Uveíte autoimune pode estar ligada a baixos níveis de vitamina D, indica estudo da EPM/Unifesp
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Por Alexandre Milanetti
Publicado no último dia 21 de março, um estudo liderado por pesquisadoras do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo correlacionou um tipo de inflamação ocular, a uveíte autoimune (UAI), com baixos níveis de vitamina D (25-hidroxivitamina D).
Intitulado Níveis séricos de vitamina D como biomarcadores em pacientes com uveíte autoimune e sua possível correlação com a atividade da doença, o estudo investigou a correlação entre os níveis séricos (presentes no sangue) de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] e a inflamação intraocular em 67 pacientes com uveíte autoimune ativa e inativa.
Dos(as) pacientes avaliados(as), 85% tinham níveis significativamente mais baixos de vitamina D, e os(as) pacientes com uveíte ativa tinham níveis da 25(OH)D mais baixos do que aqueles(as) com uveíte inativa. As chances de desenvolver uveíte ativa diminuíram em 6% a cada aumento de 1 unidade em 25(OH)D. “Pacientes com essa doença inflamatória ativa recorrente apresentaram níveis no sangue de 25(OH)D significativamente mais baixos do que formas inativas, indicando que baixos níveis de vitamina D podem alterar o curso clínico da inflamação intraocular na uveíte autoimune”, explica Cristina Muccioli, professora associada livre-docente do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da EPM/Unifesp.
Além disso, o estudo descobriu junto ao grupo de pessoas pesquisadas que um Índice de Massa Corpórea (IMC) médio mais alto aumentou as chances de o indivíduo ter uveíte ativa em 14%. “Esses resultados sugerem que a concentração sérica de vitamina D pode ser um biomarcador clínico prognóstico na uveíte autoimune”, complementa a pesquisadora que desenvolveu o estudo, Karine Koller, umas das autoras do artigo publicado e pós-graduanda também ligada ao mesmo departamento da EPM/Unifesp.
A UAI é uma doença autoimune caracterizada por inflamação e subsequente destruição da retina neural e tecidos adjacentes. Ela pode levar a diferentes sintomas oculares dependendo do local afetado. Nas uveítes leves e da parte anterior do olho, é comum o paciente ter queixa de fotofobia (quando a luminosidade incomoda), olho vermelho, irritação ocular, moscas na visão e ainda embaçamento visual leve.