Artigos científicos de destaque

Efeitos comuns da Recusa e da Hesitação Vacinal em sistemas semelhantes ao SUS é mapeada

O número de indivíduos que recusam ou hesitam a vacinação vem crescendo nos últimos anos em diversos países, e isso tem sido notado com a diminuição da cobertura vacinal. Diante desse cenário, faz-se necessário conhecer quais os efeitos que esses fenômenos têm trazido para os sistemas universais de saúde.

Com esta preocupação, o estudo liderado pela Profa. Lúcia Dias Guerra, com a participação do professor do Programa de Pós-graudação em Ensino em Ciências da Saúde Dr. Leonardo Carnut, analisaram 5 bases de dados (Lilacs, SciELO, PubMed/Medline, Scopus e Embase) em busca destas respostas.

Entre os efeitos comuns da recusa e hesitação vacinal em países com sistemas universais de saúde – ou seja, semelhantes ao Sistema Único de Saúde (SUS) – estão o papel das políticas públicas para imunização da população; a crescente hesitação da vacinação contra gripe; a crescente hesitação entre profissionais de saúde; a crescente decisão dos pais de não vacinarem seus filhos; os questionamentos sociais sobre a segurança das vacinas; os determinantes sociais, demográficos e econômicos para hesitação/recusa – como moradia, acesso e populações vulneráveis; e a projeção de cobertura vacinal para o futuro nas políticas de vacinação. Os estudos revisados permitiram entender como se dá a recusa e a hesitação vacinal em diferentes cenários e os seus efeitos.

Com este panorama, será possível em entender melhor como estes fatores se articulam e quais deles devem ser prioridades conjuntas entre estes países para possíveis cooperações internacionais de enfretamento à recusa e hesitação vacinal.

Leia o artigo completo aqui.

NOBRE, Roberta; GUERRA, Lúcia Dias da Silva; CARNUT, Leonardo. Hesitação e recusa vacinal em países com sistemas universais de saúde: uma revisão integrativa sobre seus efeitos. Saúde em Debate, v. 46, p. 303-321, 2022.

Estudo revela alta incidência de Lesão renal aguda induzida por contraste em pacientes submetidos à angioplastia em hospital universitário

Com o avanço da tecnologia e intervenções médicas, criou-se um modelo terapêutico para tratamento de doenças arteriais crônicas; a Intervenção Coronariana Percutânea ou angioplastia. Este modelo se tornou amplamente utilizado de modo alternativo às terapias medicamentosas e revascularizações coronarianas cirúrgicas, sendo uma alternativa prática, ágil, menos invasiva e com menores índices de complicações pós- operatórias.

No entanto, apesar dos benefícios de um excelente modelo terapêutico, há um potencial risco associado à exposição ao meio de Contraste Iodado. O trabalho desenvolvido em um hospital universitário prestador de serviços ao SUS, referência pelo atendimento de média e alta complexidade no estado de São Paulo teve como objetivo analisar a incidência, desfecho e os fatores à Lesão Renal Aguda Induzida Por Contraste (LRA-IC) em pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) após angioplastia coronariana. No qual contou com 182 pacientes seguidos por três meses após angioplastia.

O estudo revelou que a incidência de LRA-IC foi aproximadamente 1/3 da amostra (65/35,7%) e esteve associada estatisticamente à idade avançada, diabetes mellitus e doença renal crônica. Nota-se, ainda, que os pacientes que morreram tiveram 7,2 vezes mais chance de ter sido classificado com o LRA-IC, demonstrando altos índices de mortalidade para os com acometimento renal.

Leia o artigo completo aqui.

MOITINHO, Matheus Santos et al. Contrast-induced acute kidney injury in patients submitted to coronary angioplasty: prospective cohort. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 56, 2022.

Estudo apresenta os eventos adversos relacionados aos processos de doação e transplante de células, tecidos e órgãos no estado de São Paulo

Eventos adversos são definidos como qualquer incidente relacionado à assistência à saúde que pode gerar danos aos pacientes. Quando direcionado para a área da doação e dos transplantes de células, tecidos e órgãos, a monitorização desses eventos é denominada biovigilância. Considerando a expressiva quantidade desses procedimentos realizados no Brasil e os esforços nacionais e internacionais para melhoria da segurança e da qualidade em doação e transplante, reconhecer e analisar os eventos adversos nesse contexto é fundamental.

Portanto, as pesquisadoras tiveram acesso ao banco de dados dos eventos adversos que foram notificados no estado de São Paulo, estado com maior número de transplantes realizados no Brasil. Os resultados demonstraram que a principal causa de eventos adversos foram as infecções, principalmente por Mycobacterium tuberculosis e Klebsiella pneumoniae que são infecções de difícil manejo. Além disso, a segunda maior causa de eventos adversos foi classificada como "outras", como por exemplo, complicações cirúrgicas. Por fim, as neoplasias foram a terceira maior causa de eventos adversos.

A caracterização desses eventos pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias de segurança a fim de prevenir a recorrência e mesmo mitigar os danos desses eventos. Além disso, conhecer esses dados pode oportunizar capacitações institucionais e o desenvolvimento de políticas públicas em busca de incentivar a notificação e ampliar a compreensão dos eventos adversos nesse cenário, uma vez que só é possível assegurar qualidade e segurança na assistência à saúde, sobretudo no contexto das doações e dos transplantes, pelo reconhecimento da realidade.

Leia o artigo completo aqui. 

PAIM, Sibele Maria Schuantes, ROZA, Bartira de Aguiar, & SCHIRMER, Janine. Eventos Adversos em Doação e Transplantes de Células, Tecidos e Órgãos. Brazilian Journal of Transplantation, 25(2). 2022.