Inquérito conduzido por docentes da Unifesp revela disparidades socioeconômicas e destaca a...
Você sabe o que é AVC?
Saiba como identificar os sinais
O Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), em 29 de outubro, busca enfatizar a gravidade e as altas taxas de AVC e também aumentar a conscientização sobre a prevenção e o tratamento. A campanha global, criada pela World Strok Organization (WSO), busca transmitir informações de qualidade para que a população saiba identificar os sinais do AVC e procure ajuda o mais rápido possível, mesmo durante a pandemia.
O AVC também é conhecido como derrame cerebral e faz parte do grupo das doenças vasculares, assim como o infarto do miocárdio.
Por que é importante conhecer o AVC?
É importante lembrar que o AVC pode ocorrer em pessoas de todas as idades!
Há cerca de 58 milhões de mortes/ano no mundo, e pelo menos 10% delas são por AVC. No Brasil, o AVC é a segunda causa de mortes e 10% de todas as internações hospitalares.
Outro dado preocupante é que 85% das mortes por AVC ocorrem, atualmente, em países em desenvolvimento, como o Brasil. Isso ocorre porque nesses países, o controle de doenças como hipertensão arterial e diabete não é feito adequadamente.
É importante ter em vista, sobretudo, que a população mundial está envelhecendo, o que torna o impacto das doenças cerebrovasculares ainda mais preocupante.
Tipos de AVC
Há dois tipos principais de AVC: o AVC isquêmico (AVCI) e o AVC hemorrágico (AVCH). Confira as imagens abaixo para compreender as diferenças:
No AVCI há um entupimento de uma artéria, o que impede a passagem do sangue dali para a frente, levando a lesão no tecido cerebral por falta de oxigênio e no AVCH ocorre um extravasamento de sangue para fora da artéria, levando à formação de um hematoma dentro do tecido cerebral.
Quais são os fatores de risco da doença?
Os principais fatores de risco para o AVC são:
- Hipertensão arterial;
- Diabete;
- Colesterol e triglicérides elevados;
- Tabagismo;
- Obesidade e
- Sedentarismo.
É preciso prestar muita atenção para perceber que estes são fatores de risco tratáveis ou modificáveis, ou seja, é possível controlar estas doenças com medicamentos e dietas adequadas, de forma a minimizar as chances de o indivíduo ter um AVC! E isso é muito bom!
Como desconfiar que alguém está tendo um AVC?
O início do AVC é sempre súbito; é um evento que se instala abruptamente, em minutos. Então, sempre que houver alguma alteração física relevante que inicia subitamente, deve-se pensar em AVC.
Preste atenção!
Se você estiver perto de alguém que apresente subitamente: fraqueza ou dormência de uma perna, de um braço ou de um lado do corpo; ou que têm alteração súbita da fala (começa a falar enrolado ou parece não entender o que você fala), ou fica com a boca torta, ou deixa de enxergar. Ou mesmo tem uma dor de cabeça muito forte, ou um desmaio...qualquer destes sintomas, se aparecerem de repente, devem fazer o indivíduo suspeitar de AVC.
Se ficar na dúvida, faça o teste SAMU:
(Fonte: Ministério da Saúde)
O que fazer ?
Se estiver perto de alguém que está com suspeita de AVC, chame o SAMU!!! O telefone do SAMU é 192!
O paciente será levado a um Pronto Socorro para ser atendido o mais breve possível!
E por que é tão importante ir rápido a um Pronto Socorro?
Porque quanto antes forem iniciadas as medidas de tratamento ao doente que teve um AVC, menor será a extensão da lesão cerebral, e, portanto, o indivíduo terá uma sequela menor, ou até sequela nenhuma, podendo retomar suas atividades o mais breve possível.
O que pode ser feito para prevenir o AVC ?
Como citado anteriormente, os principais fatores de risco para que o AVC ocorra são tratáveis ou modificáveis. Então, aqui vão algumas dicas preciosas para que você e seus familiares evitem o AVC:
- Pratique atividade física pelo menos 4 a 5 vezes por semana, por 30 a 40 minutos cada vez. Pode fazer a atividade física que você mais gostar! O importante é se mexer!
- Faça visitas periódicas ao clínico geral, para ter certeza de que sua pressão arterial, seu açúcar no sangue e seu colesterol estão em níveis adequados.
- Se houver qualquer alteração nestes níveis, não se desespere. O importante é fazer uso das medicações orientadas pelo seu médico, e fazer visitas periódicas a ele, para ter certeza de que está tudo bem.
- Pare de fumar e evite o consumo de bebidas alcoólicas em dose excessiva.
- Evite o stress, busque sempre o bem-estar mental!
- Mantenha uma dieta bem balanceada. E se estiver acima do peso, inicie uma dieta para emagrecer.
Por Maria Elisabeth Matta de Rezende Ferraz
Médica neurologista da Disciplina de Neurologia da Escola Paulista de Medicina - EPM/Unifesp. Chefe do Pronto-Socorro de Neurologia do Hospital São Paulo. Outras informações: clique aqui
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