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Dia Mundial da Imunização

Publicado: Segunda, 29 de Junho de 2020, 17h06 | Última atualização em Terça, 05 de Janeiro de 2021, 08h38 | Acessos: 60314

Por Hugo Fernandes

A pandemia de coronavírus trouxe à tona problemas estruturais, econômicos, sociais e principalmente sanitários de todos os países, especialmente daqueles em desenvolvimento. Com ela retomaram as reflexões sobre a importância da imunização como meio de prevenção de doenças. A Covid-19 talvez nos tenha trazido como reflexão que as vacinas não são inimigas da humanidade, ao contrário. E que movimentos contra a imunização podem ser altamente perigosos para a Saúde Pública. Além disso, a valorização da pesquisa e da ciência, ora desprezadas por alguns, traz a esperança do encontro breve de vacinas que ajudem no enfrentamento dessa enfermidade.

O que é imunização?

Celebrado em 9 de junho, o Dia Nacional da Imunização tem por objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância das vacinas para prevenir doenças. A imunização é o ato ou efeito de despertar no organismo uma resposta contra um agente, habitualmente infeccioso, fazendo com que um ou mais doenças não se instalem naquela pessoa. A principal forma de se despertar tal resposta é por meio da aplicação de vacinas, ou a vacinação.

O que é vacina?

A palavra vacina deriva do latim e significa “vaca”. Em 1798 o termo foi utilizado pela primeira vez, quando em meio a uma epidemia de varíola o médico e cientista Edward Jenner notou que as ordenhadoras de vacas de um pequeno vilarejo pareciam estar imunes à doença, isso porque – devido ao contato constante com os animais – as ordenhadoras acabavam por adquirir a varíola bovina. Concluindo que a varíola bovina trazia certa imunidade aos humanos, Jenner injetou os dois tipos de vírus em um garoto do mesmo vilarejo e este teve a doença de uma forma branda, o que possibilitou que o cientista iniciasse os estudos neste campo. Assim surgiu a primeira vacina.

A vacina é uma preparação que pode conter partículas de agentes infecciosos, o agente morto, atenuado ou inativado (sem capacidade de causar doenças) que quando aplicada desencadeia uma resposta imunológica que gerará uma “imunidade ativa”, fazendo com que o corpo consiga se defender, caso tenha contato com o micro-organismo.

Hoje, as vacinas são quase todas profiláticas (evitam doenças), mas também podem ser terapêuticas em alguns casos (contra o câncer por exemplo, que ainda estão sendo pesquisadas).

A importância de se manter imunizad@

A imunização é importante em todos os momentos do ciclo da vida de uma pessoa. Porém, nos extremos de idade, durante a gestação e em determinadas profissões (como as da saúde), a vacinação é ainda mais relevante para evitar doenças e complicações.

As autoridades de saúde envolvidas no planejamento de ações de imunização sempre precisam fazer mapeamentos detalhados do impacto de campanhas vacinais sobre a epidemiologia de determinadas doenças em curto, médio e longo prazo; avaliar criteriosamente os riscos e benefícios da administração de determinado imunobiológico, para evitar efeitos adversos e custos à saúde. Por fim, sempre devem se manter atentas para os índices de imunização, mesmo em casos de enfermidades que estejam aparentemente erradicadas.

A eficiência da imunização depende de alguns fatores, como:

  • A predisposição genética e individual (algumas pessoas não conseguem produzir anticorpos, mesmo após a vacinação);
  • O seguimento correto do calendário vacinal;
  • De fatores ambientais (a maioria das vacinas não suporta temperaturas muito altas ou muito baixas, podendo perder sua capacidade de despertar resposta imunológica se acondicionadas de forma inadequada);
  • O tipo de cepas (grupo de agentes infeciosos com pequenas diferenciações morfológicas ou fisiológicas)

O Brasil tem hoje uma das melhores políticas de imunização do mundo, contemplando várias vacinas contra doenças (virais ou não-virais) que asseguram mais chances de enfrentamento de epidemias. Mas cabe à população a adesão correta ao calendário vacinal. Só com colaboração de todos(as) conseguiremos reduzir enfermidades que infelizmente ainda matam, deixam sequelas ou comprometem a qualidade de vida individual e coletiva.

Estima-se que milhões de vidas são salvas anualmente pelo simples fato de as pessoas tomarem as vacinas conforme as recomendações e campanhas.

Prof. Hugo Fernandes

Hugo Fernandes

Enfermeiro. Pós doutor em ciências pela Universidade Federal de São Paulo - Unifesp. Infectologista, Epidemiologista e Sanitarista. Docente da Escola Paulista de Enfermagem (EPE), Unifesp. Coordenador da Câmara de Extensão e do Observatório Institucional de Enfermagem da EPE. Membro da diretoria da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), seção São Paulo.

http://lattes.cnpq.br/4848621119107833

Serviço

Departamento de Saúde Coletiva
Escola Paulista de Enfermagem
Rua Napoleão de Barros, 754 - Vila Clementino

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

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Oliveira Valéria Conceição de, Guimarães Eliete Albano de A., Guimarães Inês Alcione, Januário Letícia Helena, Ponto Ione Carvalho. Prática da enfermagem na conservação de vacinas. Acta paul. enferm. [Internet]. 2009 Dez [citado 2020 Jun 25] ; 22( 6 ): 814-818. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002009000600014&lng=pt. https://doi.org/10.1590/S0103-21002009000600014

Silva Brener Santos, Souza Kátia Cristina de, Souza Ronimara Gonçalves de, Rodrigues Samuel Barroso, Oliveira Valéria Conceição de, Guimarães Eliete Albano de Azevedo. Condições de estrutura e processo na implantação do Sistema de Informação de Imunização do Brasil. Rev. Bras. Enferm. [Internet]. 2020 [citado 2020 Jun 25] ; 73( 4):e20180939.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672020000400162&lng=pt. Epub 01-Jun-2020. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0939.

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https://doi.org/10.1377/hlthaff.24.3.611

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