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Outubro Rosa e o autocuidado
Faça os exames de rotina e, na dúvida, busque um especialista
Cuidar é uma característica muito feminina. Esse hábito vem desde os tempos primitivos... o homem saía à busca de alimentos e a mulher ficava cuidando da casa (caverna) e dos filhos.
Parece algo "básico", porém a maioria das mulheres não tem esse olhar de cuidado com ela mesma e vários fatores colaboram com esse fato: dia a dia estressante, rotina agitada, filhos, agenda com muitos compromissos, entre outros.
Existem vários hábitos que envolvem o autocuidado, e cada vez mais torna-se fundamental desacelerar as atividades e ter um olhar atento para perceber o que nosso corpo nos diz.
Dentre os hábitos do autocuidado podemos citar:
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Autoconhecimento
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Sono
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Movimento
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Alimentação
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Laços afetivos (amizade, família...)
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Paz /relaxamento
O autoconhecimento é uma ferramenta para cuidar da saúde – física e emocional – e prevenir doenças. Com ajuda deste temos consciência de nossa condição física e mental – e desta forma buscar um modo de resolver o problema identificado. Passamos dia após dia em uma rotina que nos escraviza e impede de olhar para nós mesmas.
O corpo fala conosco por uma linguagem sutil e precisamos ficar atentas a esses sinais.
Por exemplo, ingerir mais água se você percebe sede ou urina mais escura, comer fibras se está com prisão de ventre, tomar um chá de ervas se você se nota estressada, etc. Ainda, usar corretamente seus medicamentos prescritos pelo médico. Parecem detalhes, mas isso são formas de cuidado pessoal.
Também faz parte do autocuidado conhecer e se informar sobre as doenças mais comuns e também os exames preventivos necessários para sua fase da vida.
Autocuidado das mamas
O câncer de mama é o câncer mais incidente nas mulheres em todo o mundo. E, infelizmente, é também a principal causa de morte por câncer no sexo feminino. Se detectado enquanto pequeno, até 1cm, sua chance de cura será maior que 90%.
Não existe um comportamento que evite o câncer de mama. Obviamente, alimentação saudável, peso adequado e exercícios são fatores que evitam várias doenças, mas não há garantias.
Agora que você sabe de tudo isso, já deve entender porque a mulher após os 40 anos, deve fazer mamografia anual, independente do histórico familiar e de mesmo se não tem qualquer sintoma.
Se a mulher realiza a mamografia regularmente, será diagnosticada dessas doença bem no início. Além de maiores chances de cura, o tratamento será menos agressivo, evitando-se, por exemplo, a retirada de toda a mama ou necessidade de quimioterapia.
O que você sabe sobra a mamografia?
A mamografia é o melhor exame para descobrir o câncer de mama em fases iniciais. Até os dias de hoje, não pode ser substituído por nenhum outro exame.
É uma radiografia (chapa) das mamas. Apresenta uma baixa dose de radiação e fornece uma imagem do interior das mamas e parte das axilas. O médico analisa essas imagens e procura algo de anormal.
Os achados anormais podem ser nódulos ou calcificações que não são percebidos pelo exame de toque da mulher ou do médico, pois são muito pequenos ou localizados em regiões profundas das mamas.
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Mamografia de rastreamento: Quando a mulher não sente qualquer sintoma, mas realiza sua mamografia anual de rotina.
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Mamografia diagnóstica: Quando a mulher ou o seu médico percebe alguma alteração na palpação e solicita o exame.
Nem todo achado anormal quer dizer que seja câncer de mama. Ao contrário, a maioria dos achados é benigno, mas muitas vezes precisam de uma análise do tecido (biópsia ou punção).
Como a mamografia é feita?
Para a realização desse exame, utiliza-se o aparelho chamado de mamógrafo. A mama é colocada entre duas placas de acrílico para espalhar o tecido da glândula e é feita a radiografia.
Para ter uma idéia, faça o seguinte: coloque sua mama entre mãos espalmadas e exerça uma pressão firme. Esse é o desconforto que o exame pode causar.
Quem realiza o exame é um técnico em exames radiológicos especializado em fazer radiografias das mamas. O médico fará a leitura dessas imagens para verificar a existência de alguma alteração. O melhor período para fazê-lo é logo após a menstruação. Quando a mama está dolorida ou inchada, o exame poderá ser desconfortável.
Lembre-se que o exame realizado adequadamente e também interpretado por um profissional habilitado será muito importante para a detecção de pequenas alterações.
A ultrassonografia, a ressonância e outras novas tecnologias poderão ser indicadas em situações especiais, conforme a orientação do médico.
Ainda sobre a mamografia...
Embora seja o principal exame para detectar anormalidades nas mamas, apenas uma biópsia poderá confirmar o diagnóstico, se benigno ou maligno.
Um relatório médico acompanha os filmes ou o CD que contem as imagens do exame. Geralmente o parecer neste relatório consta de uma classificação denominada BI-RADS, usada em quase todo o mundo para uniformizar o laudo. Essa classificação vai de 0 a 6 e cada uma delas sugere uma conduta específica. Se no laudo constar BI-RADS 4 ou 5 seu médico deverá solicitar uma biopsia.
Bíópsias mamárias
A maioria das lesões que necessitam de biópsia não são câncer de mama. Assim, biópsia não é sinônimo de câncer!
No passado, as biópsias mamárias eram apenas cirúrgicas (ou abertas). Era necessário internação, anestesia, maior tempo de recuperação e afastamento das atividades. Ainda, mais dolorosas, deixavam cicatrizes e custo elevado.
Felizmente com a tecnologia foram desenvolvidas as biópsias fechadas – ou por agulha. Esse procedimentos são menos invasivos, menos demorados e menos dolorosos. São realizados em centros diagnósticos com anestesia local. Também não deixam cicatrizes e não deformam a mama.
Assim, hoje, as lesões mamárias suspeitas que precisam ser investigadas podem ser analisadas por meio destes procedimentos menos invasivos.
Existem três tipos de biópsias disponíveis:
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Punção aspirativa com agulha fina (PAAF): usualmente realizada quando a paciente apresenta bolinhas de água, quando essas são dolorosas ao toque (cisto).
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Biópsia por agulha grossa, também chamada de “core biopsia”: a biópsia de fragmento com agulha consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. Mais utilizada para a investigação de nódulos suspeitos observados no exame clínico, na mamografia ou na ultrassonografia
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Biópsia à vácuo: a mais recente de todas. Permite realizar remoção de fragmentos da lesão suspeita para sua análise, as vezes até com sua remoção completa. Pode ser utilizada para todos os tipos de lesão, e é a melhor para o estudo das microcalcificações agrupadas suspeitas.
Por Simone Elias
Professora Adjunta da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Ginecologia da EPM/Unifesp. Possui Pós-Doutorado na área de Radiologia Clínica (Unifesp, 2008), Doutorado em Medicina - Mastologia (Unifesp, 2004), Mestrado em Ginecologia (Unifesp, 1997) e Graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (1990). Tem experiência na área de Mastologia (clínica, diagnóstico e cirurgia) atuando principalmente nos seguintes temas: câncer de mama (rastreamento e detecção precoce), diagnóstico em Mastologia (mamografia, novas tecnologias e procedimentos invasivos), controle de qualidade e proteção radiológica em mamografia e qualidade de vida em sobreviventes de câncer de mama. Outras informações, clique aqui.
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