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Reflexões sobre o Ensino Contemporâneo na Área da Saúde

Publicado: Quinta, 28 de Maio de 2020, 12h19 | Última atualização em Terça, 07 de Julho de 2020, 17h03 | Acessos: 34287

Mensagem da Diretoria da Escola Paulista de Medicina

 
 
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Dentre os maiores desafios que enfrentamos nesses dias de incertezas esta em prever como a pandemia covid-19 evoluirá e qual estrutura de sociedade teremos pós pandemia. Vários cenários são possíveis e devemos nos preparar para situações diversas. 
 
Estamos sendo testados pelo destino. Os valores que estruturam a sociedade atual estão sendo consciente e inconscientemente avaliados. Independente de como será temos a certeza que será diferente da atual. 
 
Considerando essa premissa, torna-se indispensável refletirmos sobre o ensino médico e das demais áreas da saúde, começando sobre qual o perfil ideal destes profissionais para esse futuro. Estávamos atravessando uma enorme mudança no modelo assistencial no nosso país, que estava ocorrendo rapidamente mas longe da percepção da maioria dos colegas médicos. Migrávamos rapidamente para o modelo de "medicina baseada em valor", um modelo que transformaria o médico num profissional meramente seguidor de protocolos institucionais pré definidos e a Medicina transformada numa atividade fim e não mais bastaria oferecer o melhor tratamento disponível.
 
Este duro momento nos oferece a oportunidade de reavaliarmos juntos o nosso papel e como interagir com a sociedade e com nossos pacientes, motivo maior da nossa profissão.
 
Dentro dessa premissa, mister se faz que consideremos como enfrentar o desafio de repensar o ensino. Como respeitar as potencialidades individuais de nossos alunos, manter a qualidade do ensino e, ao mesmo tempo responder as demandas de segurança e humanização da formação.
 
Como o que se vislumbra, como mais provável, é a duração da pandemia por vários meses, torna-se imperioso considerar como devemos prosseguir durante e após a covid-19. Como compatibilizar opiniões, por vezes divergentes, quanto ao retorno das atividades da graduação? Como propiciar um ensino de qualidade para os que desejarem e conseguirem retornar e, ao mesmo tempo, não prejudicar os que não conseguem retornar por vários motivos? 
 
Mas as dificuldades e temores não podem nos imobilizar. Temos a obrigação de encontrar caminhos, que somente serão identificados se todos interagirem sem posições pré definidas ou radicais, que não cabem mais em nossa sociedade.
 
Certos de contar com o comprometimento de todos para encontrarmos essas respostas, iniciamos a discussão sobre possíveis cenários. Temos consciência de que, possivelmente, necessitar-se-á de correções ao longo dos dias e meses que se seguirão, e humildade para fazê-las sempre que se identificar incorreções. Mas não podemos ficar inertes, parados, imobilizados pelo medo. Uma Escola da área da Saúde não pode ficar fechada durante o maior evento médico da história da humanidade. Como seremos lembrados e avaliados se, pelo receio de errar, nada fizermos.
 
Aspectos práticos de como fazer, quais atividades, qual duração e como avaliar os resultados obtidos serão discutidos e a construção desse novo modelo deve sempre levar em consideração a qualidade da formação.
 
Merece ainda a rápida menção sobre um dos sentimentos que povoam nossas mentes nesse momento, o medo, quer seja de ser acometido pela doença, quer seja de ver um de nossos familiares expostos a doença como decorrência de nossa atividade profissional. O exercício da medicina, assim como as demais áreas da saúde, traz consigo um risco inerente a profissão, independente da COVID-19. Administrar esse risco e esse medo faz e sempre fará parte de nossas vidas, mas temos que acrescentar aqui também o medo de errar e faltar com o compromisso que assumimos ao escolher esse caminho.  
 
Com a certeza de buscar sempre a qualidade do ensino e a segurança vamos juntos encontrar essas saídas. 
 
 
Diretoria da Escola Paulista de Medicina
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