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Alopecia areata: o que precisamos saber?
Se a doença for localizada o prognóstico é bom na maioria dos casos
Recentemente vimos pela TV a premiação do Oscar e fomos surpreendidos com uma cena insólita, quando o ator Will Smith esbofeteou um humorista no palco. O ganhador da estatueta de melhor ator, Will Smith, se revoltou com uma piada que o apresentador da premiação, o humorista Chris Rock, fez com sua mulher, a também atriz Jada Pinkett Smith — que sofre da doença chamada alopecia areata, cuja manifestação principal é a perda dos cabelos (e pêlos), e nas formas chamadas alopecia areata Total e alopecia areata Universal esta perda pode atingir toda a cabeça e corpo.
A alopecia areata afeta tanto os homens como as mulheres e crianças, e é uma doença autoimune onde as células de defesa do nosso organismo atacam os folículos pilosos (pêlos), acarretando a queda dos cabelos. É uma doença que afeta em torno de 1,8% da população mundial e seu tratamento ainda permanece um desafio para a medicina. Apesar de não ser uma doença que acarreta riscos de vida, gera diversos transtornos psicológicos no paciente afetado, comprometendo a qualidade de vida.
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Quando se manifesta?
A alopecia areata apresenta diferentes graus de severidade e as lesões podem ser únicas ou difusas. Quando a lesão se apresenta como uma pequena falha de cabelos, arredondada e geralmente no couro cabeludo, é chamada de alopecia focal ou localizada. Pode ser lesão única ou mais de uma e, geralmente nestes pacientes, o prognóstico é mais otimista e às vezes ocorre remissão completa espontaneamente. O tratamento médico, realizado por dermatologista, consiste em acelerar essa recuperação dos cabelos com o uso de medicamentos tópicos ou injetáveis.
Outros dois tipos de alopecia areata se apresentam como queda total dos cabelos e pelos da face (cílios, sobrancelhas, barba e cabelos) e é denominada de alopecia Total. A outra forma mais extensa é a alopecia Universal, onde todos os pelos do organismo desaparecem. Existem vários outros tipos de alopecia areata, mas a localizada, total e universal são as mais frequentes.
A alopecia areata na sua forma mais severa (Total e Universal) pode estar acompanhada de outros problemas orgânicos e fisiológicos, como alterações das unhas, distúrbios hormonais e auditivos, depressão e mesmo pensamentos suicidas.
Como tratar a doença?
Como é uma doença que se apresenta com diferentes graus de severidade, o tratamento pode dar resultado ou não. Se a alopecia areata for localizada o prognóstico é bom na maioria dos casos e a cura pode ser total e permanente. Nos casos mais graves, como a alopecia Total e Universal, os tratamentos atuais não oferecem cura definitiva ou necessitam da terapêutica medicamentosa continua. Nestes casos o uso de prótese capilar é recomendado.
A alopecia areata geralmente surge sem causa associada aparente, e em alguns casos, pode estar associada com problemas psicológicos desencadeantes (morte na família, stress emocional etc.) ou problemas endócrinos (doenças da tireoide). Não é contagiosa mas alguns membros da mesma família podem apresentá-la. Isto sugere uma predisposição genética associada.
O tratamento deve ser realizado por médicos dermatologistas e a presença de doenças associadas precisa ser investigada. Acompanhamento psicológico muitas vezes se faz necessário nos casos mais graves.
Como buscar ajuda?
O Departamento de Dermatologia da Unifesp tem um setor especializado para tratamento da alopecia areata.
Atendimento: | Segunda à sexta-feira, exceto feriados e recessos - Horário: 07h00 - 16h00 |
Recepção/ambulatório: | Telefone: + 55 11 5576 4848 VoIP Recepção 1751/1746 |
Localização: | Rua Botucau, 821 - Vila Clementino - CEP: 04039-001 - São Paulo - SP |
Acesso: | Metrô Estação Hospital São Paulo - Linha 5 Lilás |
Site: | https://sp.unifesp.br/epm/dermato/ |
Livro sobre o tratamento da alopecia (download gratuito)
Para quem se interessar em saber mais, no Repositório da Unifesp pode ser baixado gratuitamente um livro (em pdf) sobre o tratamento da alopecia areata: clique aqui
Autores
Álvaro Nagib Atallah
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (1973), Mestrado em Master of Science In Clinical Epidemiology - University of Pennsylvania (1997) e Doutorado em Medicina (Nefrologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1979), Livre Docência pela Universidade Federal de São Paulo (1990). Atualmente é Professor Titular e Chefe da Disciplina de Medicina de Urgência e Medicina Baseada em Evidências da Universidade Federal de São Paulo, Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Baseada em Evidências da Unifesp, Diretor do Centro Cochrane do Brasil, Diretor Eleito da Cochrane Collaboration International (2015-2016) e Diretor Científico da Associação Paulista de Medicina. Áreas de interesse: Medicina Baseada em Evidências, Revisões Sistemáticas, Metanálises, Nefrologia, Clínica Médica, Hipertensão na Gestação e Pesquisa Clínica e Avaliação Tecnológica em Saúde. Mais informações: clique aqui
Paulo Celso Budri Freire
Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (1981), Mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1989), Especialização em Dermatologia pela Escola Paulista de Medicina (1993), Doutorado em Ciências Médicas pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo (2018), MBA em Gestão da Inovação em Saúde pelo Instituto Butantan (2020), Pós-Doutorado em Ciências Médicas pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo (2021). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Dermatologia Clínica e Cirúrgica, área de Automação Médica relacionada aos prontuários médicos, e desenvolvimento de cursos EaD na área da saúde. Mais informações: clique aqui
Fonte das Imagens: Freepik e Acervo Dr. Enilde Borges
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