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EPM e Hospital São Paulo da Unifesp retomam a política de Gerenciamento do Sangue do Paciente – (Patient Blood Management – PBM)
Mais segurança para o paciente e redução de custos para o sistema de saúde
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Por Renato Conte
O Hospital São Paulo, Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo HSP/HU/Unifesp e a Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) estão retomando as tratativas administrativas para iniciar a política de gerenciamento do uso de sangue, impIementando o Gerenciamento do Sangue do Paciente (Patient Blood Management - PBM) que é uma abordagem multimodal e multidisciplinar, baseada em evidências científicas, com objetivo de limitar a necessidade e o uso de transfusão de sangue alogênico. “O PBM está apoiado no uso de opções terapêuticas às transfusões de sangue, que segundo a literatura científica atual, traz mais segurança para o paciente, melhores desfechos clínicos e redução de custo para o sistema de saúde”, explica Isabel Cristina Céspedes, uma das docentes responsáveis pela implantação do PBM.
Céspedes, afirma que a Escola Paulista de Medicina, já conta com um projeto e planejamento, e que está atenta a estes novos conceitos. Neste sentido, já contamos com uma disciplina eletiva em "Medicina Transfusional: uma Visão Atualizada" no Curso de Medicina, e também uma disciplina na pós-graduação em "Medicina Transfusional e Terapia Celular", sob a sua coordenação e envolvendo este tema.
“Podemos contar com as parcerias da Direção Clínica do Hospital São Paulo, na figura do prof. Newton de Barros, com a Comissão de Residência Médica, na figura do prof. Fábio Veiga de Castro Sparapani, e com o Departamento de Hematologia e Oncologia, na figura da profa. Maria Stella Figueiredo, para implementar o PBM no Hospital São Paulo”, comemora Céspedes.
Além disso, de acordo com o diretor clínico do Hospital São Paulo, Newton de Barros, “as discussões sobre a implantação do PBM se iniciaram há 2 anos e meio, mas a pandemia impediu que continuássemos naquele momento. Agora, estamos retomando a implantação”, recorda Barros.
Céspedes salienta que a implantação depende de um processo em cada especialidade médica com as suas particularidades. “Um treinamento completo, e uma avaliação de mudança de conduta e de protocolos pode levar algum tempo, e exige uma atuação interprofissional”, alerta.
O que é o Gerenciamento do Sangue do Paciente (PBM)?
O PBM consiste, na prática, na combinação de medicamentos, equipamentos e/ou técnicas cirúrgicas que envolvem basicamente quatro princípios:
- controlar a perda de sangue;
- maximizar a tolerância à anemia;
- aumentar a hematopoiese (formação de células sanguíneas); e,
- tomar decisões centradas no paciente. (www.ifpbm.org; https://sabm.org).
Assim, o conceito de PBM concentra-se, de forma proativa, nas necessidades do paciente e nas condições que geralmente levam a transfusões, tais como perda de sangue, anemia e coagulopatias. Neste sentido, o PBM muda o foco da transfusão reativa de hemocomponentes estocados para medidas preventivas, gerenciando de maneira otimizada o sangue do próprio paciente.
O conceito de PBM foi aprovado em 2010, pela Assembleia Mundial da Saúde através da resolução WHA63.12 e foi foco, em 2011, do Fórum Global para a Segurança do Sangue promovido pela Organização Mundial da Saúde – OMS (World Health Organization, 2011). Em 2017, o PBM foi recomendado como padrão de atendimento pela Comissão Europeia e, em 2019, tornou-se o padrão de manejo dos pacientes em todos os hospitais da Austrália (Delaforce et al., 2018; European Commission, 2017). A Joint Commission International (JCI), líder mundial em certificação de organizações de saúde, também promoveu o PBM como modalidade eficaz de melhoria da qualidade para hospitais e outras organizações de assistência à saúde (Shander et al., 2016).
Mais recentemente, em 2021, a Organização Mundial de Saúde publicou um texto de política de saúde pública intitulado: “A necessidade urgente de implementar o PBM”, destacando a sua eficácia e vantagens econômicas (World Health Organization, 2021).
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