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Pesquisador da Unifesp recebe menção honrosa no Prêmio Capes de Teses 2024
Prêmio é considerado o Oscar da ciência brasileira
O pesquisador Jackson Gabriel Miyamoto, doutor pelo Programa de Ciências Biológicas (Biologia Molecular) da Escola Paulista de Medicina (EPM - Unifesp), foi contemplado com Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese 2024 por seu trabalho intitulado "Caracterização da diversidade molecular de venenos das serpentes brasileiras Bothrops cotiara e Crotalus durissus terrificus". Considerado o Oscar da Ciência Brasileira, o Prêmio Capes de Tese reconhece anualmente os trabalhos de conclusão de doutorado mais relevantes e inovadores do país. A pesquisa de Miyamoto destacou-se na área de Ciências Biológicas II.
O estudo, orientado por Alexandre Keiji Tashima, professor do Departamento de Bioquímica, aprofundou o conhecimento sobre a composição molecular dos venenos de duas espécies de serpentes brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento de novos tratamentos e para a compreensão da evolução desses animais.
A pesquisa de Miyamoto buscou caracterizar a diversidade molecular do veneno de duas espécies de serpentes brasileiras: B. cotiara e C. d. terrificus (jararacas e cascavéis). Segundo o autor, o estudo revelou “variabilidade intraespecífica, dimorfismo sexual e identificação de mutações com estruturas tridimensionais preditas conservadas. Além disso, foram caracterizadas diversas novas toxinas derivadas de processamento não canônico. Um dos principais achados foi a identificação de um novo peptídeo com atividade inibitória da enzima conversora de angiotensina".
O orientador do estudo, Alexandre Keiji Tashima, destacou o empenho de seu orientando, fundamental para os resultados da pesquisa: “Jackson sempre foi muito inteligente e tinha uma pesquisa muito promissora em relação a peptídeos biologicamente ativos, com potencial anticoagulante. No entanto, no meio do doutorado, que coincidiu com os momentos de maior restrição da pandemia, foi necessário mudar a pesquisa e isso foi um baque para todos. Jackson começou a buscar, então, outras atividades nesses peptídeos e identificou uma possível atividade anti-hipertensiva em um novo peptídeo do veneno da serpente Bothrops cotiara. Para além disso, buscamos novas colaborações com o Instituto Butantan, o que possibilitou a identificação de diferenças e mutações entre venenos de cascavéis machos e fêmeas. Foi um trabalho tecnicamente muito intenso que possibilitou essas diferenciações biológicas, além da descoberta do novo peptídeo potencialmente anti-hipertensivo. Jackson foi muito resiliente e trabalhou muito, colaborando de forma significativa para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa nos dois laboratórios envolvidos: o Laboratório de Proteômica e Peptidômica e o Laboratório de Espectrometria de Massas Aplicada à Biomoléculas (LEMBio)”.
Ao ser questionado sobre a importância dessa pesquisa para o campo, Jackson ressaltou: "O conhecimento acerca da diversidade toxinológica pode contribuir com o avanço no tratamento adequado de envenenamento por serpentes, bem como pode fundamentar o desenvolvimento de novos fármacos através da prospecção destas vastas bibliotecas de toxinas". Já Alexandre destacou a importância da pesquisa no âmbito das Ciências Básicas: “as ciências básicas são necessárias para outras pesquisas que visam o desenvolvimento tecnológico e o estudo com uso de técnicas avançadas promoveram resultados robustos para futuras aplicações, especialmente para a criação de novos fármacos. Ficamos muito felizes com o reconhecimento da Capes e isso nos incentiva a continuar”.
Ao receber a notícia da Menção Honrosa, Miyamoto expressou sua gratidão e destacou a importância do apoio de agências de fomento. "Fiquei muito supreso e grato! Durante o desenvolvimento da tese nos deparamos com diversos percalços e contratempos. Também gostaria de destacar a importância das agências de fomento, como a Fundação Araucária, o Ministério da Saúde, a CAPES, o CNPq e a FAPESP, que me permitiram dedicação integral às minhas atividades acadêmicas ao longo da carreira".
A premiação, que será realizada em dezembro, é um reconhecimento ao trabalho árduo e à excelência da pesquisa desenvolvida no Campus São Paulo, na EPM e na Unifesp. "Essa conquista é fruto de muito esforço e dedicação, e representa um grande incentivo para continuarmos nossos estudos", afirma Jackson Gabriel Miyamoto.
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