Vitiligo: Informação contra o preconceito
Entenda o que é, quais são os sintomas e tratamentos
O Vitiligo é uma doença dermatológica que se manifesta em aproximadamente 0,5 a 2% da população mundial. Trata-se de uma condição na qual os melanócitos (células da pele que produzem o pigmento melanina, que dá a cor da pele) sofrem ataque por outras células do próprio organismo. Este mecanismo é chamado autoimunidade, e representa a causa mais provável desta doença. Ocorre formação de manchas mais claras do que a pele normal do paciente. Gradativamente, estas manchas podem ficar totalmente brancas, assim como aumentar em tamanho e extensão pela superfície da pele do indivíduo, principalmente se não forem tratadas.
É importante enfatizar que não é uma doença contagiosa, e não existe risco direto de vida para o paciente.
Aspectos clínicos
No vitiligo, a perda de cor pode ocorrer não só na pele, mas também nos pêlos (áreas com pêlos e cabelos brancos), olhos, interior da boca, região genital.
Em geral as manchas não doem ou coçam. Quando ocorre coceira ou vermelhidão na mancha, isso pode ser por causa da falta de proteção por diminuição do pigmento, o que leva aos danos ocasionados pelo sol e outros fatores agressores. Pacientes com vitiligo devem reforçar o uso do protetor solar, para prevenir vermelhidão, queimaduras, sinais de envelhecimento cutâneo e, principalmente, o câncer de pele.
Diagnóstico e acompanhamento
O diagnóstico do vitiligo pode ser realizado por meio do exame da pele em consulta dermatológica, ocasionalmente precisando de exames complementares. Muitas vezes, o diagnóstico é feito na infância, porém a doença também pode se manifestar na idade adulta. O estresse psicológico é considerado um fator de gatilho para o aparecimento ou piora da doença, e é de extrema importância que o indivíduo acometido tenha hábitos de vida saudáveis, levando a equilíbrio físico e mental. Alimentação balanceada, atividade física, e sono regular são fatores que podem auxiliar no controle da doença, sempre com acompanhamento médico.
Fonte: Banco de Imagens Departamento de Dermatologia - Escola Paulista de Medicina - EPM/Unifesp
Devido à provável causa autoimune do vitiligo, na qual células do próprio organismo atacam os melanócitos, outros órgãos também podem ser afetados por processo semelhante. Assim, a pessoa com vitiligo pode ter outras doenças autoimunes associadas, principalmente da tireóide e do pâncreas (possibilidade de diabetes tipo 1). Além disso, estes pacientes podem apresentar anemia. Pacientes com vitiligo devem ser acompanhados regularmente em consultas médicas dermatológicas.
Tratamento e cuidados gerais
Apesar dos avanços da ciência e da medicina, o vitiligo ainda não tem cura definitiva. Porém, há diversas opções de tratamento que podem auxiliar de forma eficaz no controle e combate à piora da doença. A decisão do tipo de tratamento deve ser avaliada na consulta dermatológica. Além do tratamento local com cremes ou pomadas específicas, existe uma opção muito eficaz de tratamento, a fototerapia (conhecida como banho de luz), que trata toda a superfície da pele, inclusive as regiões cobertas pela roupa.
Enfatiza-se a necessidade do reforço da proteção aos raios solares, com uso de protetor solar regularmente e roupas protetivas (para prevenção de queimaduras solares e câncer de pele); e também a importância do diagnóstico e tratamento precoce para se alcançar melhor evolução clínica e sucesso terapêutico.
Autores
Ellen Maria Sampaio Xerfan. Médica Dermatologista e Doutoranda (Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Medicina Translacional, Departamento de Medicina – Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo-EPM/Unifesp). Outras informações: clique aqui
Orientadoras
Profa. Dra. Anamaria da Silva Facina: Médica Dermatologista, Mestra e Doutora. Professora Adjunta do Departamento de Dermatologia e Chefe do Grupo de Vitiligo e Fototerapia da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo-EPM/Unifesp. Outras informações: clique aqui
Profa. Jane Tomimori: Médica Dermatologista e Hansenologista, Mestre, Doutor, Pós-doutor, Livre-docente. Professora Titular e Chefe do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo-EPM/Unifesp. Outras informações: clique aqui