântara e Rodolfo de Freitas.
Clique na imagem para acessar o Manifesto em .PDF
Fontes:
A Universidade da Saúde - Escola Paulista de Medicina 70 anos (1933-2003)
Acervo documental - CeHFi/Unifesp
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