Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...
O Núcleo de Educação Infantil - Escola Paulistinha de Educação está comemorando 50 anos de existência. Criado em 1971, a escola atendia a filhos e filhas de trabalhadoras ligadas à Escola Paulista de Medicina (EPM), inicialmente em um espaço cedido pelo Departamento de Enfermagem Pediátrica, e mais tarde, expandiu seu atendimento à comunidade local, para atender exigências da legislação brasileira quanto aos princípios da gratuidade e do direito ao acesso público à educação. Com o passar dos anos, a instituição foi consolidando um trabalho de assistência global à criança, com ênfase na promoção da saúde e no desenvolvimento das potencialidades infantis.
Ao longo de 2020, quando o mundo enfrentava uma grave crise sanitária provocada pelo coronavírus, sua gestão vinha propondo a celebração dos 50 anos da instituição e, para tanto, um conjunto de atividades (que seguiram remotas) foi planejado no âmbito do projeto de extensão denominado 50 Anos da Paulistinha: partir da História. "Iniciamos com uma Jornada de estudos sobre memória, em 2020 e, no ano seguinte, realizamos o primeiro Ciclo de Webnário Internacional do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infância, Educação da Infância e Formação de Professores (GEPIEIFOP), o que possibilitou recordarmos e celebrarmos essa importante data com reflexões sobre o lugar da educação básica na universidade", conta Dilma Antunes Silva, docente no NEI. "Não houve festa de aniversário, mas os bolos, faixas, balões coloridos e desejos auspiciosos fizeram-se presentes nas ilustrações das crianças da escola durante o Festival de Desenho".
Outras ações aconteceram a fim de marcar essa data como celebração deste lugar de desenvolvimento da vida em coletividade, onde se aprende e partilha brincadeiras e conhecimento, e amizades florescem e se fortalecem ao longo do tempo. O Varal de Memórias, por exemplo, vem acompanhando as propostas realizadas no projeto de extensão, permanentemente aberto, e que vem possibilitando o registro de lembranças de diferentes ordens, atores e ações, sendo uma importante fonte documental.
Nessa perspectiva de construções coletivas, o curso De Comunidade Infantil a Núcleo de Infantil Paulistinha: História, Memórias e Identidade possibilitou, utilizando-se da metodologia da Tecnologia Social da Memória, construir, organizar e socializar histórias de professores e funcionários, gerando uma linha do tempo e, posteriormente, subsidiando outra ação formativa em formato de roda de conversa sobre espaços de história e memória em instituições escolares.
"Festejar os 50 anos da Paulistinha significa também constituir espaços para a produção de discursos, sentidos e significados sobre a educação e cuidado de bebês e crianças, bem como para a partilha de experiências coletivas, complementa. Nessa direção, ao festejar esse importante período, temos ainda a possibilidade de refletir sobre nossas conquistas e sobre os desafios a serem encarados com ousadia e esperança; sobre os valores, equívocos e fragilidades presentes em nossa prática; sobre os laços entre passado e presente, enquanto miramos o futuro. Quanto tempo mais, e quantas outras transformações mais virão? Quantas promessas no tempo se perderam e quantas outras mais o tempo nos revelará? Qual escola da infância se espera para os próximos anos? Ainda se espera uma escola da infância na Universidade em décadas? Se sim, há que se investir e garantir melhores condições de acesso e permanência para todas as crianças, e de trabalho para todos os profissionais", finaliza Ana Paula Santiago do Nascimento, diretora do NEI-Paulistinha.
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