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Especialista da EPM/Unifesp chama a atenção para a prevenção do câncer de estômago no Brasil
O dia de conscientização visa ensinar e alertar a população a ter seu diagnóstico em fase inicial onde a cura é bem possível
Por Renato Conte
O Projeto de Lei nº 127, de 2017, decretado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, institui oficialmente o dia 28 de setembro como o "Dia Estadual de Conscientização e Orientação sobre o Câncer de Estômago", no Estado de São Paulo. O governo estadual anualmente poderá, em conjunto ou não com instituições devidamente legalizadas que tratam do tema, promover palestras, seminários, entre outras campanhas.
"Tal medida, tem como objetivo esclarecer e chamar a atenção da sociedade sobre a doença e seus sintomas, bem como qualificar os profissionais de saúde para as ações de prevenção e tratamentos", ressalta o gastrocirurgião da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) e também presidente da Associação Brasileira de Câncer Gástrico (ABCG) e membro fundador da International Gastric Cancer Association, Laercio Gomes Lourenço.
O presidente da ABCG alerta também sobre o custo social e financeiro do tratamento do câncer avançado com cuidados familiares, cirurgia, perda da atividade de trabalho, quimioterapia, radioterapia, psicologia para o sistema de saúde pode ser evitando quando se preveni ou se diagnostica em fase inicial ou precoce.
inicial ou precoce.
As estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que no Brasil, a incidência de tumor no estômago é o quarto na classificação da doença que mais acomete a população masculina e o sexto mais diagnosticado na feminina. Em 2016 os especialistas esperavam 12.920 casos nos homens e 7.600 nas mulheres totalizando mais de 23 mil casos novos por ano. Para o biênio, 2016 e 2017, o Inca estima um aumento da doença de 6% entre os homens e de 3,7% nas mulheres.
Dificuldades do diagnóstico
O diagnóstico da doença encontra dificuldades em ser realizado, pois apresenta poucos sintomas, principalmente na fase inicial. Quando há uma suspeita clínica o paciente deve realizar uma endoscopia digestiva alta, que permite a realização de biópsia e ajuda no planejamento da cirurgia. A ressonância magnética também pode ser utilizada nos casos em que há restrição a tomografia.
Uma vez confirmada a presença do tumor, a fase seguinte são os exames de imagem como a tomografia computadorizada do abdômen e da pelve que determinará se a doença está restrita ao estômago, ou se já se encontra disseminada. Nesta fase ainda é possível tratamento cirúrgico para a retirada total do estômago ou somente uma parte dele, mas quando já comprometeu outros órgãos, como fígado, pulmões e peritônio, a possibilidade de cura é muito baixa.
Lourenço explica ainda que os sintomas iniciais destes tumores podem ser bastante inespecíficos e, eventualmente, se assemelharem a um quadro simples de gastrite. "Os pacientes se queixam de dor no estômago, sensação de empachamento, má digestão ou náuseas. Essas coincidências com doenças benignas levam muitas vezes a descoberta tardia da doença, uma vez que a endoscopia digestiva alta é muitas vezes desconsiderada, especialmente em pacientes jovens."
Como evitar a doença
A prevenção é ainda a melhor forma de se evitar o câncer do estômago e de outros cânceres. Os médicos alertam que alimentos condimentados e defumados estão entre os causadores. A falta de consumo de frutas e vegetais frescos também favorece o aparecimento da doença. Condições pré-existentes como familiares com câncer gástrico além de úlceras e algum tipo de gastrite podem favorecer ao aparecimento do tumor.
O objetivo hoje em relação ao câncer de estômago é estimular e conscientizar as pessoas a procurar o médico e ao mínimo sintoma, realizar uma endoscopia digestiva. No Japão e outros países asiáticos onde a incidência desse câncer é muito mais elevada, a população é instruída a procurar atendimento bem no início dos sintomas. Nesses países o diagnóstico de câncer do estômago em uma fase inicial é de mais de 65%. O que significa uma possibilidade de cura em quase 100% desses doentes.
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