O combate à violência começa com a prevenção. A prevenção começa com a saúde mental
Setor especializado ajuda a restabelecer e equilibrar a saúde dos pacientes com diabetes
Novembro é o mês de conscientização da doença
No Brasil há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). E mais da metade dessas pessoas desconhece que tem a doença. No mês de Conscientização do Diabetes, apresentamos o Centro de Diabetes da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (CDM/EPM/Unifesp) – serviço especializado que completa 23 anos de atividades aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com diabetes mellitus.
A assistência
Os pacientes recebem uma assistência multidisciplinar, centralizada, otimizada e documentada.
Nos seus diferentes ambulatórios, contempla assistência ao diabetes do tipo 2 e do tipo 1 adulto, diabetes associado à insuficiência renal crônica e transplantes renal e/ou pancreático; diabetes monogênico, diabetes gestacional, diabetes da criança e do adolescente, tecnologia em diabetes (bomba de infusão de insulina, automonitoração glicêmica) e um setor capacitado para o desenvolvimento de protocolos clínicos relacionados a novas práticas terapêuticas para o diabetes melito.
Paralelamente, o Centro de Diabetes serve de base para as investigações clínicas em diabetes na Unifesp/EPM.
Serviço de referência
O Centro de Diabetes funciona em tempo integral, com a participaçao de alunos da graduação do curso médico e de enfermagem da Unifesp, residentes e pós-graduandos. E, também tem colaborado para a reciclagem para médicos e outros profissionais de saúde municipais, estaduais e nacionais interessados nesta área de atuação.
O CDM serve como referência para os hospitais municipais, estaduais e federais, atendendo exclusivamente pacientes do SUS. Atualmente, estão cadastrados aproximadamente 5000 pacientes com diabetes do tipo 2 e 1000 pacientes com diabetes do tipo 1.
Expansão das atividades
Há dois anos, o Centro de Diabetes teve uma expansão nas suas atividades com os ambulatórios da Disciplina de Endocrinologia da EPM/Unifesp, e no momento desenvolve atividades também relacionadas à neuroendócrino, tiroide, adrenais e gônadas, metabolismo ósseo e obesidade, alterando a nomenclatura para Centro de Diabetes e Endocrinologia da Unifesp.
O que é o Diabetes Mellitus?
Diabetes Mellitus (DM), comumente denominado de diabetes é uma condição crônica caracterizada pela hiperglicemia (glicose elevada no sangue), que ocorre quando o organismo não produz insulina ou em quantidade suficiente ou não é capaz de utilizar a insulina produzida adequadamente.
1. Os alimentos sofrem digestão no intestino e se transformam em açúcar, chamada glicose. A glicose é transportada para o sangue;
2. A glicose no sangue é usada pelos tecidos como energia;
3. A utilização da glicose depende da presença de insulina, uma substância produzida nas células do pâncreas;
4. Quando o nível de glicose é excessivo no organismo, ocasiona o diabetes, que é a hiperglicemia.
Crédito: Novartis Saúde
Os tipos de DM
Existem basicamente três tipos da doença:
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Diabetes tipo 1, que normalmente é diagnosticado na infância e adolescência. Representa cerca de 10% dos pacientes e trata-se de uma reação autoimune do corpo, que passa a atacar as células do pâncreas. Assim, o órgão deixa de produzir a insulina — hormônio que leva a glicose (o açúcar dos alimentos) do sangue ao interior das células para ser transformada em energia.
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Diabetes tipo 2, normalmente é diagnosticado na pessoa adulta, em geral após os 40 anos, e costuma estar associado à obesidade e ao sedentarismo. Envolve os outros 90% de pacientes. O excesso de gordura no organismo causa uma resistência à insulina, dificultando o trabalho do pâncreas, que pode entrar em colapso.
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Diabetes gestacional, que costuma surgir na gravidez em mulheres com predisposição (principalmente entre o 2º e 3º trimestre). Pode persistir ou não depois do parto e ocorre entre 5 a 10% das gestações.
O que ocorre no corpo do diabético?
Funcionamento normal - O pâncreas é estimulado a produzir insulina quando os alimentos são ingeridos. A insulina transporta a glicose pelo sangue e a carrega para dentros das células, onde será transformada em energia. (Arte/VEJA)
Pessoa com diabete tipo 1 - o pâncreas deixa de produzir a insulina, o que impede que a glicose chegue às células, ficando sem combustível para produzir energia. (Arte/VEJA)
Pessoa com diabete tipo 2 - o excesso de gordura no organismo prejudica a ação da insulina, o que faz com que a glicose não entre na célula para produção de energia. O pâncreas começa a produzir mais insulina, até ficar sobrecarregado e começar a falhar. (Arte/VEJA)
Complicações do diabetes
As complicações do diabetes mellitus são classificadas em agudas e crônicas.
Agudas
- Hiperglicemia (nível alto de glicose no sangue)
- Hipoglicemia (nível baixo de glicose no sangue)
Crônicas
- Nefropatia (lesão ou doença do rim)
- Retinopatia - lesão da retina (estrutura transparente e sensível à luz, localizada na parte posterior do olho)
- Neuropatia (doenças ou problemas no funcionamento dos nervos)
- Macrovascular (infarto agudo do miocárdio, AVC, etc.)
A principal medida para evitar o surgimento e a evolução dessas complicações é o controle da glicose no sangue. Manter um bom controle da pressão arterial, perder peso, evitar álcool e tabaco, comer alimentos saudáveis e nutritivos e praticar exercícios regularmente também ajudam a prevenir as complicações do diabetes. Buscar orientações de profissionais, realizar exames periódicos e seguir o tratamento corretamente fazem parte do conjunto de cuidados para reduzir o risco de complicações.
Crédito: Novartis Saúde
Por Sergio Atala Dib
Professor Titular da Disciplina de Endocrinologia Clínica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Graduado em Medicina (EPM/Unifesp, 1975), Residência Médica em Clínica Geral (EPM/Unifesp), 1976-1977) e em Endocrinologia (EPM/Unifesp, 1977-1978), título de especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (1978), Mestrado em Endocrinologia (EPM/Unifesp, 1981), Doutorado em Endocrinologia Clínica (EPM/Unifesp, 1985), Pós-doutorado no Setor de Imunologia da Joslin Clinic afiliada à Harvard Medical School em Boston (MA-EUA, 1987). É professor orientador em nivel de Mestrado e Doutorado do curso de Pós-Graduação em Endocrinologia e Ciências Endocrinológicas da Disciplina de Endocrinologia (EPM/Unifesp) desde 1990 e do curso de Pós-Graduação em Medicina Translacional do Departamento de Medicina (EPM/Unifesp) desde 2010. Outras informações, clique aqui.
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