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Você sabia que crianças também podem ter glaucoma?

Publicado: Quinta, 26 de Maio de 2022, 21h36 | Acessos: 45864

Doença silenciosa que causa diminuição progressiva da visão

 

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O diagnóstico precoce e acesso ao tratamento adequado através do oftalmologista podem evitar essa importante causa de cegueira irreversível.

Esta quinta-feira (26) é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma doença degenerativa, sem cura até o momento, que afeta uma estrutura na parte de trás do olho chamada nervo óptico e causa comprometimento definitivo da visão. 

Estima-se que pelo menos 2% da população mundial apresente glaucoma. No entanto, sugere-se que no Brasil esse percentual seja próximo de 3.5%.

 

 

img oque glaucoma

Fonte: IOA

No exame oftalmológico, observam-se alterações características do nervo óptico que podem estar associadas a defeitos no campo de visão do paciente. Sem tratamento, esses defeitos progridem até a cegueira completa.

Principais tipos e fatores de risco 

Os dois principais tipos dessa doença são: o glaucoma primário de ângulo aberto e o glaucoma primário de ângulo fechado.

A forma mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto, o qual não costuma apresentar sintomas no início do quadro. Acredita-se que 50% dos indivíduos com essa forma de glaucoma, não saibam que têm essa condição.

Entre os fatores de risco para desenvolvimento de glaucoma estão incluídos indivíduos com idade avançada, história familiar de glaucoma, miopia elevada, afrodescendentes, antecedente de trauma ocular ou processo inflamatório intraocular e uso crônico de corticoides.

Tratamento

É feito através da redução da pressão intraocular. Para tanto, podem ser necessários o uso de colírios, aplicação de laser e outras cirurgias. Cada paciente requer uma abordagem de tratamento individualizada que depende do tipo de glaucoma, nível de comprometimento e evolução da doença.

Após o diagnóstico e início do tratamento, o paciente deve ser acompanhado periodicamente pelo oftalmologista com intervalos que vão depender do seu nível de comprometimento e controle da pressão intraocular.

Glaucoma na infância

glaucoma congenito

 

É uma condição menos frequente, mas que pode trazer consequências devastadoras à visão da criança se não diagnosticado e tratado de forma adequada.

 

A forma mais comum é o glaucoma congênito primário (GCP) onde  anormalidades geneticamente determinadas resultam em pressão intraocular (PIO) elevada, comprometimento do nervo óptico e do campo de visão da criança. A incidência pode variar a depender da etnia e região estudada. Estudos norte- americanos sugerem uma a incidência de GCP em torno de 1 para cada 10.000 nascimentos. No Brasil, acredita-se que ele esteja entre as principais causas de cegueira.

A maioria dos casos de GCP é esporádica, mas 10-40% podem ter história familiar. Os fatores de risco conhecidos são genéticos, em especial quando os pais são consanguíneos e ou criança tem história familiar. Existem três variantes com base na idade de apresentação do GCP: neonatal (0-1 mês);  infantil (>1-24 meses); tardio (>24 meses)

A forma mais grave ocorre no recém-nascido. A pressão intraocular elevada está associada a sintomas como sensibilidade à luz (fotofobia), lacrimejamento (epífora) e aumento do piscar (blefaroespasmo). Esses sintomas  estão relacionados  à rápida expansão do olho da criança.

O tratamento do GCP é cirúrgico. O tratamento medicamentoso através de colírios geralmente é utilizado de forma temporária enquanto o paciente aguarda a cirurgia. Em alguns casos, o paciente pode requerer uso de medicação após a cirurgia.  O exame sob anestesia ou sedação pode ser apropriado para fazer o diagnóstico, realizar uma cirurgia ou planejar um tratamento adicional.

 

Autores

perfil roberto murad vessaniRoberto Murad Vessani

Professor afiliado e chefe do Setor de Glaucoma do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui.

 

 

Ivan Maynart TavaresIvan Maynart Tavares

Médico especialista em Oftalmologia, professor livre-docente e chefe do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui

 

 

 

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