Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...
Docente da Unifesp integra equipe de pesquisa na Estação Antártica
Cristina Nakayama atua na nova base brasileira em projeto de monitoramento ambiental
Por Paula Garcia
Reinaugurada em 15 de janeiro de 2020, oito anos após ser destruída por um incêndio, a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) é resultado de um projeto brasileiro, vencido por meio de concurso, que além de prever o uso racional de recursos, como água de reuso, turbinas para energia eólica e painéis de energia solar, dispõe de laboratórios bem equipados e instalações mais modernas e confortáveis, se diferenciando da antiga base. Sua construção foi realizada por uma empresa chinesa, mediante processo licitatório.
A estação brasileira está situada na região da Península Antártica, um dos locais mais suscetíveis às mudanças climáticas, se tornando um precioso objeto de estudo para a ciência. Além disso, a América do Sul é o seu continente mais próximo, fazendo uma conexão entre os seus fenômenos, que permite o avanço de pesquisas de relevância internacional e de interesse para o bem-estar e desenvolvimento do Brasil. Algumas regiões da Antártica também possuem características semelhantes às de outros planetas e podem contribuir para as pesquisas na área de Astrobiologia.
“A Antártica é um continente isolado dos demais pelo Oceano Austral, fazendo com que seja interessante para estudos de diversidade e endemismo (ocorrência de biota “exclusiva” da Antártica) e possíveis conexões com a América do Sul. Ao mesmo tempo, o transporte de contaminantes pela atmosfera ou pelos animais migratórios pode ser estudado, fazendo amostragens no continente. O gelo e os sedimentos marinhos na Antártica também guardam a história da Terra e podemos dosar compostos traçadores e gases ao longo das eras estudando essas amostras lá”, explica a pesquisadora Cristina Nakayama, que teve seu primeiro contato com a Antártica durante o seu pós-doutoramento na Universidade de São Paulo (USP).
Hoje, como docente do Departamento de Ciências Ambientais e orientadora no Programa de Pós-graduação em Análise Ambiental Integrada do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF/Unifesp) - Campus Diadema, Nakayama se diz privilegiada em conviver em um ambiente de pesquisa genuinamente interdisciplinar na área: “Creio que podemos contribuir para o aprofundamento das pesquisas na Antártica por meio desse trabalho integrado e dar a oportunidade para a formação de cientistas ambientais e mestres com habilidades de lidar com ambientes extremos, como a Antártica”.
No Brasil, a pesquisadora desenvolve trabalhos na área de Microbiologia Ambiental com foco no ciclo do metano - um gás de efeito estufa, e no gerenciamento de áreas contaminadas. Já na EACF, participa de um projeto sobre o monitoramento ambiental que tem dados ambientais da Baía do Almirantado e do entorno da estação desde 2002, acompanhando diferentes indicadores ambientais. Atualmente o projeto é coordenado por Rosalinda Montone, professora do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em um convênio com o Ministério do Meio Ambiente.
“Fazer parte disso, para mim, é motivo de orgulho. Como pesquisadora, minha contribuição mais aplicada é a de gerar conhecimento que pode ser usado para o diagnóstico ambiental e para o desenvolvimento de estratégias de gerenciamento de áreas sob influência humana, mas ao estudar particularidades de ambientes como a Antártica, também contribuo para o conhecimento sobre esse que ainda é um dos ambientes mais preservados do planeta, procurando motivar a sociedade a preservá-lo e a respeitá-lo e, quem sabe, sensibilizá-la a estender essa motivação para os nossos ecossistemas também”, finaliza Nakayama.
Fotos: Cristina Nakayama
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