Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Oficina do PDInfra discute estrutura e linhas de cuidado no serviço oncológico

Publicado: Segunda, 24 de Outubro de 2016, 11h10 | Última atualização em Segunda, 01 de Março de 2021, 15h04 | Acessos: 20416

A assistência e as linhas de cuidado na abordagem ao paciente oncológico foram temas norteadores de reflexão para os participantes do encontro

Por Loane Carvalho

As questões do serviço de oncologia e as linhas de cuidado ao paciente oncológico do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (HSP/HU-Unifesp) foram discutidas na manhã dessa quinta-feira (13).

O encontro realizado faz parte das oficinas de trabalho organizadas pela Comissão do Plano Diretor de Infraestrutura do Campus São Paulo (PDInfra). Essa foi a terceira reunião dentro do Tema 1 (Desafios da organização das atividades assistenciais para o ensino no século XXI no contexto do sistema de saúde - perspectivas para 5, 10 e 20 anos).

O debate intitulado “Oncologia: como estruturar nosso serviço e a atuação baseada na convergência de práticas e saberes. Linhas de cuidado na abordagem ao paciente oncológico no HSP/HU” foi desenvolvido tendo como base as apresentações feitas pela diretora do Campus São Paulo, Rosana Fiorini Puccini, pelo chefe do Departamento de Oncologia Clínica e Experimental, Otavio Baiocchi, o chefe da Disciplina de Oncologia Ginecológica, Sérgio Mancini Nicolau, o diretor administrativo do Hospital São Paulo (HSP/HU), Marcelo Cincotto Esteves dos Santos, e a diretora da Gerência de Hospitalidade do Hospital São Paulo (HU/HSP), Raquel Gouveia.

A importância do trabalho articulado e a necessidade que a oncologia tem de agregar os saberes receberam destaque na abordagem da diretora do Campus São Paulo. Segundo Rosana, “a oncologia é uma especialidade médica de convergência de saberes e práticas. Ela traz esse exercício de agregar áreas, departamentos, e, de uma forma mais ampla, os diferentes saberes.”

IMG 0161

Profa. Rosana Puccini abordou a importância do trabalho articulado e a convergência de saberes e prática.

As exposições contempladas nesse encontro trouxeram um panorama dos trabalhos que profissionais vinculados à área de oncologia da Unifesp elaboraram; o que já está em operação no Hospital São Paulo, com os recursos que a instituição dispõe atualmente; e os níveis de atenção que o serviço requer.

Cenário atual e perspectivas da oncologia

Dentre os tópicos contidos no material apresentado, o Prof. Baiocchi ressaltou a importância do câncer em contexto mundial e nacional; as razões que justificam a construção de um Instituto de Oncologia na Unifesp; o que somos e o que estamos fazendo para melhorar. 

IMG 0170

Dentre as perspectivas, Prof. Baiocchi apresentou o Instituto de Oncologia aos participantes da oficina de trabalho.

“Os estudos realizados pelos Estados Unidos demonstram que o câncer é a segunda causa de morte em indivíduos de ambos os sexos, dos 40 a 79 anos, no Brasil. Em termos de incidência, os mais comuns são o de próstata e o de mama”, informou o hematologista.

A questão de sobrevida dos pacientes oncológicos é um dos argumentos que, segundo Baiocchi, motiva o exercício de pensar na concepção de um centro que acomode as atividades assistenciais peculiares à oncologia e as especialidades convergentes. “Um dos nossos desafios é o que fazer com o paciente sobrevivente, pois ele tende a procurar o serviço que o curou. Outro desafio que, felizmente, estamos vivendo hoje é o aumento de sobrevida dos pacientes oncológicos, e este grupo requer um olhar especial, pois geralmente tem maior risco de ser acometido por outras doenças, o que dificultará o tratamento por conta do seu histórico de saúde.”

O grupo de oncologia e áreas afins, formado há quase dois anos, discutiu sobre as futuras aspirações, o que a Universidade pensa e o que quer da oncologia. E, na opinião de seu representante, “o trabalho ratificou que podemos estar em crise, mas temos material humano que facilitará a concretização do que almejamos para o futuro. É um trabalho de muitas mãos e de maior interação do serviço com outros departamentos da Unifesp”.

Prof. Sérgio, membro do grupo de discussão, comentou sobre a atuação de forma dimensionada e o trabalho multidisciplinar. “Esta forma multiprofissional de trabalhar impacta diretamente na assistência e na pesquisa. A assistência é melhor desta forma, e quando está integralizada no mesmo local fica mais fácil de ser realizada. O atendimento é muito especializado e específico e isto impacta diretamente na sobrevida.”

Na visão do chefe da Disciplina de Oncologia Ginecológica, o funcionamento adequado possibilita a captação de recursos, pois “aumenta a visibilidade institucional, e a falta desta adequação impacta negativamente na universidade. É preciso desenvolver o ensino, a pesquisa e a assistência para promover a sobrevida dos nossos pacientes.”

Tratamento Oncológico – Hospital Universitário

O Hospital Universitário da Unifesp (HSP/HU) atualmente faz 11% de todas as suas internações relacionadas ao paciente oncológico, nas áreas cirúrgica ou clínica. O serviço é oferecido em vários endereços da Vila Clementino. Segundo Marcelo Santos, esse percentual não contabiliza a pediatria, pois os pacientes desta faixa etária são atendidos no Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com Câncer (Graacc), situado na Rua Pedro de Toledo, 572.

Em 2015 foram atendidos 2.700 pacientes com diagnóstico oncológico, dados que demonstram a complexidade do serviço. No ano de 2010 o HSP/HU passou por uma reestruturação e “um dos olhares foi direcionado à linha do processo de atendimento ao paciente, e em 2011 foi implantada a linha de cuidado horizontal”, ressaltou Marcelo.

O diretor administrativo do HSP/HU apresentou o organograma da Gerência Executiva de Hospitalidade do HSP/HU, principal gerência administrativa envolvida na assistência e que tem a função de oferecer o pré-atendimento. “As linhas de atendimento foram desenhadas utilizando a Política Nacional de Atenção Oncológica”, diretrizes que objetivam a prevenção e controle do câncer na rede de atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), informou.

O desenho da linha de cuidado conseguiu demonstrar a origem do paciente em tratamento no Hospital Universitário. Em 2014, temos que 64% são provenientes das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), e este número se manteve em 2016. E, também possibilitou medir o custo gerado desde a entrada do paciente no pronto-socorro até a sua saída, e segundo Marcelo, “foi possível reduzir drasticamente a despesa a partir do olhar específico destinado para essa especialidade.”

O atendimento oncológico prestado de forma convergente, de acordo com Raquel, facilitará o rastreio dos pedidos de exames e a eficiência das linhas de cuidado. “Ainda temos grandes desafios pela frente, mas temos a felicidade de contar com profissionais altamente qualificados. Só temos que unir forças para concretizar o sonho de todos e oferecer um atendimento digno aos pacientes, não somente pensando na legislação e no cumprimento da lei, mas pensando na assistência, na qualidade do que estamos oferecendo dentro da Universidade.”

Pontos de reflexão

Beatriz, coordenadora da Comissão do PDInfra – CSP e vice-diretora deste Campus, abordou a importância da continuação do trabalho feito pelo grupo de especialistas na área de oncologia. “O grupo de oncologistas e especialidades afins precisa voltar a se reunir e discutir, e deve levar esta questão ao Conselho Gestor do Hospital São Paulo”. Para a coordenadora, o Conselho precisa ter conhecimento dessas ações e o planejamento tem que ser fruto do trabalho conjunto desses profissionais. Outro ponto mencionado foi a participação dos membros do grupo de oncologia no próximo encontro dessa temática, pois, segundo Beatriz, “os outros aspectos da assistência, do envelhecimento e outros serviços, precisam ser trabalhados de forma conjunta e estão relacionados com o que almejamos e como será concretizado.”

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 
Categoria:

Insegurança alimentar atinge 12,5% da população em São Paulo

Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...

Redução de morte súbita em pacientes com doença de Chagas com uso de CDI

Pesquisa publicada no JAMA Cardiology, com participação do docente da Unifesp Angelo Amato de...

Mortalidade por câncer supera a de doenças cardiovasculares em 727 municípios no Brasil

Pesquisa revela mudança nas principais causas de mortalidade no Brasil entre 2000 e 2019,...

Estudo revela novos fatores de risco para demência e abre caminhos para prevenção no Brasil

Publicado na revista The Lancet, estudo elaborado por uma comissão da qual a pesquisadora Cleusa Ferri da...

Fim do conteúdo da página